O boldo (Plectranthus barbatus ou Peumus boldus, dependendo da variedade) é amplamente utilizado na fitoterapia brasileira como planta digestiva, hepática e desintoxicante. Suas folhas contêm compostos bioativos que atuam em diferentes sistemas do corpo, sendo reconhecido por suas aplicações terapêuticas tradicionais e científicas.
- Efeito hepatoprotetor com ação benéfica sobre o fígado
- Ação digestiva eficaz no alívio de indigestão e cólicas
- Propriedade antioxidante que combate o estresse celular
Efeito hepatoprotetor
O boldo contém boldina, um alcaloide com ação protetora sobre o fígado, que estimula a produção e o fluxo da bile e contribui para a regeneração hepática. Essa substância também possui ação antioxidante, o que reforça sua capacidade de preservar a função hepática, como apontado por estudos conduzidos por Speisky e colaboradores.
“A boldina demonstrou atividade hepatoprotetora significativa em modelos de toxicidade hepática induzida, reduzindo os níveis de enzimas hepáticas e promovendo regeneração celular” (SPEISKY et al., 1991).
Benefícios para a digestão
O uso do boldo como planta digestiva é tradicionalmente reconhecido e apoiado por estudos farmacológicos. Seus óleos essenciais e flavonoides possuem efeito colerético e espasmolítico, auxiliando no alívio de dispepsias, gases e cólicas. Essa ação é descrita na obra de Matos, referência nacional em fitoterapia.
“O extrato de boldo atua como tônico digestivo, favorecendo a produção de bile e aliviando sintomas de má digestão e flatulência” (MATOS, 2007).
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Ação antioxidante
A boldina e outros compostos fenólicos presentes no boldo conferem à planta potente atividade antioxidante. Eles neutralizam radicais livres e reduzem os danos oxidativos em células hepáticas e intestinais, como demonstrado em estudos laboratoriais conduzidos por Rubilar e equipe.
“Os extratos de Peumus boldus apresentaram elevada atividade antioxidante em ensaios in vitro, com capacidade comparável à de antioxidantes sintéticos” (RUBILAR et al., 2006).
Propriedade anti-inflamatória
Estudos indicam que o boldo também possui efeito anti-inflamatório moderado, atribuído à presença de terpenoides e flavonoides. Essas substâncias atuam na modulação de enzimas inflamatórias, o que auxilia no alívio de processos inflamatórios leves, especialmente no trato gastrointestinal.
“O extrato de Plectranthus barbatus demonstrou inibição da síntese de prostaglandinas inflamatórias, com efeito similar ao de anti-inflamatórios não esteroidais em modelos experimentais” (RAO et al., 2006).
Como utilizar o boldo com segurança e eficácia
As folhas frescas ou secas de boldo podem ser preparadas em forma de infusão ou decocção. Recomenda-se utilizar 1 colher de chá de folhas para cada xícara de água, com consumo preferencial antes ou após refeições pesadas. Seu uso deve ser moderado e não prolongado, especialmente por gestantes e pessoas com obstrução biliar.

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O boldo é uma planta de alto valor terapêutico e uso validado
- Estudos clínicos e farmacológicos confirmam os efeitos digestivos, hepáticos e antioxidantes
- Compostos ativos como boldina atuam em mecanismos celulares diversos
- Uso tradicional está alinhado à ciência, tornando o boldo uma planta confiável na fitoterapia
Referências bibliográficas
- MATOS, F. J. A. Plantas medicinais: guia de seleção e emprego de espécies no Brasil. Fortaleza: UFC, 2007.
- RAO, V. S. N. et al. Anti-inflammatory and antinociceptive effects of the crude extract of Plectranthus barbatus. Phytomedicine, v. 13, n. 4, p. 267–272, 2006.
- RUBILAR, M. et al. Antioxidant activity of boldo (Peumus boldus Mol.) extracts and isolated compounds. Journal of the Science of Food and Agriculture, v. 86, n. 10, p. 1698–1704, 2006.
- SPEISKY, H. et al. Protective effect of boldine on lipid peroxidation and liver damage induced by carbon tetrachloride. Comparative Biochemistry and Physiology, v. 100C, n. 2, p. 399–402, 1991.






