O reajuste do salário mínimo para 2026 está previsto em R$ 1.631,00, ou seja, um aumento nominal de cerca de 7,44% em relação aos R$ 1.518,00 atuais. Essa previsão incorpora inflação e um ganho real limitado, com impactos relevantes para trabalhadores, aposentados e as contas públicas.
Qual é o valor estimado e como ele foi calculado?
O valor de R$ 1.631,00 para o piso nacional no ano de 2026 consta no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2026, enviado pelo governo ao Congresso Nacional.
O aumento nominal estimado é de 7,44% sobre o valor vigente em 2025 (R$ 1.518,00).
Parâmetros do cálculo
- A correção considera a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para famílias com renda até cinco salários mínimos — estimativa de cerca de 4,78%.
- Além disso, há um ganho real máximo para o piso nacional, fixado em até 2,5% acima da inflação, conforme as regras do arcabouço fiscal vigente.
- O índice de crescimento do produto interno bruto (PIB) de dois anos anteriores também entra no cálculo, porém esse componente está limitado pela regra do ganho real.
Observações
- Trata‑se de previsão ainda sujeita à aprovação final pelo Congresso Nacional.
- O valor pode se ajustar caso a inflação apurada até novembro de 2025 (INPC acumulado) seja maior do que estimado.

Quais os principais cenários e variáveis de risco?
Cenários possíveis
- Cenário base (realista): o valor de R$ 1.631,00 será confirmado e refletirá o reajuste de 7,44%.
- Cenário otimista: inflação menor ou crescimento econômico maior possibilitaria ganho real acima de 2,5%, elevando o piso para cerca de R$ 1.650 – 1.657.
- Cenário de risco: se a inflação for muito alta ou se houver deterioração fiscal, o ganho real poderia ser reduzido ou contingenciado, o que limitaria o impacto positivo para os trabalhadores.
Variáveis de risco
- Inflação superior à estimativa (INPC) — compromete poder de compra mesmo com reajuste.
- Pressão nas contas públicas — cada R$ 1 de aumento no salário mínimo representa impacto significativo para o governo.
- Mercado de trabalho e produtividade — se a economia não crescer conforme o esperado, pode haver maior tensão entre piso salarial, emprego formal e informalidade.
- Aprovação legislativa — o valor ainda depende de tramitação orçamentária.
Quais os impactos esperados para a economia e para os cidadãos?
Para trabalhadores e aposentados
- Os que ganham o piso terão aumento nominal, o que melhora o rendimento, desde que o ganho real seja preservado.
- Benefícios sociais e previdenciários vinculados ao salário mínimo (como pensões e o BPC) também serão reajustados. Meu Tudo+1
- No entanto, se a inflação avançar muito, o aumento pode não compensar totalmente a perda de poder de compra.
Para empresas e mercado de trabalho
- Elevação do custo de mão‑de‑obra para quem remunera pelo piso ou salários próximos, o que pode pressionar pequenos negócios.
- Em contextos de baixa produtividade ou demanda fraca, há risco de informalização ou desaceleração de contratações.
- Por outro lado, aumento do poder de compra dos trabalhadores pode estimular consumo, beneficiando setores de varejo e serviços.
Para as contas públicas
- O reajuste impacta gastos obrigatórios da União, estados e municípios. O governo estima que cada R$ 1 a mais no piso eleva em cerca de R$ 429,3 milhões a despesa anual.
- Isso exige maior equilíbrio fiscal para manter o cumprimento das metas de déficit ou superávit.
Efeitos amplos
- Pressão sobre preços: se o aumento for repassado por empresas, pode haver efeito sobre inflação.
- Discursos de política econômica: o reajuste reforça compromisso do governo com valorização do trabalho, mas também testa resistência fiscal.
O que fica para vigorar em 2026?
O reajuste do salário mínimo para 2026 configura‑se como um movimento importante para manter o poder de compra dos trabalhadores e preservar garantias sociais.
A previsão de R$ 1.631,00 e aumento nominal de cerca de 7,44% mostram compromisso com ganho real, mas ainda enfrentam riscos como inflação elevada e restrições fiscais.






