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Samuel Rosa lança primeiro álbum solo após fim da banda Skank
Vocalista da banda mineira refletiu sobre as mudanças da indústria da música e a nova geração de artistas mineiros
Os mineiros da banda Jota Quest eram garotos quando começaram a tocar na década de 90, o grupo que completa 25 anos de carreira em 2023, nove discos gravados, acumula hits, como O Sol, Fácil, Na Moral, Encontrar Alguém, Só Hoje, Além do Horizonte e Amor Maior. Atualmente, eles rodam o país com a turnê JOTA25 - De Volta ao Novo.
O vocalista Rogério Flausino, em conversa com o portal GShow, é enfático ao dizer que a banda formada por ele e Marco Túlio Lara, PJ, Paulinho Fonseca e Márcio Buzelin não pensam em colocar um ponto final. Inclusive, o cantor que vive na música desde os 13 anos desaprova a crença de que todo grupo precisa acabar. No entanto, ele destacou que é necessário ter tesão, paixão pela música e pelos fãs.
"A vida do artista é muito dura, ficar rodando por aí, longe da família, mas ela é maravilhosa também. A gente se alimenta da energia que recebe das pessoas. A galera está aí, lotando os shows, comparecendo, cantando junto e estamos conseguindo evoluir nos discos, nas composições, nos shows, fazer melhores espetáculos", destacou.
"Existe uma coisa que está por cima dos individualismos, que é o Jota Quest. Estamos olhando para ela e vendo que está evoluindo, crescendo, ampliando os horizontes. Enquanto isso estiver acontecendo, não tem porque interromper o processo. E o fato dela estar evoluindo e ser uma coisa legal e grande para nós, nos protege e abraça para fazermos o que quiser fora dela", acrescentou.
O setor da música foi um dos mais afetados devido à pandemia da Covid-19. A nova turnê estava planejada para 2020, mas foi adiada por dois anos. Ela começou em julho de 2022. "Uma coisa é você fazer uma parada programada. Outra é você parar sem programar", explicou.
"A 'Jota25' é um grande passo em direção a isso. Estamos lançando um álbum de músicas inéditas. É uma turnê de celebração que quer rodar o Brasil com grandes estruturas. Isso é muito doido. Uma banda dessa idade que não está acabando e nem voltando".
Rogério Flausino
Flausino não economizou nos elogios aos Titãs e ao Skank e confessou que quase "morreu de tanto chorar na despedida" da banda liderada por Samuel Rosa, no dia 26 de março no Mineirão, na região da Pampulha, em Belo Horizonte.
"Para mim, a pausa do Skank, que uma banda desse tamanho não acaba, é merecida. É uma das maiores de todos os tempos. Talvez volte, mas se não voltar, tudo bem, porque foram 30 anos de muita qualidade. É muito tempo", explicou.
Se antes se media o sucesso pelo termômetro das rádios de norte a sul ou após aparecer em algum programa na TV, com um mundo extremamente globalizado e dinâmico: atualmente, o sucesso é mensurado pela internet, via redes socias, plataforma de vídeo, como o YouTube e pelas plataformas de músicas digitais.
E as mudanças impactaram diretamente o grupo como recordou o artista: "Eu lembro que em 2000, estávamos bombando com 'De Volta ao Planeta' e meu pai me ligou: 'Filho, você não acredita! Eu estou aqui na feira e vocês estão bombando mesmo. Um menino está aqui vendendo seus CDs. É tudo pirata, mas é uma fila desse tamanho'".
"Antigamente era muito caro lançar um disco. Hoje em dia você grava em casa, lança e amanhã já tem outra. Temos o privilégio de não precisar jogar todos os jogos. A gente tenta aprender. Tenta estar na rede social".
Rogério Flausino
Flausino também elogiou a cena atual, principalmente a mineira, com a banda Lagum e Djonga, um dos mais ouvidos do Brasil, muito se deve ao grande sucesso de O Dono do Lugar, o último e mais longo disco do rapper.
"O algoritmo me ajuda a descobrir coisas novas". O artista afirmou que essa nova geração é mais diversa e fica muito feliz com isso. "Maior democratização dos estilos. A monocultura não é boa para ninguém", admitiu.
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