O brasileiro finalmente descobriu a fórmula mágica: por que pagar R$ 80 mil num carro novo quando você pode ter mobilidade decente por metade do preço? 6,9 milhões de carros usados mudaram de dono entre janeiro e maio de 2025 – um crescimento de 14,3% que não é coincidência, é necessidade econômica pura.
Maio foi especialmente insano: 1.539.923 veículos seminovos vendidos, alta de 27,5% que significa uma coisa só – o brasileiro está votando com os pés (e com o bolso) contra os preços estratosféricos dos carros novos. É como se 49 mil pessoas por dia estivessem dizendo: “Não, obrigado, prefiro o usado mesmo”.
Essa revolução silenciosa está reescrevendo as regras do mercado automotivo nacional. Montadoras que apostaram todas as fichas em carros caros estão vendo sua clientela migrar em massa para o mercado paralelo de seminovos, onde o custo-benefício ainda faz sentido para quem ganha em reais.
Quais são os fatores que impulsionam o crescimento das vendas de veículos usados?

O crescimento das vendas de veículos usados pode ser atribuído a diversos fatores. Primeiramente, a busca por opções mais econômicas em tempos de incerteza econômica leva muitos consumidores a optarem por veículos usados em vez de novos. Além disso, a ampla disponibilidade de modelos e a facilidade de financiamento também contribuem para esse aumento nas vendas.
Outro fator importante é a confiança dos consumidores na qualidade dos veículos usados, que muitas vezes passam por rigorosas inspeções antes de serem colocados à venda. A oferta de garantias e serviços pós-venda também tem incentivado a compra de automóveis usados, proporcionando maior segurança aos compradores.
Como está o mercado de veículos comerciais leves usados?
O segmento de veículos comerciais leves, como picapes e furgões, também tem mostrado um desempenho robusto. A Fiat Strada lidera as vendas com 36.699 unidades em maio de 2025. A Volkswagen Saveiro e a Toyota Hilux seguem na lista com 21.942 e 18.519 unidades vendidas, respectivamente. Este segmento continua a ser uma escolha popular para empresas e empreendedores que buscam veículos confiáveis e versáteis.
- Fiat Strada: 36.699 unidades
- Volkswagen Saveiro: 21.942 unidades
- Toyota Hilux: 18.519 unidades
- Chevrolet S10: 17.605 unidades
- Fiat Toro: 15.902 unidades
Quais são os modelos de carros usados mais vendidos em 2025?
A Volkswagen lidera o mercado de veículos usados no Brasil, com o modelo Gol registrando 67.891 vendas em maio de 2025. Em segundo lugar, o Chevrolet Onix alcançou 36.624 unidades vendidas, seguido de perto pelo Hyundai HB20 com 36.281 unidades. A Fiat também se destaca com os modelos Uno e Palio, que venderam 35.764 e 35.186 unidades, respectivamente.
- Volkswagen Gol: 67.891 unidades
- Chevrolet Onix: 36.624 unidades
- Hyundai HB20: 36.281 unidades
- Fiat Uno: 35.764 unidades
- Fiat Palio: 35.186 unidades
Por que o Volkswagen Gol continua imbatível mesmo aposentado?
67.891 unidades vendidas em maio fazem do Gol o rei absoluto dos seminovos brasileiros. O curioso é que a Volkswagen parou de fabricá-lo, mas ele continua sendo o carro mais desejado do país. É como se fosse um Elvis Presley automotivo – mais popular morto que muitos vivos.
A explicação é simples: Gol representa três décadas de confiabilidade comprovada nas ruas brasileiras. Todo mecânico sabe mexer, peça existe em qualquer esquina, e motor 1.0 e 1.6 aguenta mais pancada que saco de boxe. Para uma família que precisa de mobilidade sem drama, Gol usado é apólice de seguro sobre quatro rodas.
Preços variam de R$ 15.000 (Gol G4 2010) até R$ 35.000 (Gol G8 2020), oferecendo opções para todos os bolsos. Depreciação estabilizou – Gol de cinco anos vale praticamente o mesmo há dois anos, criando mercado secundário estável.
Revenda é garantida: Gol bem conservado vende em menos de 30 dias no mercado usado. Liquidez que nenhum carro chinês ou coreano consegue oferecer no Brasil.
