A trajetória de Sérgio Leite de Andrade na indústria siderúrgica teve início com sua formação em Engenharia Metalúrgica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, concluída em 1976. Pouco depois, conquistou o título de mestre pela Universidade Federal de Minas Gerais. Ainda no início da carreira, ele ingressou na Usiminas, onde assumiu diversas funções técnicas e de liderança, construindo sua reputação por meio de dedicação e resultados consistentes.
Entre 2016 e 2022, Sérgio liderou a companhia como diretor-presidente, período em que consolidou mudanças significativas. Sua gestão foi marcada por inovação, reestruturação de processos e ampliação da presença da empresa no mercado internacional. Ao longo da trajetória, acumulou 15 cargos executivos, com forte atuação nos setores de operações, tecnologia e planejamento estratégico, mantendo-se como uma voz influente mesmo após deixar a presidência.
Que papel a formação e a atuação acadêmica desempenharam em sua carreira?
O envolvimento acadêmico de Sérgio Leite foi tão notável quanto sua carreira corporativa. Ele publicou mais de 60 artigos em congressos nacionais e internacionais, abordando tendências e avanços da siderurgia, o que demonstra seu compromisso com a disseminação do conhecimento. Essa produção técnica ampliou seu reconhecimento dentro e fora do Brasil.

Além disso, exerceu papéis importantes como vice-presidente da Sociedade Mineira de Engenheiros e membro do Comitê de Tecnologia do International Iron and Steel Institute (IISI). Essas funções reforçam sua atuação além da gestão empresarial, destacando a busca pela inovação contínua, o incentivo ao diálogo técnico e a construção de redes colaborativas entre indústria e academia.
Quais contribuições Sérgio Leite deixou no setor industrial e siderúrgico?
Sérgio Leite foi uma presença estratégica em diversos conselhos e fóruns que moldaram os rumos da indústria do aço no Brasil. Ele participou ativamente do Instituto Aço Brasil e da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), influenciando políticas industriais e fomentando parcerias entre empresas e centros de pesquisa. Essa atuação foi decisiva para aumentar a competitividade do setor.
Entre suas principais frentes de atuação:
- Fortalecimento da representatividade do setor em fóruns internacionais
- Promoção de políticas para sustentabilidade na cadeia do aço
- Incentivo à formação de mão de obra e desenvolvimento técnico
- Participação na modernização regulatória e tecnológica do setor
Qual foi o impacto de sua liderança na cultura da Usiminas?
Sua gestão fortaleceu os laços da Usiminas com as comunidades e colaboradores, promovendo projetos sociais e práticas sustentáveis. Sérgio acreditava que o sucesso industrial passa também pela responsabilidade social, motivo pelo qual priorizou investimentos em educação, saúde e desenvolvimento regional, especialmente em cidades como Ipatinga.

Ele foi reconhecido por adotar uma postura humana na liderança, ouvindo suas equipes e incentivando o crescimento interno. A cultura organizacional sob seu comando valorizou transparência, ética e inovação, criando um ambiente propício à formação de talentos e à continuidade da excelência operacional da empresa.
De que forma ele impulsionou a modernização da indústria do aço?
Durante sua gestão, Sérgio liderou esforços para integrar novas tecnologias à produção siderúrgica, ampliando a eficiência e reduzindo impactos ambientais. Sua visão incluía a digitalização de processos, uso de inteligência artificial e automação de linhas de produção. Esses avanços colocaram a Usiminas entre as siderúrgicas mais modernas da América Latina.
Essas transformações incluíram:
- Automação industrial de unidades operacionais
- Integração com centros de pesquisa para inovação aplicada
- Projetos para redução da pegada de carbono
- Ampliação do uso de inteligência de dados para planejamento
Qual é o legado deixado por Sérgio Leite de Andrade para a indústria brasileira?
O exemplo de comprometimento e visão estratégica deixado por Sérgio permanece como referência para o setor. Sua habilidade em alinhar interesses corporativos com o bem-estar coletivo fez da Usiminas um símbolo de responsabilidade e progresso. A forma como liderava, sempre com ética e coerência, tornou-se inspiração para gerações futuras.
Sua morte em julho de 2025 gerou comoção e reflexão sobre os caminhos da siderurgia brasileira. Seu legado inclui não só conquistas empresariais, mas também valores que fortalecem a cultura organizacional. Hoje, seu nome representa resiliência, integridade e a crença de que a indústria pode e deve ser uma força positiva para a sociedade.