O STF decidiu que é inconstitucional usar o salário mínimo como base de cálculo do adicional de insalubridade para enfermeiros, quando a empresa já adotava outro parâmetro anteriormente. A medida reforça o direito adquirido dos trabalhadores e corrige uma interpretação equivocada do TST.
Essa decisão impacta diretamente a forma como o adicional será calculado em todo o país, trazendo mais segurança jurídica e estabilidade para profissionais da área da saúde.
Por que o STF decidiu contra o uso do salário mínimo?
A decisão surgiu a partir de um caso envolvendo a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Um funcionário contratado em 2018 recebia o adicional de insalubridade calculado sobre o salário-base. Porém, em 2019, a empresa alterou a base para o salário mínimo, reduzindo o valor pago.
O TST havia validado essa mudança com base na Súmula Vinculante nº 4, que proíbe o uso do salário mínimo como indexador e impede o Judiciário de criar uma nova base de cálculo. No entanto, o STF entendeu que o TST aplicou a súmula de forma incorreta.
Segundo o ministro Dias Toffoli, relator do caso, a interpretação correta seria manter a base anterior (o salário-base) e não substituí-la por outra de forma judicial. Assim, prevalece o ato normativo que vigorava antes da mudança, respeitando o direito do trabalhador.
Acesse aqui as informações completas do Acordão.

O que muda para os profissionais de enfermagem?
Com a decisão, o cálculo do adicional de insalubridade deve seguir o parâmetro que a empresa usava antes de qualquer alteração, desde que não fosse o salário mínimo. Essa medida traz alívio para muitos profissionais que tiveram perdas salariais após ajustes internos nas empresas.
- Empresas não podem usar o salário mínimo como base de cálculo;
- Se já havia um parâmetro interno válido (como o salário-base), ele deve ser mantido;
- O direito adquirido dos trabalhadores é preservado;
- Outros casos semelhantes podem ser impactados positivamente pela decisão.
Atenção: a decisão do STF não cria uma nova regra de cálculo, mas reafirma que o Judiciário não pode substituir a base já definida por norma interna da empresa.
Essa decisão pode afetar outros trabalhadores?
Sim. Embora o caso envolva especificamente enfermeiros da EBSERH, o entendimento do Supremo Tribunal Federal serve de referência para outras categorias que enfrentam situações semelhantes. Isso reforça a importância da segurança jurídica nas relações trabalhistas.
Empresas e sindicatos devem rever seus contratos e acordos coletivos para garantir que não utilizem o salário mínimo como parâmetro, evitando futuras ações judiciais.
Dica rápida: se você é trabalhador da área da saúde, vale a pena revisar o seu contracheque e verificar qual base está sendo usada para o cálculo do adicional. Caso haja divergência, procure orientação jurídica.
Qual é o impacto jurídico dessa decisão do STF?
O impacto é duplo: reforça a validade dos atos normativos internos e limita o poder do Judiciário em criar novas bases de cálculo. A decisão também estabelece precedente para proteger a remuneração de profissionais em situações semelhantes.
- Fortalece o respeito às normas internas já existentes;
- Evita que o Judiciário altere regras de cálculo arbitrariamente;
- Garante maior previsibilidade nas relações trabalhistas;
- Consolida o entendimento sobre o uso indevido do salário mínimo como indexador.
Com essa decisão, o STF envia uma mensagem clara: mudanças que prejudiquem o trabalhador, especialmente no cálculo de adicionais, devem ser avaliadas com base no direito adquirido e nas normas vigentes à época da contratação.






