A Volkswagen não está brincando quando o assunto é carro elétrico. A montadora alemã revelou seus planos mais ambiciosos: três novos modelos que prometem mexer com o mercado. O ID.2all, o ID.GTI e o Golf GTI elétrico não são apenas mais uns carros caros para rico comprar. A ideia é democratizar a tecnologia elétrica de verdade, com o ID.2all chegando por menos de 25 mil euros.
O CEO Thomas Schäfer quer fazer da Volkswagen uma “marca para amar” de novo. Depois de anos fazendo carros sem alma, parece que entenderam o recado do mercado. Os consumidores querem elétricos que não custem uma fortuna e ainda tenham personalidade. A montadora prometeu lançar dez novos elétricos até 2026, e esses três são apenas o começo.
O que torna o ID.2all tão especial para o futuro?
O ID.2all é o carro que pode mudar tudo. Imagine um elétrico com 450 km de autonomia que custa menos que muito carro a combustão por aí. Esse é o sonho que a Volkswagen quer realizar até 2026. O carro será “tão espaçoso quanto um Golf, tão barato quanto um Polo“. É uma proposta tentadora para quem quer entrar no mundo elétrico sem quebrar o banco.
Andreas Mindt, diretor de design, explicou que o ID.2all representa uma nova linguagem visual. Eles querem “transferir o DNA dos ícones para o futuro”, lembrando os clássicos Beetle, Golf e Polo. No interior, corrigiram os erros dos primeiros ID com botões físicos para o ar-condicionado. Parece que finalmente entenderam que touch screen para tudo não funciona.
A tecnologia é impressionante para um carro “barato”. Vem com sistema IQ.LIGHT, Travel Assist e planejador de rotas elétrico. A bateria carrega de 10% a 80% em apenas 20 minutos. É tecnologia premium chegando no segmento popular.

Por que o ID.GTI pode ser o esportivo elétrico que todos esperavam?
O ID.GTI quer provar que a sigla GTI continua viva na era elétrica. Previsto para 2026, promete mais de 228 cavalos em um carro compacto e leve. É receita para fazer bonito nas curvas. O conceito apresentado em 2023 impressionou com visual agressivo e promessa de performance.
Thomas Schäfer garante “experiência autêntica e excitante”. Isso inclui chassi esportivo, som artificial que simula motor e toda personalidade dos GTI lendários. Kai Grunitz, responsável técnico, prometeu que não será “apenas potência pura”. Querem juntar prazer de condução com responsabilidade ambiental.
A estratégia é criar uma subfamília GTI totalmente elétrica. Depois virão versões esportivas de outros ID. Cinquenta anos após o primeiro Golf GTI, querem provar que ainda sabem fazer carros que aceleram o coração.
Qual é a grande aposta do Golf GTI elétrico?
O Golf GTI elétrico é a jogada mais arriscada da Volkswagen. Transformar o ícone da marca em elétrico não é brincadeira. Previsto para 2026, promete manter tração dianteira, design característico e alma esportiva. Schäfer garante que os protótipos testados tiveram resultados “promissores”.
O desafio é combinar alta potência com tração dianteira. Elétricos entregam torque instantâneo, complicado de controlar com as rodas da frente. A Volkswagen trabalha nisso há tempos e parece ter encontrado soluções. Será baseado na nova plataforma SSP, mais avançada que a atual MEB.
Uma questão é se chegará ao Brasil. Por enquanto, só confirmaram o mercado europeu. O Brasil tem paixão histórica pelos GTI, então faria sentido trazer. Seria um marco ter um GTI elétrico rodando por aqui.
Como esses três modelos se comparam com a concorrência atual?
A concorrência está acirrada. Marcas chinesas como BYD chegam com carros baratos e equipados. A Tesla domina o premium. O ID.2all vai competir com o Renault 5 elétrico e Nissan Micra elétrico. A vantagem da Volkswagen é a tradição e rede de concessionárias estabelecida.
Os GTI elétricos enfrentam desafio diferente. Não existe muita concorrência em esportivos elétricos acessíveis. A maioria custa uma fortuna, como o Tesla Model S Plaid. Os GTI podem criar um nicho novo: esportivos elétricos para gente normal. É aposta interessante para gerações preocupadas com a sustentabilidade, mas que não abrem mão da diversão.
A Volkswagen tem uma vantagem importante: experiência. Sabem fazer carros duráveis e práticos. A marca ainda tem peso no mercado mundial. Essa reputação pode ser fundamental para conquistar quem ainda tem receio dos elétricos.
A Volkswagen está apostando todas as fichas na estratégia certa?
Acho que estão cometendo o mesmo erro de sempre: chegando tarde na festa. Enquanto enrolaram com o Dieselgate, a Tesla dominou o premium e as chinesas tomaram o popular. Agora querem recuperar o tempo perdido com três modelos de uma vez. Pode dar certo, mas é arriscado demais.
A Volkswagen ainda não resolveu problemas básicos dos elétricos atuais. O ID.3 e ID.4 continuam com software travado e qualidade questionável. Como querem convencer que os novos serão diferentes? A promessa de elétricos baratos é tentadora, mas a realidade costuma ser diferente.
A Volkswagen precisa provar que aprendeu com os erros antes de prometer revolução. Caso contrário, pode ser mais uma decepção em uma década já cheia delas.