Cine Humberto Mauro realiza retrospectiva do diretor Rithy Panh

A partir desta segunda-feira até o dia 22, serão exibidos 12 filmes do cineasta cambojano, no Palácio das Artes

por Eduardo Tristão Girão 13/01/2014 07:00

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Ted Aljibe/AFP-4/10/13
Além de documentários, Rithy Panh assina obras de ficção, mas sempre permeadas pela realidade (foto: Ted Aljibe/AFP-4/10/13)
Sobrevivente do genocídio que matou cerca de 2 milhões de cambojanos entre 1975 e 1979, durante o regime totalitário do Khmer Vermelho, o cineasta Rithy Panh ganha retrospectiva em Belo Horizonte, com a realização da mostra 'As imagens que faltam', desta segunda ao dia 22, no Cine Humberto Mauro, do Palácio das Artes. Serão 12 filmes, além de um debate e uma palestra. Toda a programação é gratuita.

“Rithy Panh é um cineasta importante tanto do ponto de vista histórico quanto estético”, argumenta Rafael Ciccarini, gerente de cinema da Fundação Clóvis Salgado. “Ele é conhecido da academia e da crítica. O trabalho dele estimula reflexão sobre como filmar o mal e a tragédia, sobre como o cinema lida com isso sem ser leviano e fazendo jus à memória. Rithy Panh é uma figura central nessa conversa.”

A mostra foi organizada como retrospectiva dos principais trabalhos do artista cambojano. Serão exibidos desde seu primeiro filme, 'Site 2' (1998), vencedor do grande prêmio de documentário no Festival de Amiens, na França, até sua última produção, 'A imagem que falta' (2013), que recebeu o prêmio Un Certain Regard no Festival de Cannes, no ano passado.

A produção de Pahn é focada nos desdobramentos da tragédia que vivenciou em seu país. Além de contribuir para o debate estético de filmes do gênero, o artista combate o esquecimento da tragédia com as imagens e depoimentos que consegue, proporcionando ao mesmo tempo uma reconstrução da cultura e história de um país dilacerado pela morte e pela dor.

Ora ele faz isso em filmes essencialmente documentais, ora em narrativas de ficção, sempre permeadas pela realidade. “A maneira como ele aborda o tema, construindo sua linguagem a partir da tragédia, mais ajuda a entender o que aconteceu do que aponta culpados. Ele não faz um cinema moral e de julgamento, mas de indagação”, observa Ciccarini. “A política vem das pessoas e às vezes o cinema político falha por não entender isso. O cinema de Panh vem das pessoas, das memórias.”

AS IMAGENS QUE FALTAM
Seleção de filmes de Rithy Panh. Até dia 22, no Cine Humberto Mauro do Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro). Hoje serão exibidos 'Site 2' (17h), 'Pelos campos de arroz' (19h) e 'Bophana, uma tragédia cambojana' (21h15). Entrada franca. Informações: (31) 3236-7400.

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