Funk You estava afinado, mas público maior que o esperado virou problema

Com músicas de Anitta, além de Ludmilla, MC Marcinho, Mr. Catra, entre outros clássicos, a bateria do bloco acompanhou o ritmo carioca, mas escorregou na organização

por Larissa Ricci 28/02/2017 06:00
Tulio Santos/EM/D.A Press
Guardas multam carro com som alto, que acabou virando um "minitrio" na passagem do Bloco Funk You (foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)

Você achou que eu não ia rebolar minha bunda hoje? É nesse ritmo, estilo Anitta, que milhares de foliões se concentraram para curtir o primeiro desfile do Bloco Funk You na tarde de ontem. Com músicas da própria funkeira, além de Ludmilla, MC Marcinho, Mr. Catra, entre outros clássicos, a bateria acompanhou o ritmo carioca. No funk, o bloco estava afinadíssimo, mas escorregou na organização. Com saída marcada para as 14h, na Rua Grão Pará, no Bairro Funcionários, na Região Centro-Sul de BH, o Funk You se virou no improviso depois do atraso de 3 horas do trio elétrico, que não chegou. Já no início da noite, o problema se agravou com a falta de policiamento e da BHTrans para controlar o fluxo de veículos.

“O funk é um ritmo democrático e popular. Juntamos o batuque do carnaval com o pancadão da batida carioca e gerou uma mistura muito boa. Não esperávamos tantas pessoas aqui hoje”, afirma Janine Costa Ferreira, de 40 anos, uma das organizadoras do bloco fundado entre a união de Belo Horizonte e Esmeraldas, Região Metropolitana. E o número de foliões extrapolou o previsto para o desfile estreante. O Funk You fez uma parceria com o Bloco Ordináááários, que auxiliou na corda de isolamento da bateria. “É primeira parceria entre um bloco grande e outro menor em BH”, pontuou Elisa Santana, de 31 anos, diretora do Ordináááários. Se antes, eram esperadas 1.500 pessoas para o cortejo, com a parceria, a estimativa chegou a 20 mil. O número final não foi divulgado até o fechamento desta edição.

O bloco só pode mostrar a sincronia de sua bateria depois que ele chegou à Avenida Carandaí e se juntou ao trio, cerca de 3 horas depois do previsto. Teve quem gritasse pela demora do início do pancadão. “Está bem desorganizado. Tem muito para melhorar. Fui nos ensaios e foram ótimos. Mas, agora, ficou uma bagunça, além do som baixo”, pontuou Luisa Pimenta, de 26. Quem teve paciência para esperar o início da música que dominou o quarteirão, rebolou até o chão. Em cima do trio, um dos organizadores declarou: “Este é o nosso primeiro desfile. Não esperávamos tantas pessoas. Fica o aprendizado para a próxima”.

Por meio de nota, o Funk You se pronunciou pelo Facebook. "Em primeiro lugar gostaríamos de agradecer a presença de vocês. Não imaginávamos que seríamos um bonde tão grande assim. E por isso também pedimos desculpas. Muitas desculpas. Foi nosso primeiro ano, foi muito mais gente do que esperávamos, nosso trio teve um problema, perdeu a embreagem e atrasou demais. Com a multidão ele custou a chegar perto da bateria. Vocês não tem nada a ver com isso. Sabemos disso. Estamos aqui de coração conversando com vocês porque suamos a camisa pra fazer um dia legal. E quem ficou até o final viu que foi muito legal. Viu que teve trio, teve bateria, teve repertório, teve banda e bateria sintonizadas, teve alegria e carnaval é isso. Pulando e aprendendo. Contamos com a compreensão de vocês. E quem curtiu, postem aí as coisas boas também."


CADÊ O BLOCO?
O número de pessoas era tão grande, que muitas ficaram perdidas e não encontraram o bloco. “Tem muita gente para pouca música. Até agora não encontrei. Você sabe onde eles estão?”, perguntou Maria Victória Martins Gomes, de 21. Com um carro de som, muitos se divertiram com o proibidão longe da bateria do bloco. O baile só terminou depois que a Polícia Militar (PM), com reforço da Guarda Municipal, dispersou os foliões. Um carro, que se tornou palco de dança com o som alto, foi multado pela corporação.

Por volta das 18h, o trânsito na Região Centro-Sul, que dá acesso à área hospitalar, travou. Ainda havia o risco de atropelamento de foliões. Além do mais, a grande aglomeração de pessoas resultou na falta de comunicação. Sem internet e sem rede, ficou difícil encontrar os amigos. “Nenhum celular funciona. Estamos aqui há 1 hora e não conseguimos nos comunicar”, afirma Raylson Martins, de 26 anos.

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