A Alemanha aprovou uma nova trajetória para o salário mínimo que entra em duas etapas e mexe no bolso de milhões de trabalhadores. A partir de 1º de janeiro de 2026, a hora passa dos atuais 12,82 € para 13,90 €, e em 1º de janeiro de 2027 sobe para 14,60 €. Na prática, para quem trabalha em jornada integral, o ganho médio projetado gira em torno de 190 € por mês na primeira etapa, mantendo fôlego ao consumo em um cenário econômico exigente.
O governo e o órgão estatístico estimam que até 6–6,6 milhões de pessoas sejam diretamente beneficiadas. O impacto é mais sentido entre trabalhadores com salários de entrada, muitas mulheres e ocupações de serviços, especialmente no leste do país. Para o orçamento doméstico, o salto de 1,08 € por hora, multiplicado por cerca de 173 horas mensais, explica a variação próxima de 190 € no holerite.
Lógica da Comissão do Salário Mínimo
A Alemanha não “puxa” valores no improviso. O ajuste segue recomendação da Comissão do Salário Mínimo, que reúne representantes de empregadores e sindicatos e revisa a cada dois anos. A ideia é equilibrar poder de compra, competitividade e previsibilidade para empresas, evitando saltos abruptos que atrapalhem a contratação. O gabinete federal acolheu integralmente a proposta, o que dá segurança jurídica para as próximas temporadas de negociação.
E a promessa de 15 € por hora?
A meta política de 15 €/h ficou no horizonte e não será atingida em 2027. O recuo traduz um cálculo de custo-benefício: elevar a proteção mínima sem pressionar demais a folha em um ciclo de crescimento fraco e desemprego mais alto que o usual. A elevação para 14,60 € é o “meio-termo” que mantém a progressão real do piso e ainda abre espaço para monitorar efeitos em emprego e preços.

Custo do novo salário para empresas
A conta empresarial existe e foi mapeada em projeções oficiais e de mercado: o custo adicional passa de 2 bilhões de euros em 2026 e cresce em 2027 com a segunda etapa. O governo defende que a escalada em dois passos permite adaptação, renegociação de contratos e ajustes de produtividade, reduzindo risco de cortes. Setores mais intensivos em mão de obra, como hotelaria, varejo e alimentação, sentirão primeiro; para esses, medidas de eficiência (escala, automação leve, desenho de turnos) viram prioridades.
Perguntas frequentes
Quando começa a valer o novo salário mínimo?
A primeira etapa, 13,90 €/h, vale a partir de 1º de janeiro de 2026. A segunda, 14,60 €/h, entra em 1º de janeiro de 2027.
Quem fiscaliza o pagamento correto?
A fiscalização é federal, com multas significativas para quem descumpre. Empregadores precisam atualizar contratos, sistemas de ponto e folha, respeitando adicionais e intervalos.
Dá para pedir reajuste antes de 2026?
O salário mínimo legal muda nessas datas. Acordos coletivos ou individuais podem prever valores maiores, mas não menores que o piso.






