Não gostar do próprio nome é mais comum do que parece. A questão vai além da estética: envolve memórias, relações e até experiências traumáticas.
Desde cedo, o nome pode ser associado a broncas, apelidos pejorativos ou situações de vergonha, deixando marcas emocionais que afetam a identidade.
Por que tantas pessoas rejeitam o nome que receberam?
O incômodo com o próprio nome muitas vezes nasce de associações negativas. A repetição de broncas, ofensas e apelidos cria um vínculo doloroso com a palavra que deveria representar segurança.
Com o tempo, essas pessoas desenvolvem um jeito gentil de se relacionar com os outros, mas internamente carregam a sensação de que seu nome não traduz quem realmente são.
O nome próprio constitui um dos principais símbolos de identidade individual e social — Carole Hough, professora de linguística.
É possível ressignificar o nome e reconstruir a relação com a própria identidade — Créditos: depositphotos.com / AndrewLozovyi
Quando o nome se confunde com experiências de dor
Muitas pessoas relatam que não rejeitam o nome em si, mas as memórias associadas a ele. Essa confusão de identidade pode se manifestar em várias situações.
O nome lembrado em momentos de bronca ou punição
Apelidos usados como forma de humilhação
Sensação de exposição em público ao ser chamado
Com o tempo, a identidade passa a ser construída em torno da tentativa de fugir dessas associações negativas.
O impacto dos apelidos e das piadas na autoestima
Os apelidos podem parecer inofensivos, mas carregam grande peso emocional quando usados de forma repetida e pejorativa. Isso marca a forma como a pessoa se percebe.
Uso constante de apelidos em vez do nome original
Associação do nome a piadas entre colegas ou familiares
Perda do sentido de individualidade diante da exposição
A autoestima sofre, e muitos acabam se afastando da própria identidade para evitar lembranças dolorosas.
Como a falta de amor associada ao nome gera trauma
O verdadeiro problema não é a palavra em si, mas a ausência de afeto ligada a ela. Quando o nome não vem acompanhado de carinho e segurança, pode se tornar um gatilho emocional.
Sentimento de que é lembrado apenas em contextos de cobrança
Associação do som a brigas ou rejeição
Identidade construída em cima do medo de desapontar
Esse cenário ajuda a explicar por que tantas pessoas crescem sendo empáticas e cuidadosas, mas sem revelar o incômodo que sentem.
Apelidos que ridicularizam características físicas ou sociais dos alunos criam um clima de hostilidade e prejudicam o desenvolvimento emocional e social das vítimas. — Laurinda Ramalho de Almeida, psicóloga da educação.
É possível transformar a relação com o próprio nome?
Sim. O processo de ressignificação é fundamental para que o nome volte a ser um símbolo de identidade, e não de dor.
Reforçar associações positivas em conquistas pessoais
Adotar variações ou apelidos escolhidos de forma consciente
Praticar autoconhecimento para separar passado de presente
Assim, a pessoa pode reconstruir uma identidade segura, baseada em cuidado e autoestima, sem precisar rejeitar quem é.
O nome influencia na forma como os outros nos veem?
Sim. Nomes carregam estereótipos culturais e sociais que impactam a percepção externa e também a forma como nos percebemos.
Esse deveria ser símbolo de amor e identidade, mas nem sempre é vivido assim. Quando carregado de memórias dolorosas, ele se torna um desafio silencioso. O caminho está em reconstruir essa relação e ressignificar o que significa ser chamado pelo próprio nome.
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