Nos últimos anos, a segurança digital tem sido um tema de grande relevância, especialmente com o aumento das transações financeiras realizadas por meio de dispositivos móveis. O avanço das tecnologias bancárias trouxe comodidade, mas também abriu espaço para novas formas de golpes virtuais. Entre os mais recentes, destaca-se a evolução do chamado “Golpe da Mão Fantasma“, que utiliza métodos sofisticados para fraudar transferências via Pix.
Esse tipo de golpe se diferencia por empregar técnicas automatizadas, tornando o desvio de valores ainda mais difícil de ser percebido pelo usuário. O método, que já atingiu milhares de pessoas no Brasil, preocupa especialistas em segurança da informação e exige atenção redobrada dos usuários de aplicativos bancários.
Como funciona o novo golpe do Pix?

A fraude conhecida como “Mão Fantasma” evoluiu com o uso de sistemas automatizados, chamados de ATS (Automated Transfer System). O golpe começa quando o criminoso consegue instalar um malware bancário no celular da vítima. Esse software malicioso geralmente é disfarçado como um aplicativo legítimo, sendo baixado fora das lojas oficiais de aplicativos. Após a instalação, o programa solicita permissões de acessibilidade, alegando ser necessário para o funcionamento do app.
Com a permissão concedida, o malware passa a monitorar as atividades do usuário, especialmente durante o uso de aplicativos de bancos. Quando uma transferência via Pix é iniciada, o sistema malicioso bloqueia a tela e, de forma automática, altera o destinatário da transação. Todo o processo ocorre em poucos segundos, sem a necessidade de o criminoso estar conectado ao dispositivo naquele momento. Isso dificulta a identificação do golpe e permite que a fraude aconteça mesmo sem a presença ativa do hacker. Em alguns casos recentes, especialistas notaram ainda o uso de inteligência artificial para tornar a atuação do malware ainda mais sofisticada, aumentando o grau de automação na identificação do melhor momento para aplicar o golpe.
Quais são os riscos e impactos desse tipo de fraude?
O principal risco do golpe automatizado do Pix é a possibilidade de perda financeira imediata, já que o valor transferido é redirecionado para contas de terceiros sem o consentimento do titular. Além disso, a ação do malware pode comprometer outros dados sensíveis armazenados no aparelho, como senhas, informações pessoais e até mesmo dados de cartões de crédito.
Segundo relatórios de empresas de segurança digital, como a Kaspersky, o Brasil ocupa posição de destaque no ranking mundial de vítimas de fraudes bancárias por celular. Em 2023, quase 6 mil tentativas desse golpe foram registradas no país, o que demonstra a necessidade de maior conscientização sobre os perigos de aplicativos não verificados e permissões indevidas. Além do impacto financeiro, as pessoas afetadas relatam considerável dificuldade para reaver valores ou identificar a origem da fraude, já que as transações acontecem de modo quase invisível para o usuário.
Como se proteger do golpe da “Mão Fantasma” no Pix?

Adotar medidas preventivas é fundamental para evitar ser alvo desse tipo de fraude do Pix. Algumas recomendações importantes incluem:
- Instalar aplicativos apenas em lojas oficiais: Google Play Store e Apple App Store realizam verificações de segurança, reduzindo o risco de aplicativos maliciosos.
- Evitar conceder permissões de acessibilidade sem necessidade: Essa função deve ser ativada apenas por pessoas que realmente necessitam, pois é um dos principais alvos dos malwares bancários.
- Manter o sistema operacional e aplicativos atualizados: Atualizações frequentes corrigem vulnerabilidades que podem ser exploradas por criminosos.
- Habilitar autenticação em dois fatores (2FA): Esse recurso adiciona uma camada extra de proteção às contas bancárias e outros serviços sensíveis.
- Desconfiar de solicitações de atualização fora do padrão: Mensagens insistentes para atualização de aplicativos podem ser indício de tentativa de golpe.
O que fazer ao identificar sinais de infecção no celular?
Ao perceber comportamentos estranhos no aparelho, como travamentos frequentes, abertura de aplicativos sem comando ou solicitações de permissões incomuns, é importante agir rapidamente. Veja alguns passos recomendados:
- Desinstalar aplicativos suspeitos imediatamente.
- Executar uma varredura com um antivírus confiável.
- Alterar senhas de contas bancárias e outros serviços importantes.
- Entrar em contato com o banco para relatar possíveis fraudes.
- Restaurar o aparelho para as configurações de fábrica, se necessário.
Com o crescimento das fraudes digitais, a atenção ao instalar aplicativos e o cuidado com permissões concedidas ao celular são essenciais para evitar prejuízos. A informação e a prevenção continuam sendo as melhores formas de proteção contra golpes que evoluem a cada ano. Outra dica dos especialistas é ativar notificações instantâneas de movimentação bancária, o que pode ajudar a detectar rapidamente qualquer transação suspeita e tomar providências imediatas junto ao banco.