Como Chevrolet Onix e Hyundai HB20 disputam o segundo lugar?
Onix com 36.624 vendas e HB20 com 36.281 travam batalha épica pelo vice-campeonato. Diferença de apenas 343 unidades mostra como esses dois modelos dividem exatamente o mesmo público: classe média que quer carro moderno sem preço premium.
Onix tem vantagem da rede Chevrolet (ainda a maior do país) e motor 1.0 e 1.4 que economizam combustível. Versões de 2018-2020 custam entre R$ 40.000 e R$ 55.000, dependendo da quilometragem e estado de conservação.
HB20 contra-ataca com design mais jovem e garantia de cinco anos que ainda vale para exemplares recentes. Hyundai investiu pesado em pós-venda no Brasil, criando confiança que se reflete no valor de revenda.
Curiosidade: ambos são mais procurados usados que novos. Onix novo custa R$ 94.900, usado de dois anos sai por R$ 65.000 – economia de R$ 30.000 que compra muita gasolina.
Por que picapes dominam o segmento comercial usado?
Fiat Strada lidera com 36.699 vendas porque virou mula de carga nacional. Pequenos empresários, autônomos e fazendeiros descobriram que Strada usada por R$ 35.000 faz o mesmo trabalho que picape grande por R$ 150.000.
Volkswagen Saveiro (21.942 vendas) e Toyota Hilux (18.519 vendas) completam pódio que representa perfeitamente o Brasil real: país de pequenos negócios que precisam de veículos práticos e confiáveis.
Hilux usada é fenômeno particular: perde pouco valor e roda 300.000 km sem reclamar. Exemplar de 2015 ainda vale R$ 120.000 – depreciação mínima que transforma Hilux em investimento, não gasto.
Segmento comercial usado cresce 35% mais rápido que carros de passeio porque empresário brasileiro aprendeu: comprar picape nova é jogar dinheiro fora, comprar usada é ferramenta de trabalho.
Perspectivas para o futuro do mercado de veículos usados
Apesar do crescimento expressivo, o mercado de veículos usados no Brasil enfrenta desafios. A situação econômica do país e a confiança dos consumidores são fatores críticos que podem influenciar o desempenho futuro. Segundo Enilson Sales, presidente da Fenauto, há esperança de que 2025 possa ser um ano recorde para o setor, desde que não ocorram contratempos significativos na economia.
Em resumo, o mercado de veículos usados no Brasil em 2025 está em uma trajetória de crescimento, impulsionado por uma combinação de fatores econômicos e preferências dos consumidores. A liderança de modelos populares e a forte demanda por veículos comerciais leves são indicativos de um setor dinâmico e resiliente.

O que esperar do mercado de seminovos nos próximos meses?
O futuro parece promissor, mas não está livre de desafios. A economia brasileira ainda oscila e isso afeta diretamente a confiança dos consumidores. Enilson Sales, presidente da Fenauto, acredita que 2025 pode ser um ano histórico para o setor, desde que não apareçam grandes turbulências econômicas pelo caminho.
A tendência é que o mercado continue crescendo, especialmente com a digitalização ganhando força. Quem souber usar a tecnologia a seu favor e oferecer uma experiência de compra moderna vai sair na frente. O setor de veículos usados no Brasil mostrou que tem músculo para crescer, mesmo em tempos difíceis, e tudo indica que essa trajetória positiva deve continuar.
Onde o mercado de usados pode tropeçar?
Economia instável é calcanhar de Aquiles do setor. Taxa Selic a 10,5% encarece financiamentos e desanima compradores. Se economia desabar, seminovos serão os primeiros a sentir.
Eletrificação pode desvalorizar carros tradicionais rapidamente. Europa já vive isso: carros a combustão perdendo valor porque ninguém quer tecnologia obsoleta. Brasil ainda não chegou lá, mas mudança pode ser rápida.
Qualidade chinesa melhorando cria competição desleal para seminovos. BYD oferece carro elétrico novo por R$ 150.000 – preço que compete com sedans premium usados.
Saturação do mercado é risco real: todo mundo que queria seminovo já comprou. Crescimento atual pode ser bolha temporária alimentada pela represa de demanda da pandemia.