O cenário digital brasileiro tem apresentado desafios crescentes relacionados à segurança, especialmente com o aumento dos golpes digitais. Em 2025, o número de vítimas dessas fraudes atingiu patamares preocupantes, refletindo a necessidade de maior atenção e conscientização sobre o tema. O impacto financeiro dessas ações fraudulentas evidencia o quanto a sociedade está vulnerável diante das estratégias cada vez mais sofisticadas dos criminosos virtuais.
Entre os fatores que contribuem para esse aumento, destaca-se a popularização da internet e o uso intenso de aplicativos de mensagens. O ambiente digital, embora traga facilidades, também expõe usuários a riscos, principalmente quando não há o devido cuidado com informações pessoais. O imediatismo das interações online, aliado à falta de conhecimento sobre práticas seguras, facilita a atuação dos golpistas.
Quais são os golpes digitais mais comuns no Brasil?

Os golpes digitais mais recorrentes no Brasil envolvem diferentes estratégias para enganar as vítimas e obter vantagens financeiras. O chamado “golpe do WhatsApp” é um dos mais conhecidos, no qual criminosos clonam contas do aplicativo para solicitar dinheiro aos contatos da vítima. Essa fraude geralmente começa com o envio de mensagens falsas, nas quais os golpistas se passam por serviços de atendimento e pedem códigos de segurança enviados por SMS.
Além desse, há o golpe das falsas vendas, em que sites e perfis falsos são criados para comercializar produtos inexistentes. Os criminosos atraem consumidores com ofertas muito abaixo do valor de mercado, utilizando canais como e-mail, SMS e redes sociais para divulgar promoções enganosas. Outro golpe frequente é o do falso funcionário de banco, onde dados pessoais e financeiros são solicitados sob o pretexto de resolver supostos problemas na conta bancária.
Por que tantas pessoas ainda caem em golpes digitais?
Mesmo com a divulgação constante de alertas, muitos brasileiros continuam sendo vítimas de fraudes virtuais. Um dos motivos é a falta de familiaridade com a tecnologia, especialmente entre pessoas mais velhas, que podem ser facilmente enganadas por criminosos que se passam por familiares ou representantes de instituições. Já entre os mais jovens, a busca por agilidade e preços baixos pode levar a decisões impulsivas, sem a devida verificação da autenticidade das ofertas.
Outro fator relevante é o vazamento de dados pessoais, que torna as abordagens dos golpistas mais convincentes. Em 2024, milhares de casos de exposição de informações em sistemas públicos foram registrados, ampliando o risco para milhões de brasileiros. A engenharia social, técnica utilizada para manipular psicologicamente as vítimas, também tem se tornado mais sofisticada com o avanço da tecnologia.
Como se proteger dos golpes digitais?
Adotar medidas de segurança é fundamental para evitar prejuízos causados por fraudes online. Algumas recomendações importantes incluem:
- Ativar a verificação em duas etapas em aplicativos de mensagens e redes sociais;
- Desconfiar de ofertas com preços muito abaixo do mercado;
- Verificar a autenticidade de perfis comerciais antes de realizar compras;
- Nunca compartilhar senhas, códigos de autenticação ou dados pessoais por mensagens ou ligações suspeitas;
- Manter sistemas e aplicativos sempre atualizados.
Especialistas em segurança digital reforçam que instituições financeiras legítimas não solicitam informações sensíveis por telefone ou aplicativos de mensagens. A educação digital e a conscientização sobre os principais tipos de golpes são essenciais para reduzir a vulnerabilidade dos usuários.
Qual o papel das políticas públicas na prevenção de fraudes digitais?
O combate aos golpes digitais exige mais do que ações individuais. A implementação de políticas públicas voltadas para a cibersegurança é indispensável. Entre as medidas recomendadas estão:
- Desenvolvimento de programas nacionais de educação digital;
- Fortalecimento da legislação e fiscalização sobre proteção de dados;
- Aplicação rigorosa da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD);
- Repressão efetiva aos crimes virtuais, com investigação e punição dos responsáveis.
A colaboração entre governo, instituições financeiras e sociedade civil é fundamental para criar um ambiente digital mais seguro. O avanço da inteligência artificial e de outras tecnologias demanda atualização constante das estratégias de proteção, tanto por parte dos usuários quanto das autoridades.
O crescimento dos golpes digitais no Brasil demonstra a importância de investir em informação, prevenção e políticas públicas. Manter-se atento às principais ameaças e adotar práticas seguras são passos essenciais para evitar prejuízos e garantir uma experiência online mais protegida.
Como a inteligência artificial está sendo utilizada em golpes digitais?

A inteligência artificial tem sido empregada por criminosos para automatizar e personalizar fraudes digitais. Ferramentas baseadas em IA podem criar mensagens extremamente convincentes, imitando estilos de escrita e até vozes de pessoas conhecidas, tornando golpes como phishing mais difíceis de detectar. Além disso, algoritmos podem analisar grandes volumes de dados para identificar alvos mais vulneráveis, aumentando a taxa de sucesso das fraudes. O uso dessas tecnologias sofisticadas exige que os usuários estejam cada vez mais atentos aos sinais de manipulação e que os sistemas de segurança evoluam constantemente para acompanhar essas ameaças.
Quais são as consequências psicológicas para vítimas de fraudes digitais?
Além das perdas financeiras, as vítimas de golpes digitais muitas vezes enfrentam consequências psicológicas significativas. O sentimento de vergonha, angústia e a perda de confiança em ambientes virtuais podem acarretar quadros de ansiedade e insegurança no uso da internet. Para algumas pessoas, o trauma pode impactar as relações familiares e profissionais, levando até ao afastamento no convívio social digital. Buscar apoio psicológico e participar de grupos de orientação são atitudes recomendadas para ajudar na recuperação emocional após uma experiência traumática com fraudes virtuais.