Quando a Universal Pictures anunciou o live-action de Como Treinar o Seu Dragão, muita gente torceu o nariz. Afinal, Hollywood não tem um histórico muito bom com essas adaptações. Mas talvez seja hora de dar uma chance para essa história.
O filme tem alguns pontos a seu favor que outros live-actions não tiveram. Dean DeBlois está dirigindo – o mesmo cara que fez a trilogia animada dar certo. Isso não é pouca coisa. Ele conhece esses personagens melhor que ninguém.
Além disso, a franquia sempre foi mais madura que outras animações. As histórias lidam com perda, crescimento e relacionamentos complexos. Temas que funcionam bem com atores reais.
O elenco jovem pode ser a chave do sucesso?
Mason Thames está em alta depois de O Telefone Preto. O garoto sabe atuar e tem a idade certa para fazer Soluço. Nico Parker também mostrou talento desde cedo. A química entre eles pode ser o diferencial.
Gerard Butler voltando como Stoico é uma jogada inteligente. Ele já tinha a voz do personagem. Agora só precisa botar o corpo junto. A continuidade ajuda os fãs a aceitarem a transição.
O resto do elenco também parece ter sido escolhido com cuidado. Julian Dennison já provou que sabe fazer comédia e drama. Gabriel Howell e os outros jovens trazem energia nova para a franquia.
A tecnologia evoluiu o suficiente?
Uma das maiores preocupações é como Banguela vai ficar em CGI. Mas a tecnologia de hoje não é a mesma de 2019, quando O Rei Leão decepcionou todo mundo. Os efeitos estão muito mais avançados.
A equipe testou várias versões do dragão até encontrar uma que funcionasse. Eles entenderam que Banguela precisa ser expressivo, não apenas realista. Isso é meio caminho andado para dar certo.
Os cenários de Berk também parecem impressionantes nos trailers. A mistura de locações reais com efeitos digitais está bem convincente.
Por que o Brasil entrou na estratégia?
A visita do elenco ao Brasil não é só marketing vazio. O país sempre foi um dos maiores mercados para a franquia. Os brasileiros têm uma conexão emocional real com esses personagens.
Gerard Butler já veio ao Brasil outras vezes e sempre foi bem recebido. A Universal sabe que investir no público brasileiro pode fazer a diferença na bilheteria mundial.
Trazer o elenco para cá também mostra respeito pelos fãs. É uma forma de dizer: “vocês importam para nós”. E isso conta pontos com o público.
O que pode dar errado?
Claro que o filme pode decepcionar. Live-actions têm essa tendência. O maior risco é tentar copiar a animação cena por cena em vez de criar algo novo.
Outra preocupação é o tom. A animação tinha momentos engraçados e outros bem sérios. Equilibrar isso com atores reais não é fácil. Se errar a mão, pode ficar forçado.
A duração também preocupa. 2 horas e 5 minutos é bastante tempo. Se o roteiro não sustentar, o filme pode ficar arrastado.
Vale a pena dar uma chance?
Por mais que live-actions tenham histórico ruim, este pode ser a exceção. Tem diretor experiente, elenco competente e uma história sólida como base.
Além disso, Como Treinar o Seu Dragão sempre foi sobre segundas chances. Soluço deu uma chance para Banguela. Talvez devêssemos dar uma chance para este filme.
No mínimo, vai ser interessante ver como Berk fica na vida real. E quem sabe não nos surpreendemos positivamente? Stranger things have happened.
A franquia merece esse carinho?
A trilogia original fez muita gente chorar. Ensinou sobre amizade, família e crescimento. São valores que nunca saem de moda. Se o live-action conseguir capturar um pouco dessa magia, já valeu a pena.
O importante é ir assistir sem expectativas muito altas nem muito baixas. Ver como uma nova interpretação de uma história que já amamos. E torcer para que Banguela continue sendo o dragão mais fofo do cinema.