O quitoco (Pluchea sagittalis) é uma planta medicinal tradicionalmente utilizada em várias regiões sul-americanas. Apresenta uma rica composição fitoquímica que fundamenta usos terapêuticos diversos. A seguir, destacamos três propriedades medicinais principais do quitoco e como elas agem no organismo:
- Propriedade anti-inflamatória
- Ação antioxidante e antifúngica
- Benefícios digestivos e colagógicos
Propriedade anti-inflamatória
O quitoco contém compostos fenólicos, flavonoides e terpenoides que podem modular vias inflamatórias ao inibir enzimas como COX e produzir citocinas anti-inflamatórias. Essa ação reduz inchaços e dores localizadas, especialmente em tecidos inflamados e no trato respiratório, conforme demonstrado em experimentos com extratos etanólicos.
“O extrato etanólico das partes aéreas de Pluchea quitoc apresentou atividade anti-inflamatória significativa em modelos animais, com redução de edema e inibição de mediadores inflamatórios” (DA SILVA et al., 2017).

Ação antioxidante e antifúngica
Os ácidos cafeico, clorogênico, flavonas e ésteres presentes no quitoco atuam como captadores de radicais livres, protegendo as células contra estresse oxidativo. No mesmo extrato, foi observada atividade antifúngica contra Candida spp., sugerindo duplo benefício para o organismo em condições inflamatórias e microbianas.
“O extrato etanólico e frações do quitoco exibiram capacidade de sequestro de radicais livres (IC₅₀ = 33,9 µg/mL) e inibição de crescimento de Candida spp. (MIC entre 93,75 e 187 µg/mL)” (FREITAS et al., 2022).
Benefícios digestivos e colagógicos
Tradicionalmente, o quitoco é utilizado como colagogo e colerético, estimulando a produção de bile e favorecendo a digestão de gorduras e o esvaziamento biliar. Também atua como carminativo, aliviando gases e desconforto gástrico, possivelmente por meio de compostos voláteis e terpenos presentes nas folhas.
“Nas partes aéreas do quitoco foram identificados ésteres do ácido caféico, ácidos clorogênico e isoclorogênico, canfeno, α-terpineol e óleo essencial, com propriedades digestivas e coleréticas” (HORTO DIDÁTICO HU/CCS, 2020).
Posologia, modos de uso e precauções
Para uso interno, costuma-se preparar infusão ou decocção com folhas e ramos. Uma receita comum é 2 colheres de chá da planta seca para 1 xícara de água fervente, consumida uma vez ao dia pela manhã.
Externamente, o quitoco pode ser usado em lavagens ou compressas para feridas, inflamações da pele ou aftas, aproveitando suas propriedades antimicrobianas e anti-inflamatórias.
Embora a literatura não forneça dados claros de toxicidade, recomenda-se cautela: gestantes, lactantes e pessoas com condições hepáticas devem evitar seu uso sem supervisão profissional. Uso prolongado ou doses elevadas carecem de estudos clínicos robustos.
Uso tradicional e etnobotânico do quitoco
Na medicina popular da região sul-americana, o quitoco é indicado para tratar tosse, bronquite, febre, problemas digestivos, dores uterinas e reumáticas. Já são registrados usos como sedativo, antiespasmódico e depurativo em tradições locais.
“Os ramos e folhas em decocção são usados para tratar tosse e febre; externamente, para lavar erupções e feridas” (HORTO DIDÁTICO HU/CCS, 2020).
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Aplicações práticas e dicas de uso
Para quem deseja experimentar o quitoco, recomenda-se iniciar com doses baixas (meia xícara de infusão) e observar tolerância. Evite combinações com fármacos hepáticos ou anticoagulantes sem orientação.
Os principais benefícios do quitoco
- O quitoco oferece efeito anti-inflamatório robusto, respaldado por estudo experimental (DA SILVA et al., 2017).
- Exibe atividade antioxidante significativa e ação antifúngica contra Candida spp. (FREITAS et al., 2022).
- Age como agente digestivo e colagogo, apoiando a digestão de gorduras e alívio de gases (HORTO DIDÁTICO, 2020).
Referências bibliográficas
- DA SILVA, F. A. N. et al. Estudo dos triterpenos de Pluchea quitoc e suas atividades analgésica e anti-inflamatória. Pharmacognosy Research, v. 8, n. 5, p. 104–110, 2017.
- FREITAS, L. da S. et al. Atividades antifúngica e antioxidante e composição química de extratos de Pluchea sagittalis. Research, Society and Development, v. 11, n. 7, p. 1-18, 2022.
- HORTO DIDÁTICO HU/CCS. Quitoco: composição química, usos e modo de preparo. 2020.
- RICARDO, L. M. et al. Plants from the Brazilian Traditional Medicine: species and uses. Journal of Ethnopharmacology, v. 197, p. 257-268, 2017.






