Embora o termo “oficial” seja amplamente buscado, o valor do salário mínimo para 2026 ainda tramita como uma proposta formal do governo. O número que define o orçamento e a vida de milhões de brasileiros foi enviado ao Congresso Nacional e, se confirmado, representará o segundo ano consecutivo de aumento real (acima da inflação).
O valor proposto está consolidado no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026. Este número, que serve de base para todos os cálculos do governo, é de R$ 1.631.
Este reajuste não afeta apenas quem recebe o piso salarial, mas redefine os valores de benefícios previdenciários, como aposentadorias do INSS e o BPC, além do abono salarial e do seguro-desemprego. Entender essa proposta é crucial para o planejamento financeiro do próximo ano.
Qual é o valor para o salário mínimo em 2026?
O Governo Federal enviou ao Congresso Nacional a proposta (PLN 15/25) que estima o salário mínimo em R$ 1.631,00 a partir de 1º de janeiro de 2026.
Este valor representa um aumento de R$ 113 em relação ao piso vigente em 2025, que é de R$ 1.518. Em termos percentuais, o reajuste proposto é de 7,44%.
Como o novo salário mínimo é calculado?
O valor de R$ 1.631 não é arbitrário. Ele segue a nova política permanente de valorização do salário mínimo, que determina que o reajuste seja calculado com base em dois fatores combinados:
- Inflação (INPC): A correção pela inflação do ano anterior, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
- Crescimento do PIB: A soma do crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes (neste caso, o PIB consolidado de 2024).
A proposta de R$ 1.631 foi calculada com base na projeção da inflação mais um ganho real de 2,5%, que corresponde ao crescimento da economia em 2024. Isso garante que o poder de compra do trabalhador aumente acima da simples reposição inflacionária.
Por que este valor ainda não é o oficial?
O valor de R$ 1.631 é a projeção oficial do governo, mas o número final pode sofrer uma leve alteração. Isso acontece porque o cálculo depende da inflação (INPC) acumulada até novembro de 2025.

O processo funciona da seguinte forma:
- O governo envia o Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) ao Congresso em agosto, usando uma estimativa da inflação.
- O Congresso deve analisar e aprovar o orçamento até o final de dezembro.
- No início de 2026, o governo observa o dado real da inflação acumulada e publica o decreto final com o valor exato.
Portanto, se a inflação de 2025 fechar um pouco acima ou abaixo do projetado, o valor final pode variar alguns reais para mais ou para menos.
O que muda na sua vida com o salário em R$ 1.631?
O salário mínimo é o piso para milhões de benefícios e obrigações no Brasil. Um reajuste para R$ 1.631 impacta diretamente:
- Aposentadorias e Pensões do INSS: Nenhum beneficiário da previdência pode receber menos que o piso nacional. Assim, todas as aposentadorias e pensões no valor de R$ 1.518 serão automaticamente reajustadas para R$ 1.631.
- Benefício de Prestação Continuada (BPC): Idosos acima de 65 anos e pessoas com deficiência de baixa renda que recebem o BPC passam a ter direito a R$ 1.631 mensais.
- Abono Salarial (PIS/Pasep): O valor do abono é pago proporcionalmente aos meses trabalhados no ano-base (2024), mas o teto do benefício passa a ser de R$ 1.631.
- Seguro-Desemprego: A parcela mínima do seguro-desemprego também é corrigida, não podendo ser inferior a R$ 1.631.
- Contribuições (MEI): O valor da contribuição mensal do Microempreendedor Individual (MEI) é baseado no salário mínimo, portanto, também será reajustado.
Quem ganha acima do mínimo terá o mesmo aumento?
Não. É fundamental diferenciar o reajuste do piso salarial do reajuste dos benefícios acima dele.
Aposentados e pensionistas do INSS que recebem acima de um salário mínimo não se beneficiam do ganho real do PIB. Para esses beneficiários, o reajuste é feito com base apenas na inflação acumulada, medida pelo INPC.
Isso significa que, se a inflação fechar em 4,78% (conforme uma das projeções), o reajuste para quem ganha o teto do INSS, por exemplo, será apenas desse percentual, e não os 7,44% do piso.






