Em 2022, a série “Inventando Anna” chamou a atenção do público ao retratar a trajetória de Anna Sorokin, conhecida como Anna Delvey, uma jovem que se passou por herdeira alemã para enganar a elite de Nova York. Inspirada em fatos reais, a produção da Netflix mergulha nos bastidores de um dos maiores escândalos de fraude social da década, mostrando como Anna conseguiu se infiltrar em círculos exclusivos e aplicar golpes milionários.
Anna Sorokin nasceu na Rússia, mas adotou o nome Anna Delvey ao chegar aos Estados Unidos em 2013. Com uma personalidade marcante e um discurso convincente, ela construiu uma identidade fictícia de socialite europeia, alegando possuir uma fortuna de 60 milhões de euros. Essa imagem permitiu que ela circulasse entre empresários, artistas e investidores, conquistando confiança e abrindo portas para seus esquemas.
Como Anna Delvey conseguiu enganar a elite de Nova York?
Anna utilizava estratégias sofisticadas para sustentar sua farsa. Entre suas táticas, destacava-se a habilidade de criar conexões rápidas, apresentar-se com roupas de grife e frequentar hotéis e restaurantes de luxo sem levantar suspeitas. Ela também alegava dificuldades para acessar sua suposta fortuna devido a problemas bancários internacionais, convencendo amigos e funcionários a cobrir despesas temporariamente.
O caso ganhou notoriedade quando Anna tentou obter um empréstimo de 40 milhões de dólares para criar uma fundação de arte exclusiva. Durante esse processo, ela chegou a fretar um jato particular e acumulou dívidas em hotéis de alto padrão. O desenrolar dos acontecimentos revelou um rastro de prejuízos para pessoas e empresas que confiaram em sua história.
Quais foram as consequências legais para Anna Sorokin?
Após meses de investigações, Anna Sorokin foi presa e julgada por crimes como furto, fraude e tentativa de roubo. Em 2019, foi condenada a uma pena de quatro a doze anos de prisão. No entanto, ela cumpriu quase quatro anos e foi libertada em fevereiro de 2021. Logo após sua soltura, Anna voltou a ser detida, desta vez por questões relacionadas ao visto de permanência nos Estados Unidos, e atualmente aguarda um processo de extradição para a Alemanha.
Apesar das consequências legais, a história de Anna Delvey continuou a gerar interesse público. A Netflix adquiriu os direitos para contar sua trajetória, pagando mais de 300 mil dólares à própria Anna. Segundo informações divulgadas, parte desse valor foi utilizado para ressarcir algumas vítimas dos golpes, embora haja dúvidas sobre a veracidade dessa afirmação.
Por que “Inventando Anna” se tornou um fenômeno de audiência?
O sucesso da série pode ser atribuído à combinação de elementos reais e ficcionais, além da curiosidade do público sobre histórias de impostores e fraudes sofisticadas. “Inventando Anna” rapidamente entrou para o Top 10 da Netflix em diversos países, incluindo o Brasil, e acumulou quase 200 milhões de horas assistidas em poucas semanas após o lançamento.
- Roteiro baseado em fatos reais: O enredo foi inspirado em um artigo publicado pela New York Magazine, que detalhou o caso de Anna Delvey.
- Produção de Shonda Rhimes: A criadora de séries de sucesso como “Scandal” e “Grey’s Anatomy” trouxe sua experiência para a narrativa.
- Reflexão sobre aparências: A trama aborda temas como confiança, ambição e o poder das redes sociais na construção de reputações.
O caso de Anna Sorokin segue despertando debates sobre limites éticos, influência social e as consequências de criar identidades fictícias em busca de status. A série permanece disponível na Netflix, oferecendo ao público a oportunidade de conhecer mais detalhes sobre uma das histórias mais comentadas dos últimos anos.
Como a história de Anna Delvey influenciou debates sobre privilégio e desigualdade social?

O caso de Anna Delvey suscitou discussões profundas sobre o funcionamento de círculos elitistas e a facilidade com que o status social pode ser manipulado. Muitos analistas apontam que a capacidade de Anna em enganar pessoas tão influentes expôs tanto as falhas nos sistemas de verificação social quanto o poder das aparências e do privilégio na sociedade contemporânea. A narrativa também abriu espaço para o debate sobre a desigualdade social, uma vez que o acesso a determinados ambientes e oportunidades costuma depender mais da percepção externa do que de méritos concretos.
Anna Sorokin demonstrou arrependimento pelos crimes cometidos?
Em entrevistas concedidas após sua condenação, Anna Sorokin mostrou-se ambígua em relação ao seu arrependimento. Em algumas declarações públicas, ela afirmou não se ver como uma pessoa má e minimizou o impacto de suas ações, sugerindo que parte do fascínio em torno de sua história é resultado do interesse coletivo por escândalos e ascensão social. Anna chegou a dizer que, se tivesse realmente acesso aos fundos que alegava possuir, ninguém teria se importado com suas ações. Essa postura alimenta debates sobre responsabilidade individual e a falta de empatia em casos de golpes sofisticados.