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'A Ancine faz de tudo para atrapalhar o cinema', dispara Marieta Severo

Na pré-estreia de Aos Nossos Filhos, atriz diz que está em contagem regressiva para a saída do presidente Jair Messias Bolsonaro (PL)

Reprodução/Instagram Reprodução/Instagram
Douglas Lima - Especial para o Uai clock 28/07/2022 18:24
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Assim como seu papel no filme Aos nossos filhos (2022), longa dirigida por Maria de Medeiros baseado na peça homônima de Laura Castro, que estreou nesta quinta-feira (28/07) nos cinemas, sua personagem vive angustiada e tem pesadelos frequentes com a ditadura militar - um trauma terrível do passado.

 

Marieta Severo, de 75 anos de idade, não anda tranquila sobre as eleições presidenciais e o futuro do Brasil. A atriz não esconde de ninguém que estar em contagem regressiva para a saída do atual presidente do Brasil Jair Messias Bolsonaro (PL) - a quem já fez duras críticas publicamente.

 

"Todos os dias penso nisso, e vou contando. Nunca pensei que fosse passar por isso outra vez na minha vida", declarou a artista em entrevista exclusiva ao portal F5, do jornal Folha de S. Paulo.

 

Vale destacar, que veterana foi uma das primeiras personalidades a assinar a carta pela democracia e do processo eleitoral, documento que defende os tribunais superiores, as eleições e a democracia e é considerado uma resposta às ameaças golpistas de Bolsonaro. Documento conta com mais de 300 mil assinaturas em menos de 2 dias de divulgação. "Não tinha como não assinar", enfatizou à publicação.

 

Diversos artistas como Chico Buarque, Roberto Setúbal, Ellen Gracie e Luiz Gonzaga Beluzzo, Gal Costa, Zélia Duncan, Maria Bethânia, Joaquim Barbosa, Antonio Calloni e Bruno Gagliasso, estão divulgando o documento nas redes sociais.

Aos nossos filhos

Marieta confessa que com o novo filme quer atrair o público mais jovem para o cinema. "Aos Nossos Filhos fala das relações humanas, mas mostra o sofrimento de uma mulher da minha geração que sofreu os horrores de um período horrível da nossa história. E é esse caminho que muitas pessoas ainda acreditam ser a solução para Brasil. A minha geração sabe que nada pode ser pior", afirmou.

 

Da criação até o lançamento da obra, se passaram oito anos por conta do impasse com a Agência Nacional de Cinema (Ancine). "É impressionante. Foram vários empecilhos, inclusive a Ancine. Aliás, ela faz tudo para atrapalhar e não estimular a preciosidade que é fazer cinema. Mas chegou a hora e acredito ser este o momento certo", desabafou Severo.

 

A trama complexa gira em torno de Vera (Marieta Severo), uma mulher corajosa que pegou em armas para lutar contra a ditadura e carrega grandes traumas do passado e mantém uma ONG com crianças soropositivas. Mesmo tendo sofrido severas injustiças sociais, ela não consegue aceitar a homossexualidade de sua filha, Tânia (Laura Castro). E quando a herdeira conta que deseja ter um filho com Vanessa (Marta Nóbrega), com quem é casada há 15 anos, o embate entre mãe e filha apenas se intensifica, expondo feridas emocionais não cicatrizadas dos dois lados.

 

Confira, abaixo, o trailer:

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