Bloco da SLU varre baixo-astral das ruas de BH nesta quarta de cinzas

Grupo canta e dança para comemorar a redução significativa da produção de lixo neste carnaval

Márcia Maria Cruz 26/02/2020 10:25
Paulo Filgueiras/EM
(foto: Paulo Filgueiras/EM)

O Bloco da SLU desfila pela Avenida Afonso Pena na manhã da quarta -feira de Cinzas (26).  São 500 dos 1400 garis que atuaram nos dias da folia. Hoje a festa é deles, que cantam e dançam ao som de uma fanfarra.

Durante a folia, não descansaram um só minuto. Limparam antes, durante e depois dos cortejos dos mais de 450 blocos. A diretora operacional da SLU, Andréa Froes, comemorou a redução no volume de lixo coletado. De 8 a 24 de fevereiro, foram 700 toneladas. No período da festa no ano passado, foram 2,7 mil toneladas

A SLU acredita que o balanço final da semana será um pouco mais alto, já que o volume de resíduos descartados na terça e na quarta de carnaval, além do próximo final de semana, ainda não foi contabilizado. Não há dúvidas, no entanto, de que a diminuição significativa na produção de lixo se manterá.

Andréa credita a redução ao projeto de conscientização dos foliões, desenvolvidos pela SLU no carnaval. "Os belo-horizontinos ficaram impactados com o excesso de volume de lixo na chuva. Vimos maior conscientização dos foliões na geração do resíduo. Resultado bem legal e  estamos comemorando", afirmou Andréa. Ela lembra que muitos foliões levaram o próprio copo para reduzir a geração de copos descartáveis.

A SLU Trabalhou com os catadores, o que resultou em aumento na coleta de materiais recicláveis. No ano passado, foram 24 toneladas de papel, metal e plástico. Este ano, até o dia 24, foram 30 toneladas recolhidas.
 
O gari Indi Diones de Oliveira Marinho, de 21 anos, desfilou com os colegas de varrição. "Eles estavam comigo na linha de frente, com muita luta e trabalho conseguimos limpar tudo. Foi muito difícil. O pessoal não tem consciência, mas estamos aqui para isso", disse. Ele atuou na região da Pampulha, onde desfilaram grandes blocos, como Monobloco.  "A SLU está aqui para trabalhar. Carnaval tem que continuar. Ano que vem estaremos aqui de novo.  Trabalhamos para a nossa cidade, onde a gente mora, e respeitamos o povo mineiro. Estamos aqui para isso", diz.
 
 Com o rosto com brilhos, Samara Vitória do Nascimento, de 19 anos, completou 20 dias de trabalho pela SLU e, a primeira tarefa, foi trabalhar durante o carnaval fazendo a varrição. "Gostei de trabalhar. Fiquei na regional Nordeste. A importância da SLU é total. Tem muita gente que não tem consciência e acaba jogando o lixo no chão", lembra. Ela comemorou poder participar da festa nesta quarta.  "A SLU está proporcionando um bloco para gente. Tem que brilhar para não perder o foco do carnaval", afirmou.
 
 
 
 
 

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