O Leão da Lagoinha, em BH: festa desde os tempos de JK

Foi com muito samba que um dos blocos de carnaval mais tradicionais de Belo Horizonte desfilou pelas ruas do Bairro Lagoinha

Pedro Lovisi* 25/02/2020 04:00
Sidney Lopes/EM/D.A Press
Leão da Lagoinha, fundado em 1947, levou a tradição para as históricas ruas da Região Noroeste da capital (foto: Sidney Lopes/EM/D.A Press)
Foi com muito samba que um dos blocos de carnaval mais tradicionais de Belo Horizonte desfilou pelas ruas do Bairro Lagoinha, na Região Noroeste da capital, na tarde de ontem. Em um ambiente bastante familiar, O Leão da Lagoinha, que ficou fora da folia por mais de 30 anos, arrastou consigo crianças, adultos, idosos e até cães durante o cortejo.

“É a minha primeira vez aqui, eu vim porque é muito familiar, trouxe meu marido, meus dois filhos e até o Flink" contou Alessandra Alves, de 44 anos, apontando para o cachorrinho da família, que, neste mês, completa 1 ano e 6 meses.

Fundado em 1947, O Leão da Lagoinha é o primeiro bloco de rua da capital mineira. Na época, o cortejo era ponto de encontro de figuras famosas do país, como o ex-presidente da República Juscelino Kubitschek, que ia até o encontro das ruas Itapecerica e Machado de Assis para acompanhar o bloco – o ponto de concentração segue sendo o mesmo.

No entanto, em 1975, alguns dos integrantes brigaram e fundaram o que hoje é o megabloco Banda Mole. Com a diretoria reduzida, O Leão da Lagoinha sobreviveu até 1985 e só foi voltar às ruas de Belo Horizonte no carnaval de 2017.

Identificação 


Com um passado marcante, o bloco é conhecido por moradores de BH e até de outras capitais. Marquinhos Minas, passista do Leão da Lagoinha, largou a escola de samba carioca Portela para desfilar pelo bloco da Região Noroeste de BH. “Moro no Rio, mas sou de BH. Larguei tudo lá e vim pra cá, isso aqui é maravilhoso”, disse.

Outra figura de destaque é a porta-bandeira Rosângela Alves, que desfilou pela segunda vez pelo Leão. Com 63 anos e dona de um largo sorriso, ela é moradora do Bairro Caiçara, mas se considera integrante do grupo da Lagoinha. “Estou sempre no Mercado da Lagoinha, faço parte do Coral Conversamba e tenho vários amigos na região.”

*Estagiário sob supervisão da subeditora Kelen Cristina



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