Em visita a hospital de referência no Recife, diretora da OMS reforça necessidade de manter esforços para combater o Aedes

No IMIP, Margaret Chan se disse surpresa com o excelente trabalho que está sendo desenvolvido. Ministério da Saúde assinou convênio de cooperação

por Diário de Pernambuco 24/02/2016 11:34
Alice Souza / DP / D.A Press
Além de Margaret Chan, participaram da visita ao IMIP (foto), a diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Carissa Etienne, e o Ministro da Saúde, Marcelo Castro (foto: Alice Souza / DP / D.A Press)
A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, se disse surpresa com o excelente trabalho que está sendo desenvolvido no Brasil, mas que é preciso continuar com os esforços no sentido de combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor das arboviroses dengue, chikungunya e zika. Ela enfatizou o trabalho dos pesquisadores para desenvolver testes de laboratório e pesquisas, acrescentando que os estudos estão deixando cada vez mais forte a relação do zika com a microcefalia. A certeza, no entanto, só deve acontecer em alguns meses.

As declarações foram feitas nesta manhã, durante visita ao Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), no bairro dos Coelhos, Recife. Também participaram da agenda a diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Carissa Etienne, e o Ministro da Saúde, Marcelo Castro. Na ocasião, foi assinado um acordo de cooperação técnica entre o ministério e o IMIP. Enfatizando a importância da união de todos em torno da luta contra a epidemia, Castro, disse que "o mosquito não é nacional, estadual, de esquerda, direita, situação ou oposição".

A comitiva chegou à unidade de saúde por volta das 8h30. Antes de assistirem a apresentações sobre o panorama dos casos da malformação em Pernambuco, todos participaram de um café da manhã. Os secretários de Saúde do Recife e de Pernambuco, Iran Costa, também acompanharam a solenidade. O IMIP é uma das unidades de referência na assistência às crianças com microcefalia no SUS em Pernambuco.

Pernambuco foi o primeiro estado a verificar a mudança do padrão de ocorrência da malformação no país. Com isso, também foi pioneiro na notificação obrigatória dos casos e na formatação de protocolos de atendimento das gestantes e dos bebês. Com o fortalecimento da hipótese da relação da microcefalia com o zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo transmissor da dengue e da chikungunya, o Governador Paulo Câmara decretou, em novembro de 2015, por meio do decreto 42.438, Estado de Emergência em Saúde Pública. O Governo também está investindo R$ 25 milhões nas ações de combate ao mosquito, estruturação da assistência à população e campanhas de mobilização.

No início de fevereiro, a Organização Mundial da Saúde declarou, em razão do aumento de casos de infecção pelo vírus e de uma possível relação da doença com quadros registrados de microcefalia e síndromes neurológicas, situação de emergência em saúde pública de importância internacional.

(Com informações da repórter Alice Souza)