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Em 2019, mãe de Alexandre Pires foi detida por fazer 'gato' de energia

O cantor mineiro é alvo de uma operação da Polícia Federal por suspeita de envolvimento em garimpo ilegal

Em 2019, mãe de Alexandre Pires foi detida por fazer 'gato' de energia Divulgação/Reprodução/Instagram
Douglas Lima - Especial para o Uai clock 06/12/2023 10:50
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Alexandre Pires é investigado por suspeita de envolvimento com garimpo ilegal na terra indígena Yanomami, mas o cantor não é o primeiro membro da família a enfrentar problemas com a Justiça. A mãe do pagodeiro, Maria Abadia Pires, foi detida em Minas Gerais após ter sido encontrada na casa dela uma ligação clandestina na rede elétrica.

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Técnicos da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) identificaram o "gato" na casa da mãe do sambista, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, em Minas Gerais em fevereiro de 2019, quando ela solicitou um reparo técnico e fez uma denúncia à Polícia Militar (PM).

 

A matriarca foi encaminhada à delegacia, autuada por furto, pagou fiança de R$ 1.500 e foi liberada para responder ao processo em liberdade. Aos agentes, ela disse que não sabia da irregularidade. Maria Abadia afirmou que chamou um técnico para instalar um aparelho de ar-condicionado em sua casa no bairro Vigilato Pereira — a ligação clandestina foi descoberta assim que os funcionários da companhia abriram a tampa do padrão de energia.

 

Na ocasião, o então empresário de Alexandre informou que ele estava viajando e não sabia do ocorrido.

 

Alexandre Pires e seu produtor musical, Matheus Possebon, são investigados pela Polícia Federal (PF) por suspeita de envolvimento com o garimpo ilegal, que movimentou R$ 250 milhões. O músico teria recebido pelo menos R$ 1 milhão de uma mineradora sob investigação.

 

Matheus foi um dos dois presos durante a operação intitulada Disco de Ouro. O agente foi detido na segunda-feira (04/12), assim que desembarcou no cruzeiro temático de Alexandre, em Santos, no litoral paulista. O produtor musical é suspeito de financiar o garimpo ilegal e seria um dos "responsáveis pelo núcleo financeiro dos crimes".

 

Em nota enviada ao portal UAI, o advogado Fábio Tofic Simantob, que representa Alexandre Pires e Matheus Possebon, classificou a prisão do agente como "violência". Segundo ele, a prisão foi decretada "por conta de uma única transação financeira com uma que Matheus não mantém qualquer relação comercial”. Fábio disse ainda que Matheus não pode nem ao menos esclarecer a transação e afirma que irá comprovar que seu cliente não tem nada a ver com a investigação".

 

Já a defesa do artista mineiro nega o envolvimento de Pires com as atividades ilegais. "Alexandre Pires foi tomado de surpresa diante da recente operação da Polícia Federal que, indevidamente, envolveu seu nome. Por fim, salientamos que ele jamais cometeu qualquer ilícito, o que será devidamente demonstrado no decorrer das investigações, reiterando sua confiança na Justiça brasileira", diz o comunicado.

 

Vale destacar, que essas medidas foram emitidas como parte de um desdobramento da ação iniciada em janeiro de 2022. Na ocasião, foram apreendidas 30 toneladas de cassiterita extraídas da terra indígena Yanomami, que estariam armazenadas na sede de uma empresa investigada e que seriam enviadas para o exterior.

 

O inquérito policial indica que o minério seria declarado como originário de um garimpo regular no Rio Tapajós, em Itaituba/PA, e supostamente transportado para Roraima para tratamento. De acordo com investigadores, no entanto, a operação seria somente no papel, já que o minério teria sido explorado do próprio estado de Roraima.

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