FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS RECEBE MAESTRO CLAUDIO CRUZ E APRESENTA COMO SOLISTA JOÃO CARLOS FERREIRA, VIOLISTA PRINCIPAL DA ORQUESTRA

DATA

  • 10/11/2016 à 11/11/2016
  • Hora início: 20:30
  • Hora fim: 20:30

LOCAL / INFO

PREÇOS

  • Balcão Palco e Coro:34,00
    Mezanino:44,00
    Balcão Lateral:56,00
    Plateia Central:78,00
    Balcão Principal:98,00

Nos dias 10 e 11 de novembroàs 20h30, na Sala Minas Gerais, o regente convidado Claudio Cruz faz sua estreia com a Filarmônica de Minas Gerais e revela, pela primeira vez com a Orquestra, uma das sinfonias mais importantes de Dvorák, a Sinfonia nº 6 em Ré maior, op. 60. O violista principal da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, João Carlos Ferreira, é o solista convidado para interpretar o Concerto para viola, de Bartók. Tudo isso prefaciado pelas Bachianas Brasileiras nº 9, obra de Villa-Lobos. Ingressos entre R$ 17 (meia) e R$ 98 (inteira).

 

Antes das apresentações, das 19h30 às 20h, o público poderá participar dos Concertos Comentados, palestras que abordam aspectos do repertório. O palestrante dos dois dias será o compositor mineiro e professor da UFMG, Oiliam Lanna. No programa, destacam-se três personalidades únicas e fortes, cada qual a zelar pela identidade cultural de suas pátrias. A última das Bachianas de Villa-Lobos foi a de número 9. A obra derradeira de Bartók foi o seu Concerto para viola. Ambas foram criadas em 1945. A Sexta de Dvorák foi a primeira de suas sinfonias a ser publicada.

 

Estes concertos são apresentados pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Itaú Personnalité e contam com o patrocínio da Picchioni Câmbio por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Já as palestras dos Concertos Comentados são apresentadas pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Líder Aviação.

 

O repertório

 

Heitor Villa-Lobos (Rio de Janeiro, Brasil, 1887 &ndash 1959) e a obra Bachianas Brasileiras nº 9 (1945) 

 

Diferentemente do escritor Mário de Andrade e de outros nacionalistas da época, Villa-Lobos não tem o folclore como base de sua criação. Sua intimidade com o choro e outras manifestações musicais urbanas, porém, está bastante presente em sua obra &ndash notadamente, nos Prelúdios e Estudos para violão solo e nos 14 Choros para formações instrumentais diversas. Apesar de uma música presa aos princípios da tonalidade clássica, e de sua aversão ao atonalismo, seu pensamento não é linear. Sua música se afasta dos procedimentos tradicionais e apresenta um painel de cores, melodias, ritmos e harmonias de vasta intuição e originalidade &ndash o que o aproxima de Debussy, e, em particular, de Stravinsky. Entre suas obras mais conhecidas estão as nove Bachianas Brasileiras, escritas entre 1930 e 1945, como homenagem a Bach, de cuja obra Villa-Lobos permanece próximo ao longo da vida. Nas Bachianas, contudo, não há citações diretas à obra do compositor alemão, mas o uso do contraponto e de procedimentos típicos do Barroco e do estilo bachiano. Bachianas Brasileiras nº 9 &ndash um prelúdio e fuga para orquestra de cordas &ndash estreia, sob regência de Eleazar de Carvalho, em 1948, com a Orquestra Sinfônica Brasileira. No Prelúdio: Vagaroso e místico, a melodia inicial antecipa o tema da fuga, com ritmo modificado e valores aumentados. A Fuga, apresentada nos violoncelos, usa compasso onze por oito, acentuando o caráter rítmico esse movimento se caracteriza por três grandes seções. 

Béla Bartók (Hungria, atual Romênia, 1881 &ndash Estados Unidos, 1945) e a obra Concerto para viola, op. posth (1945, versão concluída por Tibor Serly em 1949)

 

Em 1940, com a Hungria sob domínio nazista, Béla Bartók migra para Nova York. Nos EUA, aceita convite da Columbia University, onde desenvolve trabalhos de concertista e conferencista, e dá sequência a projetos científicos. Bartók, porém, não encontra situação propícia a compor. Embora já renomado como pianista, professor e pesquisador, suas obras não conquistam o público. Em 1942, a situação financeira torna-se difícil e a saúde se deteriora. Dois anos depois, o artista é diagnosticado em estado terminal de leucemia. Na fase final da vida, o compositor realiza obras importantes. Mesmo com dificuldade, termina o Concerto para orquestra, encomendado por Serge Koussevitzky, a Sonata para violino solo, pedida por Yehudi Menuhin, e, por poucos compassos, não completa o Terceiro concerto para piano e orquestra. No inverno de 1944, o respeitado violista William Primrose encomenda-lhe um concerto para viola. Em julho de 1945, Bartók põe-se a trabalhar na partitura, da qual deixaria apenas esboços. Destaca-se, porém, a parte (finalizada) da viola. Após sua morte, Tibor Serly, violista de formação, compositor de certa habilidade, antigo aluno de Kodály, e, depois, discípulo e grande amigo de Bartók, dedica-se à conclusão da obra, completada em 1949. Em dezembro daquele ano, o Concerto para viola é estreado pela Orquestra Sinfônica de Minneapolis, sob regência de Antal Dorati, com solo de Primrose. A partitura seria revisada outras duas vezes: a primeira, em 1995, por Peter Bartók (filho de Béla Bartók) e Paul Neubauer a segunda, pelo violista húngaro Csaba Erdélyi. 

