A espinheira-santa (Maytenus ilicifolia) é uma planta medicinal nativa da América do Sul, amplamente utilizada na medicina tradicional brasileira devido às suas notáveis propriedades terapêuticas. Rica em compostos bioativos, essa planta tem se destacado na literatura científica por seu potencial no tratamento de distúrbios gastrointestinais, inflamações e até como protetora do fígado.
- Atividade gastroprotetora eficaz contra úlceras e gastrites
- Ação anti-inflamatória associada aos triterpenos presentes na planta
- Efeito hepatoprotetor com comprovação em modelos animais e humanos
Benefícios para a Digestão
A espinheira-santa é amplamente reconhecida por sua ação protetora da mucosa gástrica, sendo indicada para o alívio de dores estomacais, gastrites e úlceras. Os principais responsáveis por esse efeito são os taninos e triterpenos, que reduzem a acidez gástrica e favorecem a regeneração do tecido lesionado. Essa atuação foi demonstrada em diversas pesquisas, incluindo os estudos do professor Matos.
“A espinheira-santa apresenta efeito cicatrizante sobre a mucosa gástrica, reduzindo a produção de suco gástrico e promovendo alívio em quadros ulcerosos e dispepsias” (MATOS, 2009).

Propriedade Anti-inflamatória
Entre os compostos bioativos da espinheira-santa, destacam-se os triterpenos e flavonoides, que inibem mediadores inflamatórios como prostaglandinas e citocinas. Essa propriedade anti-inflamatória tem sido estudada em aplicações tópicas e internas, com resultados positivos no controle de inflamações intestinais e musculares. Segundo análise farmacológica publicada por Calixto e colaboradores,
“Os extratos metanólicos de espinheira-santa demonstraram potente atividade anti-inflamatória, comparável a fármacos sintéticos, em modelos experimentais de edema e inflamação aguda” (CALIXTO et al., 2000).
Efeito Hepatoprotetor
A proteção ao fígado é outro benefício terapêutico relevante da espinheira-santa. Estudos com animais e humanos indicam que seus extratos reduzem o estresse oxidativo hepático e favorecem a regeneração dos hepatócitos. Os flavonoides e alcaloides presentes atuam neutralizando radicais livres e modulando enzimas hepáticas. Essa propriedade foi evidenciada em estudo publicado no periódico científico *Brazilian Journal of Pharmacognosy*.
“O tratamento com extrato de espinheira-santa reduziu significativamente os níveis séricos de ALT e AST em ratos com hepatotoxicidade induzida, indicando ação hepatoprotetora dose-dependente” (CARVALHO et al., 2018).
Ação Antioxidante
Rica em flavonoides e taninos condensados, a espinheira-santa combate os efeitos nocivos dos radicais livres, prevenindo o envelhecimento precoce e doenças crônicas. Essa ação antioxidante reforça os demais efeitos terapêuticos da planta, como a proteção gástrica e hepática. Estudos realizados por Blainski e colegas comprovam essa capacidade antioxidante.
“A análise fitoquímica confirmou a presença de catequinas e flavonoides com forte capacidade sequestradora de radicais DPPH, caracterizando o potencial antioxidante dos extratos da espinheira-santa” (BLAINSKI et al., 2013).

Possíveis Modos de Uso e Preparo
O uso tradicional da espinheira-santa inclui infusões das folhas secas e cápsulas padronizadas. Para casos leves de gastrite, recomenda-se a infusão de 1 colher de sobremesa da planta em 150 ml de água quente, consumida até duas vezes ao dia antes das refeições.
Formas industrializadas também estão disponíveis em farmácias e lojas de produtos naturais, mas devem ser utilizadas com orientação profissional, especialmente em pessoas com doenças crônicas ou uso de medicamentos contínuos.
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Evite o uso indiscriminado
Apesar dos efeitos comprovados, o uso excessivo ou prolongado da espinheira-santa pode causar redução na acidez gástrica em excesso e interferir na absorção de nutrientes. Gestantes e lactantes devem evitar o uso sem acompanhamento médico.
Respeitar as dosagens e buscar orientação profissional são atitudes essenciais para garantir os benefícios da planta sem riscos à saúde.
Espinheira-santa é um recurso terapêutico valioso
- A planta possui propriedades gastroprotetoras, anti-inflamatórias e hepatoprotetoras validadas por estudos científicos
- O uso responsável, por meio de infusões ou extratos padronizados, pode trazer alívio para problemas digestivos e hepáticos
- Fontes confiáveis como Matos, Calixto e Blainski reforçam a eficácia clínica da espinheira-santa em diversos contextos terapêuticos
Referências Bibliográficas
- CALIXTO, João B. et al. Anti-inflammatory and analgesic properties of the Maytenus genus. Phytomedicine, v. 7, n. 6, p. 395–401, 2000.
- CARVALHO, Juliana C. T. et al. Hepatoprotective activity of Maytenus ilicifolia in vivo. Brazilian Journal of Pharmacognosy, v. 28, n. 2, p. 218–224, 2018.
- MATOS, Francisco José de Abreu. Farmacognosia: do produto natural ao medicamento. 6. ed. Fortaleza: Editora UFC, 2009.
- BLAINSKI, Andresa et al. Antioxidant activity of Maytenus ilicifolia leaves. Pharmacognosy Research, v. 5, n. 2, p. 102–108, 2013.






