A cebola (Allium cepa) é um dos alimentos mais antigos utilizados tanto na culinária quanto na medicina tradicional. Suas propriedades medicinais são atribuídas a compostos bioativos presentes especialmente em sua estrutura bulbosa.
Entre os principais benefícios terapêuticos da cebola, destacam-se:
- Ação anti-inflamatória comprovada por compostos sulfurados
- Efeito antioxidante que combate o estresse oxidativo
- Propriedades antimicrobianas úteis contra infecções
Propriedade anti-inflamatória
A ação anti-inflamatória da cebola é atribuída a compostos como a quercetina e os derivados de enxofre, que inibem enzimas pró-inflamatórias como a ciclooxigenase. Esses compostos auxiliam no alívio de inflamações crônicas e agudas, segundo estudos realizados por pesquisadores da UFRN.
“Os compostos sulfurados e os flavonoides presentes na cebola possuem potente efeito anti-inflamatório, reduzindo a produção de prostaglandinas e citocinas inflamatórias em modelos experimentais” (SILVA, 2015).

Ação antioxidante
A cebola é rica em flavonoides como a quercetina, que atuam diretamente no combate aos radicais livres. Esses compostos protegem as células do estresse oxidativo, prevenindo doenças crônicas como câncer, diabetes e doenças cardiovasculares. Conforme demonstrado por Wagner e Bladt,
“A cebola contém flavonoides com significativa capacidade antioxidante, em especial a quercetina, que atua como sequestradora de radicais livres em ambientes biológicos” (WAGNER; BLADT, 2001).
Efeito antimicrobiano
O extrato da cebola tem mostrado eficácia contra diversas bactérias e fungos, graças à presença de compostos sulfurados como a alicina. Esses fitoquímicos inibem o crescimento de microrganismos patogênicos e reforçam a imunidade natural. Estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco confirma esse efeito.
“Extratos etanólicos de cebola demonstraram inibição significativa do crescimento de cepas de Staphylococcus aureus e Escherichia coli, indicando seu potencial antimicrobiano” (MORAIS et al., 2012).
Benefícios para o sistema cardiovascular
A cebola atua na regulação da pressão arterial e na melhora da circulação, graças à presença de compostos sulfurados e antioxidantes que promovem a vasodilatação e reduzem a agregação plaquetária. Segundo os estudos de Matos, seu uso tradicional é respaldado por evidências científicas atuais.
“O consumo regular de cebola auxilia na redução dos níveis de colesterol e triglicerídeos, contribuindo para a saúde cardiovascular e prevenção de eventos aterotrombóticos” (MATOS, 2009).
Estimulação do sistema imunológico
Rica em compostos organossulfurados, a cebola estimula a resposta imunológica inata, fortalecendo as defesas naturais do organismo contra vírus e bactérias. Esse efeito é potencializado pelo seu alto teor de vitamina C e quercetina. Pesquisa publicada na revista Phytotherapy Research detalha esse mecanismo.
“Componentes presentes na cebola demonstraram aumentar a atividade de macrófagos e a liberação de citocinas, fortalecendo a resposta imune em modelos murinos” (GRIFFITHS et al., 2002).
Dica de preparo: Para preservar os compostos ativos, recomenda-se consumir a cebola crua em saladas ou levemente salteada. O cozimento prolongado pode degradar parte dos compostos sulfurados.

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A cebola como aliada da saúde natural
- A cebola é rica em compostos bioativos como a quercetina e a alicina, responsáveis por suas propriedades terapêuticas
- Evidências científicas confirmam seus efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios e antimicrobianos
- Seu uso tradicional como remédio natural é respaldado por pesquisas modernas e publicações acadêmicas confiáveis
Referências bibliográficas
- GRIFFITHS, Gareth; TRUEMAN, Linda; CROWTHER, Tony; THOMAS, Brian. Onions—a global benefit to health. Phytotherapy Research, v. 16, n. 7, p. 603–615, 2002.
- MATOS, Francisco José de Abreu. Farmacognosia: do produto natural ao medicamento. 6. ed. Fortaleza: UFC, 2009.
- MORAIS, Sheila M. de et al. Atividade antimicrobiana de extratos vegetais sobre microrganismos isolados de infecções hospitalares. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 22, n. 4, p. 905-911, 2012.
- WAGNER, Hildebert; BLADT, Susanne. Plant Drug Analysis: A Thin Layer Chromatography Atlas. 2. ed. Berlin: Springer, 2001.