 

Antonín Dvorák (Boêmia, atual República Tcheca, 1841 &ndash 1904) e a obra Sinfonia no 6 em Ré maior, op. 60 (1880) 

 

Duas obras de Dvorák haviam sido programadas para a temporada de 1879 da Orquestra Filarmônica de Viena: Rapsódia Eslava no 3op. 45, e a Serenata para dez instrumentos de soproop. 44. Os músicos se encantaram com a Rapsódia, a ponto de o regente titular, Hans Richter, encomendar nova obra ao compositor: uma sinfonia. O público, porém, recebe friamente a Rapsódia. E as críticas negativas ao concerto fazem com que os membros da orquestra decidam não executar a Serenata. Mesmo assim, Dvorák começa a compor uma nova sinfonia. E os músicos recusam-se, novamente, a executar outra de suas obras. Por isso, a Sinfonia no 6 não estrearia em Viena, mas em Praga, em 1881, sob regência de Adolf Cech. Não é de estranhar a hesitação da orquestra vienense em programar repetidas obras de um compositor tcheco então relativamente desconhecido. À época, dos cerca de 200 concertos anuais na cidade, menos de 20 eram de orquestras ou coros profissionais. A Filarmônica de Viena apresentava apenas oito concertos por ano. E seus ingressos destinavam-se a endinheirados. O repertório centrava-se em clássicos do final do século XVIII e do início do XIX. Os grandes compositores alemães vivos (Wagner, Brahms e Bruckner) detinham, juntos, apenas 12% da programação. Além do mais, o público da Filarmônica, formado por industriais, banqueiros, oficiais e altos funcionários públicos, pregava a ideologia liberal e a superioridade cultural alemã. Curiosamente, a Sinfonia nº 6 talvez seja a mais vienense das sinfonias de Dvorák, pela forte referência a Beethoven e Brahms.

 

Os artistas

O maestro convidado Claudio Cruz

 

Claudio Cruz inicia-se na música com o pai, o luthier João Cruz. Mais tarde, estuda com Erich Lehninger, Maria Vischnia (violino) e George Olivier Toni (Teoria e Regência). Premiado pela Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA), recebeu, também, os prêmios Carlos Gomes, Bravo e Grammy. Atualmente, é regente titular e diretor musical da Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo e diretor artístico da Oficina de Música de Curitiba-Música EruditaFoi diretor musical da Orquestra de Câmara Villa-Lobos e regente titular das sinfônicas de Ribeirão Preto e de Campinas. Com a Orquestra Jovem de São Paulo, participou de festivais como MDR Musiksommer e Young Euro Classic, na Alemanha além de Berlioz, na França, e Grachtenfestival, na Holanda. Em 2015, realizou concertos no Lincoln Center, em Nova York, e no Kennedy Center, em Washington. Como convidado, tem atuado em orquestras como Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), Orquestra Sinfônica Brasileira, Sinfônica do Teatro Municipal de São Paulo e sinfônicas de Porto Alegre, de Brasília e de Curitiba. Violinista consagrado, foi spalla da Osesp entre 1990 e 2014.

 

Em outros países, regeu as orquestras de Câmara de Osaka e de Toulouse, além de Sinfônica de Avignon, Sinfonia Varsovia, New Japan Philharmonic, HPAC Orchestra, Hiroshima Symphony, e Jerusalem Symphony Orchestra, dentre outras. Participou de festivais de música no Brasil, com destaque para a regência da Orquestra Acadêmica do Festival Internacional de Campos de Jordão, em 2010 e 2011. Gravou três CDs com a Orquestra de Câmara Villa-Lobos, um deles consagrado a Edino Krieger. Com a Sinfônica de Ribeirão Preto, gravou Beethoven e Mozart, aberturas de óperas e obras de Tom Jobim, com arranjos de Mario Adnet. Gravou Carlos Gomes com a Sinfônica de Campinas e Olivier Toni pelo selo Sesc. Álbum gravado com a Northern Sinfonia (AVIE), com obras de Elgar e Gál, foi indicado ao Grammy Awards. Em 2016, lançou o primeiro CD da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo (Villa-Lobos, Guerra-Peixe e Shostakovich) e gravou o segundo, com obras de Berlioz e Tchaikovsky.

