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Advogada de vítima de Felipe Prior é ameaçada e xingada nas redes sociais

A criminalista Maira Pinheiro defende a mulher que acusou o ex-BBB

Advogada de vítima de Felipe Prior é ameaçada e xingada nas redes sociais Reprodução/TV Globo
Douglas Lima - Especial para o Uai clock 19/07/2023 10:03
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A advogada criminalista Maira Pinheiro, que atua em quatro casos de mulheres que relataram ter sido estupradas pelo ex-BBB Felipe Prior, revelou que recebeu ameaças de fãs do influenciador digital durante o processo. Inclusive, ela contou, que até a filha, uma criança, já recebeu ameaças em fotos após repercussão do caso.

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Ao longo dos três anos e meio em que o processo corre na Justiça, a advogada contou que desde 2020, sua caixa de entrada ficou lotada de mensagens de ódio e xingamentos proferidos por admiradores do influencer. No último dia 8, Prior foi condenado, em primeira instância, a seis anos de prisão em regime semiaberto pelo crime, que teria acontecido em 2014 e denunciado em 2020. A decisão é da 7ª Vara Criminal de São Paulo, e ele pode recorrer em liberdade.

 

"Em abril de 2020 foi quando veio essa primeira onde de ataques bem violentos nas minhas redes sociais, nas minhas fotos, inclusive às vezes em fotos da minha filha. Recebi mensagens no WhatsApp também", afirmou Maira, em entrevista ao portal G1.

 

A criminalista explica que recebia ameaças praticamente todos os dias e precisou fechar as redes sociais. "Os fãs dele são muito virulentos. Minhas redes sociais chegavam a ter mais de 100 mensagens, todas de ataque, de ódio, me xingando com palavras machistas, me atacando no exercício da profissão. A minha imagem foi muito explorada. Mas isso faz parte do jogo né? A gente não tem medo de fanático", destacou.

 

"É um caso de repercussão. A opção por conversar com os meios de comunicação sobre esse caso é deliberada porque nós entendemos que faz parte da luta das mulheres para romper o silêncio - presenciar outras mulheres fazendo o mesmo", acrescentou.

 

Entre as ofensas que ela recebeu, estão os temos: "vagabunda, bandida, pilantra, rata, nojenta, desgraçada, imunda, arrombada, safada e merece o pior tipo de morte". "Para as mulheres, ser atacada e ameaçada no exercício da profissão é mais comum do que para os homens", lamentou

"Esse tipo de palavra. Porque é isso que nós, mulheres, somos quando desagradamos o patriarcado. E como a gente estava indo para cima de um criminoso em série, que tem um padrão de predação de mulheres, a gente desagrada o patriarcado. Mas não é algo que nos intimide".

Maira Pinheiro

Pinheiro relata um caso específico que ocorreu em julho de 2021, quando começou a receber dezenas de ligações de madrugada de um número oculto que citava o nome de uma das vítima e também afirmava que sabia onde a profissional morava.

 

"Esse evento que deu ensejo ao inquérito policial que está atualmente em tramitação aqui em São Paulo para apurar ligações que eu recebi de madrugada. Depois a gente descobriu que era um número de Rondônia. Foram dezenas de ligações, um número oculto em que a pessoa fazia referencia ao nome da vitima que é uma testemunha protegida, então o nome dela é uma informação sigilosa, mas essa pessoa estava na posse dessa informação e dizia que sabia onde e morava, foi uma coisa bem assustadora", contou..

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