Pesquisas recentes têm chamado a atenção para o impacto de certos objetos domésticos na saúde cognitiva. Entre eles, o uso frequente de micro-ondas tem sido tema de estudos e debates, especialmente quanto aos possíveis efeitos sobre a memória. Com o avanço da tecnologia e a presença cada vez maior desses aparelhos nas residências brasileiras, surgem questionamentos sobre como o ambiente doméstico pode influenciar funções cerebrais.
O micro-ondas, presente em milhões de lares, é utilizado diariamente para aquecer alimentos e bebidas. No entanto, o tema da exposição a campos eletromagnéticos e seus possíveis efeitos na saúde, incluindo a memória, tem sido objeto de debates e estudos preliminares. Embora a maioria das pesquisas e órgãos de saúde – como a Organização Mundial da Saúde (OMS) – considere o uso correto do micro-ondas seguro, há discussões sobre a necessidade de mais investigações quanto aos efeitos da exposição contínua e prolongada a diferentes tipos de campos eletromagnéticos no ambiente doméstico.
Como o micro-ondas pode afetar a memória?
De acordo com especialistas, o micro-ondas emite radiações não ionizantes durante o funcionamento. Essas radiações estão na parte do espectro eletromagnético que não possuem energia suficiente para ionizar átomos ou danificar diretamente o DNA, o que é o principal mecanismo de risco para câncer ou danos genéticos. Embora sejam consideradas seguras em níveis baixos, alguns pesquisadores apontam que há espaço para investigações adicionais a respeito dos possíveis efeitos neurológicos da exposição contínua e próxima a várias fontes de campos eletromagnéticos. O debate gira em torno da hipótese de que, em circunstâncias específicas ou muito prolongadas, esses campos poderiam, teoricamente, interferir em funções biológicas, incluindo processos neurais responsáveis pela consolidação da memória recente. Contudo, não existe, até junho de 2025, um consenso científico ou evidência robusta que comprove uma ligação direta entre uso doméstico de micro-ondas e alterações na memória de curto prazo.
Os especialistas destacam que os efeitos, se existirem, dependeriam de fatores como tempo e distância de exposição ao aparelho, condições de funcionamento e sensibilidade individual. Resultados preliminares, geralmente limitados, sugerem que pesquisas em andamento devem ser acompanhadas, mas, até o momento, não há conclusões sólidas sobre prejuízo cognitivo causado pelo uso cotidiano do micro-ondas.

Quais são os sinais de alteração na memória?
Alterações na memória podem se manifestar de diferentes formas. Entre os sinais mais comuns observados em estudos gerais sobre função cognitiva estão:
- Esquecimento de compromissos ou tarefas simples do dia a dia;
- Dificuldade para recordar nomes ou informações recém-aprendidas;
- Desatenção ao realizar atividades rotineiras;
- Troca de palavras ao conversar ou escrever.
Esses sintomas podem ser confundidos com sinais naturais do envelhecimento ou estresse, mas, quando persistentes, merecem atenção. É importante observar a frequência e intensidade dessas ocorrências e considerar múltiplos fatores ambientais e comportamentais que podem influenciar a cognição, e não necessariamente associá-los ao uso doméstico de micro-ondas.
Como reduzir possíveis riscos do micro-ondas para a memória?
Embora não haja consenso definitivo sobre os efeitos do micro-ondas na saúde cognitiva, algumas medidas podem ser adotadas para minimizar eventuais riscos e promover hábitos saudáveis. Os especialistas recomendam:
- Evitar permanecer próximo ao aparelho enquanto ele está em funcionamento;
- Manter o micro-ondas em bom estado, verificando regularmente a vedação da porta;
- Utilizar o aparelho apenas pelo tempo necessário para aquecer ou preparar alimentos;
- Alternar métodos de preparo, optando por fogão ou forno convencional sempre que possível.
Essas orientações visam reduzir possíveis exposições e adotar uma postura de cautela diante de temas ainda sob investigação, além de promover práticas gerais de segurança doméstica.
O que dizem os especialistas sobre o tema?
Profissionais da área de neurologia, saúde pública e agências internacionais ressaltam que, até junho de 2025, as evidências científicas não apontam para um risco cognitivo associado ao uso doméstico do micro-ondas quando o aparelho está em boas condições e utilizado conforme as instruções do fabricante. No entanto, recomendam cautela e atenção aos hábitos cotidianos, especialmente diante de dúvidas ou sintomas persistentes, reforçando que mais pesquisas são importantes para acompanhar os possíveis impactos cumulativos de diferentes fontes de radiação eletromagnética presentes na vida moderna.
Com o avanço dos estudos sobre impactos ambientais e tecnológicos na vida moderna, cresce o interesse em entender como objetos comuns podem influenciar o bem-estar mental. O micro-ondas, por sua praticidade, continuará presente nos lares, mas manter-se informado e cultivar o uso consciente são atitudes valiosas para preservar a saúde cognitiva e geral.