Pessoas com problemas de controle têm forte necessidade de dominar situações e ambientes, muitas vezes se envolvendo mesmo quando não lhes competiria. Esse comportamento é descrito como alguém que precisa estar no comando e se sente desconfortável quando não exerce esse papel
11 táticas sutis usadas por pessoas com problemas de controle
A psicóloga Drª Brandy Smith lista 11 estratégias comuns que pessoas com controle excessivo usam para manter domínio. Abaixo, a tradução e adaptação dessas táticas com explicações:
1. Vão se passando como “ajudantes”
Frequentemente oferecem ajuda para criar a impressão de colaboração, mas isso lhes dá controle sobre decisões e andamento.
2. Têm dificuldade em delegar
Preferem fazer tarefas sozinhos e evitam compartilhar responsabilidades, mesmo em equipes.
3. Perfeccionismo e rigidez exagerados
Acreditam que existe “uma forma certa” de tudo e resistem a qualquer flexibilidade.
4. Atenção aos detalhes em excesso
Exigem informações além do necessário antes de concordarem com qualquer ação.
5. Pressão por urgência
Criam falsa sensação de urgência para forçar decisões rápidas — mesmo quando não há real necessidade.
6. Retenção de informações
Adiam compartilhar dados importantes para manter a vantagem ou o controle da narrativa (implicado nos padrões gerais de manipulação).
7. Silêncio ou tratamento silencioso
Usam a ausência de comunicação como forma de punição emocional ou manipulação emocional.
8. Chantagem emocional ou culpa
Utilizam medo, obrigação ou culpa para coagir comportamentos nos outros — conhecido como FOG (Fear, Obligation, Guilt).
9. Manipulação
Tentam distorcer a percepção alheia, fazer a pessoa duvidar da própria memória ou sanidade.
10. Mudanças constantes
Inventam justificativas, alteram planos de última hora e deixam os outros desorientados.
11. Fazem-se permanentemente de vítimas
Frequentemente dizem que sofrem injustiça ou são incompreendidos, buscando simpatia e manipulação indireta.

Tabela comparativa das táticas
| Nº | Tática | Objetivo psicológico |
|---|---|---|
| 1 | Se fazem de “ajudantes” | Ganhar influência por aparente colaboração |
| 2 | Dificuldade em delegar | Manter controle total das tarefas |
| 3 | Rigidez e perfeccionismo | Impor sua “visão única” como a correta |
| 4 | Excesso de detalhes solicitados | Segurar controle da informação |
| 5 | Pressão por urgência | Induzir decisões imediatas sem reflexão |
| 6 | Retenção de informações | Controlar a narrativa e decisões |
| 7 | Tratamento silencioso | Punir emocionalmente e gerar culpa |
| 8 | Chantagem emocional | Coagir através de medo, obrigação ou culpa |
| 9 | Manipulação | Desestabilizar o outro e manter dominação |
| 10 | Mudanças e inconsistências | Confundir e manter poder de adaptação |
| 11 | Comportamento de vítima | Desviar culpa e obter simpatia para manipular |
Como se proteger dessas táticas
- Estabeleça e mantenha limites claros: defina o que é aceitável e comunique com assertividade.
- Evite reagir emocionalmente ou compartilhar demais: diminui o espaço para manipulação.
- Adie decisões importantes: ganhe tempo, evite impulsividade.
- Adote o lema “observe, não absorva”: separar os próprios sentimentos da manipulação alheia.
Para casos mais graves, buscar apoio de psicoterapia ou rede de suporte emocional pode ser fundamental.

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Por que alguns desenvolvem esse padrão?
Esses comportamentos de controle costumam estar ligados a insegurança profunda, trauma passado, medo da incerteza ou transtornos como personalidade narcisista, borderline ou transtornos relacionados à ansiedade. Muitas vezes, o controle é usado como mecanismo de defesa para evitar vulnerabilidade ou sensação de desamparo.
Relações mais saudáveis começam com consciência e limites claros
O perfil da pessoa com problemas de controle pode ser sedutor no início — ajudam, se mostram competentes — mas por trás há uma necessidade intensa de dominar situações e pessoas. Reconhecer essas táticas — e saber se posicionar com limites, cautela e autoconsciência — é essencial para manter saúde emocional e autonomia. Se você se identifica com esse padrão ou convive com alguém assim, considere buscar orientação profissional para transformação e equilíbrio.






