A Verijet, empresa americana de jatos particulares, surpreendeu o setor ao declarar falência após acumular dívidas milionárias e enfrentar processos judiciais.
O pedido ocorreu semanas após a morte do fundador Richard Kane, encerrando de vez as operações da companhia de luxo lançada durante a pandemia.
O que levou a Verijet à falência?
O principal motivo da falência da Verijet foi o descompasso entre o faturamento e as despesas crescentes. A empresa contava com apenas US$ 2,5 milhões em ativos, frente a um passivo superior a US$ 38,7 milhões.
A queda na confiança do consumidor também agravou a crise. Em 2024 e 2025, clientes moveram ações acusando a empresa de atrasos, voos não entregues e promessas não cumpridas.
Outro fator determinante foi a dependência do sistema de “jet cards”, em que os clientes pré-pagam por horas de voo. Quando os serviços não eram prestados, as reclamações viravam processos judiciais caros e danosos à reputação da marca.
Curiosidades sobre a ascensão e queda da Verijet
Lançada em 2020, em meio à pandemia, a companhia aérea Verijet apostou em jatos de curta distância e promessas de agilidade e exclusividade. A proposta atraiu empresários e celebridades, mas a estrutura não se sustentou.
- Em 2023, chegou a ser a 13ª maior operadora de jatos privados dos EUA.
- O cartão de 50 horas de voo podia ultrapassar US$ 140 mil por cliente.
- Mesmo com expansão internacional, a operação foi interrompida abruptamente.
- A empresa declarou falência semanas após a morte do fundador, sem deixar plano de continuidade.
Outras companhias aéreas também enfrentam crise
A crise das companhias aéreas americanas em 2025 não se limita à Verijet. Grandes nomes do setor enfrentam instabilidades e dificuldades para manter as operações lucrativas.
- A Spirit Airlines entrou com pedido de falência pela segunda vez em agosto.
- Empresas menores que dependem de público premium têm sofrido com inadimplência e queda de demanda.
- Altos custos operacionais e judicialização agravam o cenário.
- Especialistas apontam que o mercado de jatos privados pode passar por consolidações nos próximos meses.
Como funciona o sistema de “jet cards” usado pela Verijet?
Um dos pilares do modelo de negócios da Verijet era a venda de cartões pré-pagos de horas de voo, conhecidos como jet cards. Eles permitiam que clientes comprassem pacotes de horas para uso sob demanda.
- Clientes adiantavam valores altos — até US$ 150 mil por 50 horas.
- Em tese, podiam usar os voos quando desejassem, sem taxas adicionais.
- No entanto, atrasos e cancelamentos se tornaram frequentes.
- Alguns consumidores nunca conseguiram usar o serviço após o pagamento.
Atenção: esse sistema exige confiança total do consumidor e uma operação impecável — o que, claramente, não foi o caso da Verijet.






