O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que é válido usar o salário mínimo como referência para calcular multas administrativas. A Corte esclareceu que isso não significa reajuste automático ou indexação econômica.
Com essa definição, empresas e cidadãos têm agora mais clareza sobre como as sanções podem ser aplicadas sem violar a Constituição. A decisão encerrou o julgamento do ARE 1.409.059, com repercussão geral reconhecida.
Como funciona a fixação de multas em múltiplos do salário mínimo?
O STF explicou que o salário-mínimo pode ser usado apenas como base de cálculo inicial. Isso significa que a multa é determinada em múltiplos desse valor, mas não sofre reajuste automático conforme o salário sobe.
O ministro Gilmar Mendes destacou que a Constituição proíbe apenas a indexação econômica, não a utilização do saláriomínimo como referência numérica. A decisão garante previsibilidade sem comprometer a política salarial.
Por que houve divergência entre os ministros?
Apesar da decisão final, alguns ministros manifestaram preocupações sobre os efeitos da referência ao salário-mínimo. Eles temiam que a prática pudesse gerar distorções e incertezas jurídicas.
- O ministro Dias Toffoli e outros colegas acreditavam que mesmo a referência poderia gerar distorções;
- Argumentavam que vincular o cálculo ao salário-mínimo poderia violar o objetivo constitucional de evitar indexação;
- Temor de incertezas jurídicas no valor das multas com a variação do salário;
- Apesar disso, a maioria considerou a prática constitucional e válida.

Quais são os impactos práticos dessa decisão?
Com a definição do STF, empresas e órgãos públicos ganham maior clareza sobre a aplicação de multas administrativas. A decisão ajuda a reduzir disputas judiciais e melhora a previsibilidade das sanções.
- Empresas têm maior clareza sobre o valor das multas administrativas;
- Órgãos fiscalizadores podem aplicar sanções de forma objetiva;
- Reduz disputas judiciais sobre a constitucionalidade do cálculo;
- Garante equilíbrio entre penalidade e referência econômica sem criar reajustes automáticos.
Dica rápida para gestores e profissionais do direito
Seguindo a orientação do STF, profissionais podem adotar boas práticas para o cálculo de multas, evitando problemas futuros.
- Ao calcular multas, use o salário-mínimo apenas como referência inicial;
- Evite incluir mecanismos automáticos de correção baseados no salário;
- Documente a base de cálculo para maior segurança jurídica;
- Esteja atento às decisões do STF sobre repercussão geral em casos futuros.
Curiosidade: a repercussão geral e a segurança jurídica
A decisão do STF com repercussão geral estabelece um padrão para todos os tribunais do país, garantindo mais segurança e uniformidade na aplicação das leis. Com o reconhecimento da repercussão geral, a decisão passa a servir como referência obrigatória, evitando que casos semelhantes precisem ser analisados individualmente, o que economiza tempo e recursos.
Além disso, contribui para uniformizar a interpretação da Constituição sobre multas e a questão da indexação econômica.






