É cada vez mais comum ver adultos voltando a atividades da infância, como livros de colorir, colecionar bonecos ou usar roupas delicadas com laços. Essas retomadas são mais que simples nostalgia: representam uma reconexão com o lado simples da vida e uma fuga da correria cotidiana.
Segundo a psicologia, esse retorno aos hobbies infantis pode trazer benefícios reais à saúde mental — desde que não se transforme em competição ou perfeccionismo exagerado. Aqui está o que a ciência diz.
Por que retomar um hobby de infância pode ajudar a reduzir o estresse?
Quando adultos resgatam brincadeiras ou paixões da infância, eles ativam uma postura mais presente, lúdica e livre de obrigações. Estudos mostram que lembrar o “eu-criança” aumenta o foco no presente hedonístico, o que favorece estados de relaxamento.
Além disso, esse tipo de atividade pode gerar prazer intrínseco — algo que reduz sintomas de ansiedade e melhora o humor. Segundo uma revisão, “hobbies ajudam a mitigar ansiedade, estresse e depressão, além de promover satisfação de vida”.
Hobby infantil resgatado: livros de colorir, coleções e o benefício da simplicidade
Atividades aparentemente simples, como livros de colorir ou colecionar bonecos, retornam como hobbies adultos com benefícios específicos:
- Estimulação criativa sem pressão de resultado
- Momentos de atenção plena (mindfulness) ao colorir ou organizar a coleção
- Reconexão com memórias positivas da infância e redução de ruminação
Esse tipo de retomada promove um estado mental mais relaxado e ajuda a desconectar-se da rotina acelerada.

Uso de roupas delicadas e laços como forma de expressão lúdica e reconexão emocional
Além dos hobbies manuais, retomar estilos de vestir ou expressões visuais da infância (como roupas com laços, cores suaves, acessórios lúdicos) pode funcionar como um hobby de identidade. Aqui estão alguns efeitos:
- Reforço de uma estética pessoal que traz conforto e leveza
- Ampliação da sensação de autoexpressão, que muitas vezes ficou adormecida na rotina adulta
- Criação de rituais visuais que oferecem pausa simbólica no dia-a-dia
Essa retomada estética pode contribuir para a autoestima e a autorregulação emocional, ao resgatar o lado mais livre e espontâneo do “eu-criança”.
Quando o hobby se torna competitivo ou perfeccionista: cuidado com o efeito reverso
Embora o retorno aos hobbies infantis seja geralmente positivo, há um risco: quando esses hobbies passam a envolver competição por “quem pinta melhor”, “quem tem as melhores canetas” ou perfeccionismo excessivo, o benefício pode diminuir. Um estudo mostra que a combinação de perfeccionismo e regulação emocional inadequada está relacionada a autoestima mais baixa e maior ansiedade.
“O perfeccionismo auto-orientado elevado e o perfeccionismo socialmente prescrito estavam ambos indiretamente associados a menor autogosto e autocompetência por meio de maior catastrofização e autocrítica” — afirmam Minichiello, H.
Por isso, é importante garantir que o hobby continue sendo uma fonte de prazer e relaxamento — e não mais uma fonte de pressão.
Como aproveitar ao máximo este tipo de hobby sem cair na armadilha da competição?
Para que o retorno ao hobby infantil seja verdadeiramente benéfico, considere as seguintes sugestões:
- Foque no processo, não no resultado — desfrute de pintar, colecionar, vestir sem julgar o nível de “perfeição”
- Reserve tempo regular, mesmo que breve, para essa atividade sem interrupções ou metas externas
- Permita-se errar ou fazer “meio que” — hobby não é trabalho nem obrigação
- Compartilhe se quiser, mas evite transformar em disputa ou comparação constante
- Aproveite o hobby como momento de pausa, presença e reconexão com o simples
Seguindo essas diretrizes, você maximiza o impacto positivo desse retorno à infância e fortalece sua saúde mental.
@cnnbrlifestyle HOBBIES DE INFÂNCIA NA VIDA ADULTA Você tem redescoberto hobbies da infância, como colorir livros ou colecionar bonecos? Ou conhece alguém que voltou a se dedicar a essas atividades? Do ponto de vista da ciência, trazer isso para a vida adulta tem um impacto positivo na saúde mental, contanto que não vire objeto de competitividade e perfeccionismo. Quem explica melhor é a Marina Camargo, especialista em neurociência, bem-estar e saúde mental. #CNNBrLifestyle #SaudeMental #AtividadesLudicas #BobbieGoodies #Labubu ♬ som original – CNN Brasil Lifestyle
Perguntas Frequentes
É normal adultos retomarem hobbies da infância?
Sim. Retomar atividades de infância pode funcionar como forma de reconexão emocional e de atenção ao presente. Estudos sugerem que ativar o “eu-criança” aumenta a orientação para o momento presente.
Esse tipo de hobby realmente melhora a saúde mental?
Sim, há evidências de que engajar em hobbies está associado a menor ansiedade, menor depressão e melhor bem-estar geral.
Como evitar que o hobby vire fonte de pressão ou comparação?
Cultive o hobby como espaço livre de metas externas; concentre-se no prazer da atividade; evite medir desempenho ou competir com outros, ou consigo mesmo.
Há idade ideal para começar esse retorno aos hobbies infantis?
Não. Adultos em qualquer fase da vida podem se beneficiar desse tipo de atividade, desde que adaptada às suas circunstâncias e sem expectativas rígidas.
Posso combinar esse hobby com outras formas de autocuidado?
Sim. Retomar hobbies infantis pode complementar outras práticas de autocuidado, como meditação, caminhadas ou conversar com amigos — contribuindo de modo integrado para o bem-estar.
Desfrutar de atividades lúdicas ou expressivas que remetem à infância pode abrir um caminho valioso para aliviar a pressão adulta e cuidar da saúde mental de modo leve e criativo. Permita-se essa pausa divertida e gentil consigo mesmo.






