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Romance premiado tem história ambientada em cidade fictícia de Minas

O edital do Prêmio Sesc de Literatura é aberto a autores que sejam inéditos em livro em qualquer dos dois formatos (conto e romance). Ou seja, um autor já publicado em romance pode concorrer com um conto e vice-versa. Foi assim que Luisa Geisler venceu nas duas categorias – em 2011, em conto; no ano seguinte, em romance.

“Com a passagem dos anos, o Prêmio Sesc vai sendo cumulativo, chamando a atenção para escritores que nunca publicaram”, afirma Henrique Rodrigues, analista de cultura do Departamento Nacional do Sesc. Como primeiro prêmio literário, o Sesc apresentou ao público finalistas e vencedores de outras premiações, como Jabuti, APCA e São Paulo de Literatura (Luisa Geisler, Rafael Gallo, Débora Ferraz, Franklin Carvalho e Wesley Peres, entre outros).

Felipe Holloway vem participando de concursos literários desde 2010 – do Sesc de Literatura desde 2015. O legado de nossa miséria foi apresentado em anos anteriores, em versões diferentes. “Na primeira vez, era uma versão extremamente preliminar do romance”, diz ele, que, formado em letras, é professor de língua portuguesa na rede estadual em Cuiabá e mestrando em estudos literários pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).

Com a experiência em participar do concurso nos anos anteriores, Holloway viu a ansiedade diminuir para saber o resultado. “Tanto que, quando me ligaram do Rio para falar que eu havia vencido, achei que era trote, ligação de telemarketing”, diz. Ele se considera um escritor obsessivo.
“Monteiro Lobato falava que os problemas dos textos costumam se manifestar depois que eles são publicados. Então, quando vai se reescrever uma obra antes da publicação, melhora o resultado final.”

O legado de nossa miséria acompanha um crítico de literatura e professor universitário convidado para um evento sobre jornalismo literário em uma cidade fictícia do interior. Lá ele conhece um escritor famoso que sempre admirou. O cenário do romance é o interior de Minas Gerais, estado em que Holloway nunca esteve, por sinal. A escolha se deu como uma homenagem ao escritor Luiz Vilela, mineiro de Ituiutaba, de quem Holloway é grande fã..