O uso do telefone por menores de idade levanta preocupações cada vez mais frequentes entre pais, educadores e pesquisadores. A relação precoce com telas está associada a impactos no sono, no aprendizado e no desenvolvimento emocional.
Entender como, quando e por que crianças e adolescentes se conectam é essencial para propor alternativas saudáveis e eficazes no cotidiano familiar.
O que a psicologia diz sobre o uso precoce de celulares?
É comum ver crianças com celulares nas mãos desde muito pequenas. Embora isso pareça inofensivo, o hábito influencia diretamente a forma como elas se comportam e interagem.
Especialistas em comportamento alertam que o uso excessivo pode afetar a regulação emocional e prejudicar habilidades sociais fundamentais para o desenvolvimento.
“A exposição a dispositivos digitais molda os padrões de atenção e autocontrole nas crianças, especialmente quando ocorre de forma repetida e sem supervisão”, afirma Daniel Kahneman, psicólogo vencedor do Nobel, conforme KAHNEMAN, Daniel. Thinking, Fast and Slow. New York: Farrar, Straus and Giroux, 2011. p. 148.
Ambientes escolares enfrentam desafios com celulares nas mochilas
O uso do telefone em sala de aula é uma das maiores preocupações de professores e gestores escolares.
- Dificulta a concentração durante as atividades
- Aumenta a exposição a bullying e comparações sociais
- Reduz o engajamento com conteúdos didáticos
Muitas escolas já adotam políticas de restrição, mas o monitoramento fora dos muros ainda é limitado.
@lanacioncom EL VIDEO QUE SE VOLVIÓ VIRAL POR MOSTRAR LA ADICCIÓN A LAS PANTALLAS Hace unas semanas, la marca de ropa y artículos deportivos Siroko, lanzó una publicidad sobre el uso de celulares en los más chicos, que dejó a muchos reflexionando sobre los riesgos que traen aparejados. Se trata de un video en el que se puede ver cómo se deteriora la salud mental de una preadolescente luego de recibir un celular de regalo: “El 50% de los adolescentes que pasan más de 5 horas frente a los dispositivos pueden manifestar depresión”, afirma la neuropsicóloga Carina Castro Fumero, quien trata el tema con frecuencia en sus redes. ¿Querés saber más sobre esta problemática? No dejes de visitar nuestra guía: www.lanacion.com/chicosypantallas Por Fundación LANACION
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Redes sociais e jogos moldam comportamentos de forma silenciosa
Aplicativos populares entre menores, como redes sociais e jogos online, ativam mecanismos de recompensa semelhantes aos de vícios.
- Estimulam a liberação constante de dopamina
- Criam dependência de notificações e curtidas
- Alteram a percepção de tempo e prioridade
Esses efeitos podem passar despercebidos pelos pais, mas impactam diretamente o bem-estar emocional dos jovens.
Interações familiares mudam quando o celular vira companhia constante
Famílias têm percebido mudanças sutis na forma como os filhos se comunicam e convivem no ambiente doméstico.
- Diminuição de conversas espontâneas
- Menor participação em refeições e atividades coletivas
- Maior isolamento mesmo dentro de casa
Esse distanciamento pode enfraquecer vínculos e dificultar a formação de hábitos saudáveis a longo prazo.
“O ambiente familiar é um dos contextos mais influentes na formação de hábitos duradouros”, destaca Wendy Wood, psicóloga comportamental, conforme WOOD, Wendy. Good Habits, Bad Habits. New York: Farrar, Straus and Giroux, 2019. p. 93.
Como criar limites digitais saudáveis na infância?
Estabelecer regras claras e constantes sobre o uso de celulares ajuda a reduzir conflitos e prevenir excessos.
- Definir horários sem telas (como nas refeições)
- Promover atividades físicas e ao ar livre
- Oferecer alternativas offline que estimulem a criatividade
Quando os limites são aplicados com empatia e constância, as crianças tendem a desenvolver maior autonomia e equilíbrio digital.

Perguntas Frequentes
A partir de que idade uma criança pode ter celular?
Não há uma regra única, mas muitos especialistas recomendam adiar ao máximo o uso pessoal de smartphones. O ideal é que o primeiro aparelho seja concedido com supervisão e objetivos claros, geralmente a partir dos 12 anos.
Celular pode afetar o sono infantil?
Sim. A luz azul das telas e o estímulo constante atrapalham a produção de melatonina e atrasam o sono, especialmente se o uso ocorrer à noite.
Como os pais podem monitorar o uso sem invadir a privacidade?
Aplicativos de controle parental, diálogo frequente e acordos familiares são estratégias eficazes. O objetivo deve ser criar um ambiente de confiança e aprendizado, não de vigilância extrema.
Equilibrar liberdade e responsabilidade digital é um dos grandes desafios da infância contemporânea. Com orientação adequada e envolvimento ativo dos adultos, é possível transformar o uso do celular em ferramenta de aprendizado, e não de dependência.
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