A casca de laranja (Citrus sinensis) é rica em compostos bioativos com importantes propriedades terapêuticas. Apesar de muitas vezes descartada, essa parte do fruto concentra substâncias valiosas para a saúde humana.
- Ação antioxidante que combate o envelhecimento celular
- Efeito anti-inflamatório útil no alívio de dores e inflamações
- Benefícios digestivos, incluindo ação carminativa e proteção gástrica
Ação Antioxidante
A casca de laranja contém flavonoides como hesperidina e naringenina, com potente ação antioxidante. Esses compostos neutralizam radicais livres, prevenindo o estresse oxidativo, o envelhecimento celular e doenças crônicas. Essa propriedade é amplamente discutida por Mahato e colegas em publicação científica revisada.
“Extratos da casca de Citrus sinensis demonstraram forte atividade antioxidante, atribuída à presença de flavonoides e compostos fenólicos capazes de inibir reações oxidativas em nível celular” (MAHATO et al., 2019).

Propriedade Anti-inflamatória
Estudos indicam que os compostos presentes na casca de laranja atuam na inibição de enzimas inflamatórias, como COX-2, contribuindo para a redução de inflamações e dores crônicas. A presença de limoneno e tangeretina reforça esse efeito, como apontado por Li e colaboradores em artigo da Molecules.
“Os flavonoides cítricos presentes na casca de laranja mostraram potencial anti-inflamatório em modelos experimentais, com inibição significativa da produção de prostaglandinas inflamatórias” (LI et al., 2020).
Benefícios para a Digestão
O uso da casca de laranja na medicina tradicional inclui o alívio de distúrbios gastrointestinais. Seus óleos essenciais, como o d-limoneno, têm efeito carminativo, antiespasmódico e protetor da mucosa gástrica. Francisco Matos, referência em fitoterapia brasileira, destaca esse uso em sua obra clássica.
“A casca da laranja amarga é empregada no tratamento de dispepsias e flatulências, sendo eficaz como digestivo natural e regulador do peristaltismo intestinal” (MATOS, 2007).
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Efeito Hipocolesterolêmico
Os flavonoides presentes na casca de laranja, especialmente a hesperidina, contribuem para a redução do colesterol LDL e melhora do perfil lipídico. Essa propriedade é avaliada em ensaios clínicos, incluindo uma meta-análise publicada no Journal of Clinical Lipidology.
“Suplementos contendo extratos de Citrus demonstraram redução significativa nos níveis de colesterol LDL e triglicerídeos, favorecendo o controle da dislipidemia” (ROCHA et al., 2018).
Como usar a casca de laranja para fins terapêuticos
Para aproveitar os benefícios medicinais da casca de laranja, recomenda-se utilizá-la na forma de infusão, pó seco ou raspa fresca adicionada a alimentos. É importante utilizar cascas de frutas orgânicas para evitar resíduos de agrotóxicos. Uma dica prática é desidratar as cascas ao sol e triturá-las para uso em chás digestivos e calmantes.
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Casca de laranja na prevenção de doenças metabólicas
Estudos sugerem que a casca de laranja pode auxiliar na prevenção da obesidade e diabetes tipo 2. Compostos como a nobiletina regulam vias metabólicas, reduzindo a resistência à insulina e promovendo maior gasto energético, conforme relatado por Mulvihill e colaboradores.
“A suplementação com flavonoides da casca de laranja resultou em melhora da sensibilidade à insulina e redução do acúmulo de gordura em modelos animais de obesidade” (MULVIHILL et al., 2011).

O valor terapêutico da parte esquecida do fruto
- Rica em flavonoides como hesperidina, limoneno e nobiletina, que possuem ação farmacológica relevante
- Estudos científicos confirmam benefícios digestivos, antioxidantes, anti-inflamatórios e metabólicos
- Uso tradicional e moderno aponta a casca de laranja como recurso seguro e acessível na fitoterapia
Referências Bibliográficas
- LI, S. et al. Bioactive compounds and biological functions of Citrus peel. Molecules, v. 25, n. 24, p. 5801, 2020.
- MAHATO, N. et al. Citrus essential oils: Extraction, authentication and application in food preservation. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, v. 59, n. 4, p. 611-625, 2019.
- MATOS, F. J. A. Plantas medicinais: guia de seleção e emprego de espécies no Brasil. Fortaleza: UFC, 2007.
- MULVIHILL, E. E. et al. Nobiletin prevents obesity and insulin resistance in high-fat-fed mice. Diabetes, v. 60, n. 6, p. 1916-1925, 2011.
- ROCHA, M. et al. Effects of citrus flavonoids on lipid metabolism: A systematic review. Journal of Clinical Lipidology, v. 12, n. 3, p. 776-782, 2018.






