O cenário das fraudes bancárias no Brasil passou por mudanças expressivas em 2024, refletindo o aumento da digitalização dos serviços financeiros e a popularização de novas tecnologias. O crescimento dos golpes, como a clonagem de cartão e o uso de links falsos, tem preocupado consumidores e instituições financeiras, exigindo atenção redobrada à segurança das transações. Esse fenômeno acompanha a expansão do open finance e do mercado de apostas online, que, apesar de trazerem inovação, também apresentam novos desafios em relação à proteção de dados e prevenção de crimes virtuais.
Segundo levantamentos recentes, aproximadamente um quarto da população brasileira já foi alvo de algum tipo de fraude financeira. Esse dado evidencia a necessidade de estratégias mais robustas para combater práticas ilícitas, que se tornam cada vez mais sofisticadas. Entre os principais golpes identificados, destacam-se aqueles que exploram a vulnerabilidade dos usuários e a facilidade de acesso a informações pessoais na internet.
Quais são as fraudes bancárias mais comuns no Brasil?

A clonagem de cartão permanece como uma das práticas fraudulentas mais recorrentes no país. Nessa modalidade, criminosos obtêm dados de cartões de crédito ou débito das vítimas, realizando compras não autorizadas ou transferências indevidas. O golpe do link falso também ganhou destaque, com criminosos enviando mensagens que direcionam para páginas fraudulentas, onde dados sensíveis são capturados sem o conhecimento do usuário.
Além dessas, outras fraudes digitais vêm crescendo, como a criação de sites que imitam instituições financeiras, o uso de aplicativos falsos e a aplicação de técnicas de engenharia social para enganar as vítimas. A seguir, algumas das principais estratégias utilizadas pelos golpistas:
- Phishing: envio de e-mails ou mensagens falsas para capturar informações pessoais.
- Vishing: golpes por telefone, onde o criminoso se passa por funcionário de banco.
- Skimming: uso de dispositivos em caixas eletrônicos para copiar dados do cartão.
- Falsos aplicativos: apps que simulam serviços bancários, mas roubam informações.
Como o open finance e as apostas online aumentam os riscos?
O avanço do open finance no Brasil permitiu maior integração entre diferentes instituições financeiras, facilitando a movimentação de dados e recursos, mas também ampliou a superfície de ataque para fraudadores. Embora essa inovação traga benefícios para os consumidores, como melhores ofertas de produtos e serviços, ela também amplia a superfície de ataque para fraudadores. O compartilhamento de informações entre bancos e fintechs exige sistemas de segurança cada vez mais avançados para evitar acessos não autorizados.
No universo das apostas online, o risco de golpes é ainda mais elevado. Muitos usuários relatam perdas financeiras após caírem em sites fraudulentos, que prometem ganhos fáceis, mas têm como objetivo principal o roubo de dados bancários. A ausência de regulamentação clara e a utilização de bancos tradicionais para movimentar valores aumentam a exposição dos apostadores a práticas ilícitas.
Quais medidas podem ajudar a prevenir fraudes bancárias?
Para reduzir a incidência de golpes, tanto instituições financeiras quanto usuários devem adotar práticas de segurança rigorosas. Entre as principais recomendações estão:
- Autenticação em duas etapas: adicionar uma camada extra de proteção ao acessar contas bancárias.
- Monitoramento de transações: acompanhar regularmente o extrato e identificar movimentações suspeitas.
- Educação digital: buscar informações sobre golpes comuns e formas de se proteger.
- Atualização de aplicativos: manter sistemas e apps sempre atualizados para evitar vulnerabilidades.
- Desconfiar de links e mensagens: evitar clicar em links recebidos por e-mail ou SMS sem verificar a procedência.
Além dessas ações, a regulamentação do mercado de apostas e o fortalecimento das políticas de proteção de dados podem contribuir para um ambiente financeiro mais seguro. A colaboração entre bancos, órgãos reguladores e empresas de tecnologia é fundamental para acompanhar a evolução das ameaças e implementar soluções eficazes. Especialistas também recomendam atenção com dispositivos IoT conectados, já que esses equipamentos podem ser utilizados como portas de entrada para fraudes, e o armazenamento seguro de senhas utilizando gerenciadores confiáveis.
O que esperar do futuro da segurança bancária no Brasil?
Com a tendência de crescimento das transações digitais, a segurança bancária continuará sendo uma prioridade para instituições e consumidores. O desenvolvimento de novas tecnologias de autenticação, como biometria e inteligência artificial, promete dificultar a ação de criminosos. Ao mesmo tempo, a conscientização dos usuários sobre práticas seguras será cada vez mais importante para reduzir a vulnerabilidade diante de golpes e fraudes.
Em um ambiente em constante transformação, a atenção aos detalhes e a atualização constante das estratégias de proteção são essenciais para garantir a integridade das operações financeiras. O desafio está em equilibrar inovação e segurança, criando um ecossistema confiável para todos os envolvidos.
Como a legislação brasileira está evoluindo para combater fraudes bancárias?

Nos últimos anos, o Brasil tem atualizado e criado novas normas para acompanhar a sofisticação dos crimes financeiros digitais. Leis como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e a Lei do Crime Cibernético, por exemplo, estabelecem punições mais rigorosas para criminosos e exigências de proteção dos dados dos clientes por parte das instituições financeiras. Além disso, o Banco Central e a Febraban frequentemente lançam novas regulamentações para fortalecer a autenticação de transações e incentivar o compartilhamento seguro de informações entre as instituições, buscando diminuir o impacto das fraudes. Projetos de lei em discussão no Congresso também prometem ampliar a responsabilização das empresas e reforçar a fiscalização no ambiente online.
Qual o papel da inteligência artificial na detecção e prevenção de fraudes bancárias?
A inteligência artificial tem desempenhado papel crucial no combate às fraudes bancárias no Brasil, especialmente através de sistemas capazes de analisar grandes volumes de dados em tempo real e identificar padrões suspeitos. Algoritmos avançados conseguem monitorar comportamentos fora do padrão, bloquear automaticamente transações potencialmente fraudulentas e notificar os clientes rapidamente. A automação permite detectar novas técnicas de fraude quase instantaneamente, tornando o ambiente bancário mais seguro e dificultando a vida dos golpistas. Recentemente, bancos passaram a utilizar machine learning para ajustar rapidamente suas defesas e adoção de biometria comportamental para reconhecer padrões únicos de usuários, aumentando ainda mais a precisão na identificação de ameaças.