Bloco Quem ama não mata desfila com marchinha em defesa da mulher

Movimento de combate à violência contra a mulher desfila na Savassi com letra que critica várias formas de agressão e defende a igualdade

por Bruna Curi* 22/02/2019 15:06

O bloco Quem Ama não mata leva amanhã (23) para seu desfile na Savassi, a partir das 11h, o debate sobre a importância do combate à violência contra a mulher. A ideia de aproveitar o carnaval de rua de BH para protestar contra o feminicídio, o estupro, o assédio e outros tipos de violência contra a mulher partiu das integrantes do movimento. “O bloco e a marchinha 'Quem ama não mata' visam dar maior visibilidade ao movimento e alertar para relacionamentos agressivos e para que denunciem os casos de agressão”, explica a jornalista Mônica Santos, autora da letra e uma das participantes do coletivo Quem ama não mata.


O ponto de encontro do desfile é a esquina entre as ruas Fernandes Tourinho e Pernambuco, na Savassi. Para as integrantes do movimento, ao mesmo tempo em que o carnaval é época de diversão e alegria, também é tempo de conscientização e de engajamento. “É mais uma forma de chamar atenção dos homens, para que eles respeitem as mulheres. O machismo é muito forte na nossa sociedade e os homens também têm de se conscientizar que o respeito é fundamental nos relacionamentos e que as mulheres têm os mesmos direitos em todos os sentidos”, reforça Mônica.


Além disso, o carnaval é um espaço onde casos de violência contra as mulheres são recorrentes na festa de rua. Desta forma, o bloco do Quem ama não mata vem para reforçar o combate à violência contra a mulher, como a própria letra da marchinha diz: “Violência não / Assédio também não / Paz, alegria e amor no coração”.


HISTÓRIA


Fernando Rabelo/Divulgação
(foto: Fernando Rabelo/Divulgação)
Originalmente, o movimento Quem ama não mata surgiu na década de 1980, após o assassinato de duas mulheres mineiras: Heloísa Ballesteros e Maria Regina Souza Rocha, em um intervalo de 15 dias. Depois desses casos, diversas mulheres realizaram um ato público nas escadarias da Igreja São José, no Centro de Belo Horizonte, em protestos aos assassinatos. Em agosto de 2018, devido ao aumento das ocorrências de feminicídio, um novo grupo de mulheres decidiu recriar o movimento sob a coordenação, novamente, da jornalista Mirian Chrystus.|

(*) Estagiária sob supervisão do subeditor Rafael Alves

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