A hortelã (Mentha piperita) é uma das plantas medicinais mais utilizadas no mundo, conhecida tanto pelo aroma refrescante quanto pelas suas propriedades terapêuticas. Rica em compostos bioativos, é amplamente empregada na fitoterapia tradicional e na medicina baseada em evidências.
- Melhora a digestão e alivia desconfortos gastrointestinais
- Possui ação antioxidante e combate radicais livres
- Promove efeito analgésico e anti-inflamatório natural
Benefícios para a Digestão
A hortelã é tradicionalmente utilizada como planta carminativa, ajudando na redução de gases, cólicas e má digestão. Esse efeito digestivo está ligado à presença de mentol e outros terpenos, que promovem relaxamento da musculatura lisa do trato gastrointestinal. Segundo estudos clínicos conduzidos por pesquisadores da Universidade de Exeter,
“A administração de óleo essencial de hortelã demonstrou eficácia significativa na melhora de sintomas da síndrome do intestino irritável, incluindo dor abdominal e distensão” (PITTLER; ERNST, 1998).

Ação Antioxidante
A hortelã contém altos níveis de flavonoides como luteolina, eriocitrina e ácido rosmarínico, conhecidos pela capacidade de neutralizar radicais livres. Essa atividade antioxidante atua na proteção celular contra o envelhecimento precoce e doenças crônicas. Segundo Wagner e Bladt, referência em farmacognosia,
“Extratos de hortelã exibiram elevada atividade antioxidante, sendo atribuída principalmente à presença de polifenóis e derivados do ácido rosmarínico” (WAGNER; BLADT, 2001).
Propriedade Analgésica e Anti-inflamatória
Os efeitos analgésicos e anti-inflamatórios da hortelã derivam da atuação do mentol sobre os receptores TRPM8, que promovem sensação de alívio e redução de dor muscular e cefaleias tensionais. Essa ação também se estende à diminuição de marcadores inflamatórios em tecidos. De acordo com Francisco José de Abreu Matos,
“O mentol presente na hortelã apresenta efeito anestésico local e anti-inflamatório suave, sendo útil no alívio de dores musculares e irritações leves da pele” (MATOS, 2009).
Propriedade Antimicrobiana
Os óleos essenciais da hortelã, especialmente o mentol e a mentona, demonstram inibição significativa de bactérias e fungos patogênicos. Essa ação antimicrobiana a torna útil em enxaguantes bucais, loções e aplicações tópicas. Estudos publicados na revista *Phytotherapy Research* confirmam esses resultados:
“O óleo essencial de hortelã exibiu atividade antimicrobiana potente contra cepas de Staphylococcus aureus e Escherichia coli, com destaque para a ação do mentol como composto principal” (SOKOVIC et al., 2009).

Promove Alívio Respiratório
Ao ser inalado, o mentol da hortelã atua como descongestionante nasal e broncodilatador suave. Por isso, é amplamente utilizada em xaropes, inaladores e bálsamos respiratórios. O mecanismo se dá pela estimulação dos receptores nasais de frio, facilitando a respiração. Conforme citações do Manual de Fitoterapia da Fiocruz,
“As preparações com hortelã são indicadas como coadjuvantes no tratamento de afecções respiratórias leves, graças à ação do mentol sobre os receptores sensoriais nasais” (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018).
Principais Propriedades da Hortelã para o Bem-estar
- Dica de uso: infusões com folhas secas são eficazes para melhorar a digestão e aliviar náuseas
- Modo de preparo: 1 colher de sopa de folhas secas para 150 ml de água fervente, deixar em infusão por 10 minutos
- Uso tópico: compressas com óleo essencial diluído ajudam a aliviar dores musculares e tensões
A hortelã é segura para todos os públicos?
Apesar dos inúmeros benefícios terapêuticos, a hortelã deve ser usada com moderação por gestantes, lactantes e crianças pequenas, especialmente na forma de óleo essencial. O mentol, em altas doses, pode causar efeitos adversos como irritações ou reações alérgicas. Sempre consulte um profissional antes de iniciar qualquer tratamento fitoterápico.
Hortelã como aliada natural da saúde
- A hortelã atua como digestivo, antioxidante e antimicrobiano comprovado
- Os principais compostos ativos são mentol, flavonoides e ácido rosmarínico
- Estudos científicos validam seu uso tradicional, como mostrado por Wagner (2001) e Matos (2009)
Referências Bibliográficas
- BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. Brasília: Fiocruz, 2018.
- MATOS, Francisco José de Abreu. Farmacognosia: do produto natural ao medicamento. 6. ed. Fortaleza: UFC, 2009.
- PITTLER, Max H.; ERNST, Edzard. Peppermint oil for irritable bowel syndrome: a critical review and metaanalysis. BMJ, v. 316, n. 7137, p. 1230–1234, 1998.
- WAGNER, Hildebert; BLADT, Sigrun. Plant Drug Analysis: A Thin Layer Chromatography Atlas. 2. ed. Berlin: Springer-Verlag, 2001.
- SOKOVIC, Marina et al. Antimicrobial effects of essential oils against bacterial and fungal pathogens. Phytotherapy Research, v. 23, n. 3, p. 295–300, 2009.