Além de fatos conhecidos do público – como a vitorista trajetória profissional da carioca, eleita pela BBC a melhor cantora do milênio, e seu conturbado casamento com o craque Mané Garrincha (1933-1983) –, o livro revela outras facetas da estrela da MPB.
Leia Mais
Titane faz homenagem ao compositor baiano Elomar em concerto na capitalMostra de animação exibirá 260 filmes sobre desafios do mundo contemporâneoMineira Grace Passô prepara a versão de 'Vaga carne' para o cinemaExposição do Masp é eleita a melhor do ano pelo New York TimesRevitalização da Praça da Liberdade é tema de concurso fotográficoBruna Marquezine e Maisa Silva se encontram e fãs comemoram amizadeAtor Léo Rosa volta a fazer quimioterapia após anunciar cura de câncerDuda Nagle publica primeira foto em família: 'que bênção'
“Elza nunca ficou livre, nem nos bons nem nos maus momentos, da obsessão de ser a provedora dos filhos”, conta Zeca. Um dos episódios mais tristes da vida da artista foi a morte de Garrinchinha, filho dela com o craque do Botafogo. Em 1976, o menino, de 9 anos, sofreu um acidente de carro. Antes de ser famosa, a cantora já havia perdido dois bebês, vítimas de desnutrição.
FEMINISTA Mais que a biografia de uma das artistas mais importantes do país, o livro retrata a intimidade de um ícone do movimento feminista e da luta dos negros brasileiros contra a discriminação e a exclusão social.
O jornalista se admira com a postura da cantora diante do racismo. Conta que, na infância, Elza não via problema em não poder entrar nas casas de patrões da mãe, lavadeira. Era obrigada a almoçar do lado de fora dessas residências. Quando passou a cantar em clubes, enfrentou a rejeição de contratantes, que não admitiam negros no palco. “O desenvolvimento dessa consciência foi muito orgânico.
MARIELLE “Que coisa... Elzinha, 80 anos, ainda incomoda muita gente”, disse a cantora a Zeca, ao comentar a repercussão de uma de suas entrevistas, com declarações a respeito da execução da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), no Rio de Janeiro. Essa manifestação lhe rendeu ofensas e ameaças nas redes sociais. O episódio é citado no capítulo final do livro.
“Para Elza, é um orgulho incomodar e ver que sua fala ainda tem repercussão. Quis encerrar o livro justamente com as ideias dela, a forma como ela vê o mundo à sua volta. Mesmo nas últimas conversas, Elza não deixava de surpreender a mim, como biógrafo, e nunca deixará de surpreender qualquer leitor”, garante Zeca Camargo.
ELZA
l De Zeca Camargo
l Editora Leya
l 400 páginas
l R$ 54,90 e R$ 41,99 (digital)
l Lançamento e sessão e autógrafos nesta segunda-feira (3), a partir das 19h, na Livraria Leitura o Pátio Savassi. Avenida
do Contorno, 6.061, avassi. Informações: 31) 3288-3800