Bloco Mexiana resgata história e une moradores do Bairro Renascença

Festa relembra os velhos tempos da Avenida Clara Nunes com toda alegria, charme, descontração, música e brincadeiras para crianças de todas as idades

Déborah Lima 08/02/2020 20:54
Edésio Ferreira/EM/D.A. Press
Bloco Alalaor foi convidado especial entre atrações (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A. Press)
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Bloco Alalaor foi convidado especial entre atrações (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A. Press)

O Bloco Mexiana relembrou os velhos tempos de uma famosa avenida do Bairro Renascença: a Clara Nunes. Com toda sua alegria, charme e descontração o bloco levou música e brincadeira para a comunidade da região.

O dono do bloco, Wagner Marques, conta com orgulho que tem o apoio dos moradores. “Estamos no terceiro ano. Em 2019, tivemos 4,5 mil pessoas. Os blocos grandes ganham recursos e os pequenos sofrem um pouquinho. Mas graças aos comerciantes e moradores a gente consegue realizar a festa. Cada um ajuda um pouquinho”, disse o promotor de eventos.

Há alguns anos, havia uma feirinha famosa na avenida que acabou com o aumento de trânsito na capital. “A cantora Clara Nunes foi uma das funcionárias de uma fábrica de tecidos aqui no bairro. O bloco na avenida com nome dela é uma homenagem também”, conta Wagner.
As atrações foram mais que bem-vindas. Marchinhas e hits do carnaval. Teve até bloco convidado: o Alalaor. Com início às 15h e término às 20h, os foliões ainda curtiram o cantor Alexandre Massau, que esteve no programa The Voice. Também teve aula de dança, feira com fantasias e brinquedos para a criançada. 

Comunidade reunida

O público é esse: moradores que se juntam para ir e voltar a pé num lugar para beber e dançar com a família. A aposentada Margarida Matos, de 67, foi por causa do primo. “Gosto muito de carnaval, a gente começa a mexer e tudo anima. Lembro do meu tempo e fico feliz”, comemora. “Carnaval é carnaval. Brasileiro é brasileiro”, acrescenta.

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Margarida Matos, de 67 anos (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A. Press)


O analista de sistemas Igor Horta, de 24 anos, chamou as amigas e foi curtir o pré-carnaval. “É perto da nossa casa, como somos amigos, é fácil de encontrar e se divertir. Aqui é muito animado e organizado. BH tem um carnaval muito bom e esse bloco reflete isso”, elogia.

Também tem folia para quem quer um dinheiro extra. O securitário Sérgio Murilo Toledo, de 54, vendia água, suco e refrigerante enquanto dançava com amigos. “Já trabalho alguns anos no carnaval. É legal curtir, ver as pessoas, se inteirar, trocar experiências. E ainda ajuda na renda”, contou o ambulante que usa uma sobrinha característica do frevo pra chamar atenção dos clientes.

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Sérgio Murilo Toledo, de 54 (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A. Press)


O carnaval também é lugar de clássicos. O empresário Rafael Guieiro, de 38, levou o seu carro clássico para exibir à comunidade: uma réplica fiel ao SP2. “É do período da 2ª Guerra Mundial. Gosto de trazer porque é uma coisa diferente e diversificada para animar o carnaval e trazer um pouquinho da história. Meu pai sempre gostou de carro antigo e resgatei isso dele”, contou.

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Rafael Guieiro, de 38 (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A. Press)


Lugar de criança

A coordenadora de recursos humanos, Priscila Milhorato, de 32, levou a pequena Luiza para curtir o primeiro carnaval dela. “Vim hoje porque é meu bairro e minha filha está muito agitada. Com certeza vou levá-la em todos durante o carnaval”, disse, e deixou a receita para levar os pequenos: “tem que tomar muita água, passar protetor solar, reforçar a hidratação, usar roupa confortável.”

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Luiza, de 1 ano (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A. Press)


As meninas Beatriz, Maria Eduarda, Giovana e Ana Júlia não paravam de brincar no Bloco Mexiana. Quem uniu o quarteto foi Graziela Augusto, de 36. “Esse é um bloco novo, porém muito familiar, onde todo mundo se diverte sem confusão”, disse a secretária, que convidou a mãe de Maria Eduarda, Elaine Célia, de 39. “Neste Carnaval, estamos procurando paz, alegria, mais união e amor entre as pessoas. Depois de tanto estrago nessa chuva, precisamos de alegria”, acrescenta a nutricionista.

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As meninas Beatriz, Maria Eduarda, Giovana e Ana Júlia não paravam de brincar no Bloco Mexiana (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A. Press)


O comerciante Rodrigo Trigueiro, de 39, foi ao quarteirão fechado para curtir com a filha Helena, de 4. “Esse é um bloco do bairro, tem a comunidade toda reunida, encontramos gente conhecida”, disse. “Com a chuva a gente sofre, então o carnaval traz um pouco de alegria”, lembra o folião.

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Rodrigo Trigueiro, de 39, e a filha Helena, de 4 (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A. Press)


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