 

O violista principal da Filarmônica João Carlos Ferreira

 

Violista principal da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde 2009, João Carlos Ferreira começou os estudos aos oito anos, no Centro Cultural Pró-Música, em Juiz de Fora (MG). Teve aulas com Vítor Dutra, André Pires e com o maestro Nelson Nilo Hack. Com apoio da Lei Murilo Mendes, da Prefeitura de Juiz de Fora, seguiu ao Rio de Janeiro, para estudar com Bernardo Bessler. No seu período de formação trabalhou com diversas orquestras jovens, apresentando-se em locais como o Theatro Municipal do Rio de Janeiro e atuando como solista. Também participou de masterclasses com professores como Marie Christine Springuel, Roberto Díaz, Luis Otávio Santos e Menahem Pressler. Em 2001, apresentou-se como membro da Orquestra Barroca do Festival Internacional de Juiz de Fora, que contou com a presença de Sigiswald Kuijken. Atualmente, é diretor musical do Trio Villani, composto por Jovana Trifunovic e Eduardo Swerts, grupo contemplado no edital Natura Musical e que acaba de lançar o CD Três Tons Brasileiros.

 

De 2004 a 2008, foi violinista da Orquestra Sinfônica Brasileira. Junto ao Quarteto Radamés Gnattali, esteve nos EUA, participou de estreias em bienais de música contemporânea e foi agraciado com o Prêmio Rumos Itaú Cultural. Gravou o CD Quatro Quadros de Jan Zack, pelo selo Bachiana Brasileira, o CD Quadro Brasil, pelo selo Rádio MEC, e o DVD Rumos Itaú Cultural 2007-2009. Já se apresentou junto à Orquestra Sinfônica do Espírito Santo e às orquestras das escolas de música da UFMG e da UFRJ. Pela segunda vez, é solista junto à Filarmônica de Minas Gerais. Atuou com Antonio Meneses em Don Quixote, de Richard Strauss, em diferentes apresentações com a Filarmônica de Minas Gerais e Fabio Mechetti e também com a Orquestra Petrobras Sinfônica e Isaac Karabtchevsky, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Também em Don Quixote de R. Strauss, atuou com Asier Polo, Filarmônica de Minas Gerais e Fabio Mechetti. 

 

Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

 

Belo Horizonte, 21 de fevereiro de 2008. Após meses de intenso trabalho, músicos e público viam um sonho tornar-se realidade com o primeiro concerto da primeira temporada da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Criada pelo Governo do Estado e gerida pela sociedade civil, nasceu com o compromisso de ser uma orquestra de excelência, cujo planejamento envolve concertos de série, programas educacionais, circulação e produção de conteúdos para a disseminação do repertório sinfônico brasileiro e universal. 

 

De lá para cá:

 

820 mil pessoas ouviram a Filarmônica ao vivo

641 concertos foram realizados

835 obras foram tocadas

242 compositores brasileiros e estrangeiros foram interpretados

52 estreias mundiais e 11 encomendas foram apresentadas

93 concertos foram realizados no interior de Minas Gerais

27 concertos foram realizados em cidades do Norte ao Sul do país

5 concertos aconteceram em cidades da Argentina e Uruguai

6 álbuns musicais foram lançados, sendo 3 deles internacionais

513 notas de programa foram produzidas

115 webvídeos foram disponibilizados

56 mil fotografias registraram esse desenvolver da história

318 concertos foram gravados

4 exposições temáticas sobre música sinfônica foram montadas

3 livros sobre a formação de uma orquestra foram publicados

1 DVD de iniciação à música orquestral foi criado

92 músicos estão trabalhando

18 nacionalidades convivem em harmonia

60 mil oportunidades de trabalho foram abertas

3.320 assinaturas apoiam a programação artística

7 prêmios de cultura e de desenvolvimento foram recebidos

 

Agora, em 2017, a Filarmônica lança sua décima temporada e continua contando com a participação de grandes músicos para celebrar a Música e o respeito conquistado junto ao público.

 

SERVIÇO

 

Série Presto

10 de novembro &ndash 20h30 

Sala Minas Gerais

 

Série Veloce

11 de novembro &ndash 20h30 

Sala Minas Gerais

 

Claudio Cruz, regente convidado

João Carlos Ferreira, viola

 

VILLA-LOBOS                   Bachianas Brasileiras nº 9

BARTÓK                            Concerto para viola

DVORÁK                          Sinfonia nº 6 em Ré maior, op. 60

 

 

Ingressos: R$ 34,00 (Balcão Palco e Coro), R$ 44,00 (Mezanino), R$ 56,00 (Balcão Lateral), R$78,00 (Plateia Central) e R$98,00 (Balcão Principal).

Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.

Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br

Funcionamento da bilheteria:

Sala Minas Gerais &ndash Rua Tenente Brito Melo, 1090 &ndash Bairro Barro Preto

De terça-feira a sexta-feira, das 12h às 21h.

Aos sábados, das 12h às 18h.

Em sábados de concerto, das 12h às 21h.

Em domingos de concerto, das 9h às 13h.

 

São aceitos cartões com as bandeiras Amex, Aura, Redecard, Diners, Elo, Hipercard, Mastercard, Redeshop, Visa e Visa Electron.

https://www.filarmonica.art.br/

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