Imagine uma espécie que já existia quando os dinossauros ainda caminhavam pela Terra, e que, desde então, praticamente não mudou. Essa é a realidade da Ginkgo biloba, uma árvore que carrega em si a história do planeta. Mais do que uma planta ornamental, ela simboliza resiliência, continuidade e presença ancestral na paisagem humana.
Chamado de “fóssil vivo”, o Ginkgo biloba é a única sobrevivente de um grupo de plantas que dominou a Terra há centenas de milhões de anos. Suas folhas em formato de leque, tão distintas que parecem esculpidas à mão, fizeram dela uma das árvores mais reconhecíveis e admiradas do mundo. Não é por acaso que a espécie voltou a ocupar destaque nos jardins urbanos europeus, principalmente em projetos contemporâneos da República Checa, onde ganhou status de tendência no paisagismo moderno.
Uma árvore que carrega história e resistência incomparáveis
A Ginkgo biloba é reconhecida como uma das espécies mais resilientes já catalogadas. Um dos episódios mais chocantes de sua história ocorreu em Hiroshima, em 1945: apesar da destruição total causada pela explosão atômica, alguns exemplares de Ginkgo próximos ao epicentro voltaram a brotar na primavera seguinte. Enquanto quase toda a vegetação local morreu, essas árvores resistiram. Desde então, tornaram-se símbolos mundiais de coragem e renascimento.
Essa resistência extraordinária também justifica sua crescente popularidade nas cidades. O Ginkgo tolera poluição, solo compactado, temperaturas extremas e pouca manutenção, uma combinação rara para árvores de grande porte. Por isso, está substituindo espécies mais frágeis em ruas, praças e áreas urbanas de toda a Europa Central.
Como cultivar e cuidar da Ginkgo Biloba
Apesar de sua história grandiosa, cultivar o Ginkgo é mais simples do que parece. Veja os cuidados essenciais para ter um exemplar saudável:

- Luz e ambiente
Prefere sol pleno ou meia-sombra. Quanto mais luz recebe, mais intensa fica a coloração amarela no outono. - Solo e drenagem
Adapta-se a diferentes tipos de solo, mas desenvolve-se melhor em terrenos bem drenados. Tolera pH variado e até solos urbanos compactados. - Macho ou fêmea?
Essa é a grande pegadinha para quem quer cultivá-la em áreas urbanas. As árvores femininas produzem frutos que, ao apodrecer, exalam um cheiro forte e desagradável. Os exemplares masculinos, por outro lado, não apresentam esse problema e são os preferidos no paisagismo. - Crescimento e espaço
O Ginkgo cresce de forma lenta nos primeiros anos, mas pode atingir entre 20 e 30 metros quando adulto. É preciso garantir um local definitivo e bem planejado para o plantio. - Manutenção mínima
A espécie raramente é atacada por pragas ou doenças. Uma vez estabelecida, exige irrigação ocasional apenas nos períodos mais secos.
Curiosidades que tornam essa árvore ainda mais fascinante
- As folhas caem quase simultaneamente no outono, formando um tapete dourado incrível.
- É uma das poucas árvores com folhas em formato de leque, resultado de uma linhagem ancestral distinta.
- Pode viver séculos — alguns exemplares em templos orientais ultrapassam mil anos.
- Seu genoma é enorme, e estudos sugerem que isso está relacionado à sua impressionante longevidade e resistência ambiental.
Por que vale a pena ter um Ginkgo no jardim?
Além de ser visualmente marcante, o Ginkgo oferece uma combinação rara de estética, história e durabilidade. É ideal para quem deseja uma árvore que exija pouca manutenção, resista a condições adversas e ainda presenteie o espaço com um espetáculo amarelo no outono.
Plantar um Ginkgo biloba é, de certa forma, plantar um pedaço da história viva do planeta. Uma árvore que atravessou eras, sobreviveu a catástrofes e continua impressionando por sua força e beleza. Para jardins residenciais, paisagismo urbano ou projetos que buscam impacto visual e significado, o Ginkgo é uma escolha incomparável.






