A jambu (Acmella oleracea) é uma planta amazônica reconhecida pela sensação anestésica ao contato com mucosas. Utilizada tradicionalmente no Norte do Brasil, ela contém compostos bioativos com diversos efeitos terapêuticos.
- Propriedade analgésica: alívio de dores, especialmente bucais
- Ação anti-inflamatória e antioxidante: combate a inflamações e radicais livres
- Efeito antimicrobiano e de cicatrização: proteção contra infecções e auxílio na reparação tecidual
Propriedade analgésica
O principal composto ativo é o espilantol, pertencente ao grupo das alquilamidas, que atua como anestésico local quando a jambu entra em contato com mucosas. Esse efeito alivia dores bucais como dor de dente, lesões na boca ou feridas em gengiva por sua capacidade de bloquear receptores sensoriais. Evidências recentes confirmam essas ações analgésicas da jambu.
“Tradicionalmente, tem sido utilizada por suas propriedades analgésicas e sialagogas … as folhas e inflorescências são … usadas para tratar dores orais devido às suas propriedades analgésicas” (AKTAR et al., 2024).

Propriedade anti-inflamatória
A jambu contém compostos fenólicos, flavonoides e espilantol que modulam mediadores inflamatórios, como citocinas e prostaglandinas. A ação anti-inflamatória também envolve a inibição de sinais de LPS em macrófagos, diminuindo inflamação local e sistêmica.
“O efeito anti-inflamatório do espilantol da Spilanthes acmella em macrófagos murinos ocorre por meio da redução dos mediadores inflamatórios induzidos por LPS” (WU; FAN; LIN; et al., 2008).
Ação antioxidante
Os compostos bioativos da jambu, especialmente fenóis e flavonoides, exercem ação antioxidante ao neutralizar radicais livres e impedir danos celulares por estresse oxidativo. Estudos demonstram que extratos da planta elevam marcadores de antioxidantes em modelos in vitro.
“Compostos bioativos do jambu (…) destacam a importância nutricional e medicinal, a rica composição de compostos bioativos e … a capacidade antioxidante” (MOURA et al., 2023).
Propriedade antimicrobiana e cicatrizante
Além da ação analgésica e anti-inflamatória, a jambu apresenta efeitos antimicrobianos contra fungos e bactérias, devido a suas alquilamidas e óleos essenciais. Também estimula a cicatrização de tecidos, aumentando organização de colágeno e reparação de feridas cutâneas ou mucosas.
“A pomada de Acmella oleracea é um tratamento potencial para a reparação de tendões. A formulação com 20% de A. oleracea aumenta a organização do colágeno” (WILEY, 2021).
Efeitos sobre salivação e sensações bucais
O espilantol estimula a salivação (efeito sialagogo) e provoca formigamento ou dormência quando mastigadas folhas ou flores. Esse fenômeno está associado à ativação de receptores do nervo trigêmeo e efeitos sensoriais locais, com uso tradicional para higiene bucal e alívio de desconfortos na cavidade oral.
“A planta possui propriedades de estimular a salivação, sendo anti-inflamatória, fungicida, anestésica e com potencial analgésico … o composto espilantol … causa sensação anestésica … e considerável salivação quando folhas … são mastigadas” (PINHEIRO et al., 2017).
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Modo de uso e doses seguras
Uso tradicional implica mastigar folhas ou flores ou aplicar extratos tópicos em pequenas lesões. Pomadas com cerca de 20% de extrato ou aplicação direta sobre gengivas doloridas são exemplos práticos de uso. Estudos toxicológicos indicam que o espilantol possui limiares seguros, porém seu uso em doses elevadas ou prolongadas não possui ainda consenso robusto em humanos. É recomendado evitar uso interno contínuo sem orientação especializada.
Jambu apresenta efeitos promissores em tratamentos naturais
- A jambu tem forte evidência de atuação como analgésico e anestésico local, graças ao espilantol, conforme revisões farmacológicas recentes.
- Propriedade anti-inflamatória e antioxidante da planta foi medida em modelos celulares e laboratoriais, sugerindo benefícios em inflamações e proteção contra radicais livres.
- Efeitos antimicrobianos e propriedades de cicatrização adicionam potencial útil para uso tópico, especialmente em feridas bucais ou pequenas lesões.
Referências Bibliográficas
- AKTAR, Md. A.; SHAHARIAR, M.; ROY, P.; et al. Revisão farmacológica e fitoquímica de Acmella oleracea: Potencial terapêutico e avanços recentes. SN Applied Sciences, v. 6, n. 3, 2024.
- MOURA, J. S.; et al. Compostos bioativos do Jambu (Acmella oleracea) e aplicações. Sustainability, v. 15, n. 21, p. 15231, 2023.
- PINHEIRO, A.; BOARI, L.; et al. Aplicabilidade do jambu (Acmella oleracea) na área da saúde: reconhecimento dos compostos bioativos e potenciais terapêuticos. Revista Multidisciplinar do Nordeste Mineiro, v. 13, 2023.
- WU, Li-Chen; FAN, Nien-Chu; LIN, Ming-Hui; et al. Efeito anti-inflamatório do espilantol da Spilanthes acmella em macrófagos murinos pela redução de mediadores inflamatórios induzidos por LPS. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 56, n. 6, p. 2341-2349, 2008.






