Vamos esclarecer uma coisa de cara: não existe mais moto que não precisa de habilitação nenhuma. Essa época passou. Desde 2016, todo mundo que quer pilotar uma “cinquentinha” precisa ter pelo menos a ACC (Autorização para Conduzir Ciclomotor). É uma habilitação mais simples que a CNH, mas é obrigatória.
Agora que ficou claro, vamos ao que interessa. As motos de até 50cc continuam sendo uma excelente opção para quem quer economia, praticidade e um processo de habilitação mais rápido. Com a ACC, você pode pilotar ciclomotores que não passem de 50 km/h de velocidade máxima.
O mercado brasileiro tem várias opções interessantes nessa categoria. A Shineray domina o segmento com modelos que combinam preço acessível e boa qualidade. Mas existem outras marcas oferecendo alternativas bacanas para diferentes perfis de usuário.
O legal das cinquentinhas é que elas atendem desde estudantes que precisam chegar na faculdade até profissionais que fazem entregas. São leves, econômicas e fáceis de estacionar. Além disso, a manutenção não quebra o orçamento.
Qual a diferença entre ACC e CNH mesmo?
A ACC é mais simples e barata de tirar. São 20 horas de aulas teóricas e 10 de prática, contra 45 teóricas e 20 práticas da CNH categoria A. O processo é mais rápido e custa menos.
Mas tem um porém: a ACC só serve para ciclomotores de até 50cc e 50 km/h. Se um dia você quiser uma moto maior, vai ter que tirar a CNH do zero. Por isso, muita gente já emenda e tira direto a CNH categoria A.
A diferença de preço entre os dois processos não é tão grande assim. Em muitos lugares, a diferença fica na casa dos R$ 200 a R$ 300. Considerando que a CNH te dá liberdade total para qualquer moto, pode valer mais a pena.
Mas se você tem certeza de que quer só uma cinquentinha, a ACC é perfeita. Menos tempo de curso, menos dinheiro gasto e você já sai pilotando.

Quais são os melhores modelos disponíveis no mercado?
A Shineray Jet 50S é praticamente imbatível no quesito custo-benefício. Por cerca de R$ 8.000, você leva uma moto com painel digital, rodas de liga leve, freio a disco dianteiro e compartimento sob o assento. O consumo chega a 45 km/l.
A Shineray Phoenix 50 é outra opção forte. Mais básica que a Jet, mas ainda assim bem equipada. Custa em torno de R$ 6.990 e oferece partida elétrica, transmissão semiautomática e tanque de 3 litros. Perfeita para quem quer gastar pouco.
A Phoenix S é a versão incrementada da Phoenix comum. Vem com painel digital, amortecedores diferenciados e visual mais esportivo. O preço fica na casa dos R$ 7.390.
A Phoenix S EFI é o topo de linha da Shineray no segmento. Foi o primeiro ciclomotor da marca com injeção eletrônica no Brasil. Custa mais caro, mas oferece melhor desempenho e economia.
Como essas motos se comportam no dia a dia?
As cinquentinhas são ideais para trajetos urbanos curtos. Funcionam muito bem para ir ao trabalho, faculdade ou fazer compras no bairro. O problema é quando você precisa pegar uma avenida mais movimentada ou fazer um trajeto mais longo.
A velocidade máxima de 50 km/h pode ser limitante em algumas situações. Em avenidas onde o trânsito flui a 60-70 km/h, você vai ficar na rabeira. Por isso, essas motos devem circular sempre na faixa da direita.
O consumo é realmente impressionante. A maioria faz entre 40 e 45 km/l, o que significa gastar muito pouco com combustível. Com o tanque pequeno (3 a 3,5 litros), você não gasta nem R$ 20 para encher.
A manutenção também é barata. Como são motores simples, as revisões custam pouco e as peças são acessíveis. A Shineray tem boa rede de assistência técnica, o que facilita na hora do reparo.
Quais as principais limitações dessas motos?
A primeira limitação é óbvia: velocidade. Se você precisa pegar estradas ou avenidas rápidas com frequência, uma cinquentinha vai te atrapalhar mais que ajudar.
O segundo ponto é o conforto. São motos pequenas, com suspensão básica e assento não muito generoso. Para trajetos longos, pode cansar.
A capacidade de carga também é limitada. Você consegue levar uma mochila, algumas sacolas do mercado, mas nada muito pesado. Se precisa carregar muito peso no trabalho, talvez seja melhor investir numa moto maior.
Por último, algumas cinquentinhas têm problemas de qualidade. Como são motos baratas, às vezes os fabricantes cortam custos em componentes importantes. É importante pesquisar bem antes de comprar.
Vale mais a pena comprar ou partir direto para uma moto maior?
Depende muito do seu perfil. Se você mora numa cidade pequena, faz trajetos curtos e prioriza economia acima de tudo, uma cinquentinha pode ser perfeita.
Para quem mora em cidade grande, precisa pegar avenidas movimentadas ou faz trajetos mais longos, é melhor investir numa moto de 125cc ou 150cc. A diferença de preço não é tão grande, mas o ganho em desempenho e versatilidade é enorme.
Outra coisa a considerar é a revenda. Motos maiores mantêm melhor o valor ao longo do tempo. Uma Honda CG 160, por exemplo, vai valer mais no mercado de usados que qualquer cinquentinha.
Mas se o orçamento está apertado e você precisa de transporte agora, as cinquentinhas cumprem bem o papel. São uma porta de entrada para o mundo das duas rodas.
Por que as cinquentinhas ainda fazem sucesso no Brasil?
O preço é o principal fator. Numa época em que uma moto 125cc nova custa pelo menos R$ 12.000, pagar R$ 7.000 por uma cinquentinha faz diferença no orçamento.
A facilidade para tirar a ACC também conta. Muita gente tem pressa para ter um transporte e não quer esperar meses fazendo curso de CNH.
Além disso, a economia de combustível é um atrativo e tanto. Com a gasolina cara, fazer 45 km/l é um alívio para o bolso.
Por último, essas motos atendem bem um público específico: jovens universitários, aposentados que querem um transporte básico e profissionais que fazem entregas no bairro.
As cinquentinhas não são perfeitas, mas para quem precisa de mobilidade barata e eficiente, elas ainda são uma alternativa válida. Só não esqueça: mesmo sendo pequenas, ACC é obrigatória e capacete também.