Tem metaleiro no carnaval de BH, sim senhor!

"Também gosto de carnaval e adoro colocar meu bloco na rua'', assume Alexandre Guzanshe, repórter fotográfico do Estado de Minas

Alexandre Guzanshe 25/02/2020 07:50
Uarlen Valério/Divulgação
(foto: Uarlen Valério/Divulgação )

“É isso mesmo! Como está no título aí em cima, sou um metaleiro, minha família e meus amigos sabem de minha predileção musical. Gosto do som mais pesado. O rock e heavy metal sempre estão comigo. Mas como pode um metaleiro gostar do carnaval? E ainda trabalhando? Mas como todo brasileiro, quem nunca cantou Eu não sou cachorro, não e  A cor dessa cidade sou eu? Pois é, é isso sim. Também gosto de carnaval e adoro colocar meu bloco na rua. Minha relação com o carnaval de BH vem dos anos 90, quando cheguei aqui pra estudar, vindo de Aimorés, minha querida cidade do Vale do Rio Doce.

Naquela época, o carnaval se resumia à Banda Mole, fundada pelo meu amigo de redação, o saudoso Son Salvador, e aqueles incansáveis sambistas de escolas de samba da periferia da cidade. Esses estão aí até hoje, fazendo das tripas coração e um lindo carnaval sincero... Mas o que eu vi nesses últimos anos e participando ativamente, trabalhando ou pulando de bloco em bloco, foi algo que nem o sambista e radialista Rômulo Paes poderia acreditar. A cidade ficava vazia. Não se ouvia barulho de surdos e tamborins na Rua da Bahia, no Centro de BH, onde morei por muito tempo.

Nesses anos de Estado de Minas, vi muito batuque acontecer e tudo foi se transformando num carnaval politizado, democrático e popular. Assisti ao carnaval de BH nascendo na Praia da Estação, ao Mama descendo a rua da vaquinha, ao Pena de Pavão com seu visual azul de céu horizonte. Cliquei o Seu Vizinho do Aglomerado, as gigantes Baianas, e o cortejo rebolado jazzístico do Magnólia. Lá da Zona Norte, vi o Tchanzinho e sempre o dia brilhar na Guaicurus. E também o antigo Leão da Lagoinha e o novato Djonga, fazendo seu rapsamba gritando fogo nos racistas. E vi até de cima, voando pelos céus desta cidade, os arcos de Santa Tereza tomados de Juventude Bronzeada. Hoje estou aqui mais uma vez vendo um lindo carnaval nesta nossa bela cidade. Viva o carnaval! Ah, e viva o metal! (Alexandre Guzanshe, repórter fotográfico)

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