Em qualquer época do ano, melancias e melões são presenças constantes nas prateleiras dos mercados brasileiros. Estas frutas são apreciadas por seu sabor refrescante e alto teor de água. Contudo, a forma como são comercializadas pode trazer surpresas indesejadas. É comum encontrar essas frutas já cortadas ao meio ou em quartos, prontas para consumo. Essa prática parece ideal para quem vive sozinho ou não deseja comprar uma fruta inteira. No entanto, especialistas alertam para os riscos à saúde associados a essa prática. A contaminação cruzada pode ocorrer facilmente se as superfícies de corte ou facas não forem devidamente higienizadas, adicionando um risco adicional ao consumir frutas já cortadas.
A nutricionista Duna Nicolau, em um vídeo no TikTok, destacou os perigos de se consumir frutas cortadas. Segundo ela, ao serem cortadas, melancias e melões perdem a proteção natural da casca, expondo a polpa a possíveis contaminações. Isso ocorre porque a casca grossa dessas frutas serve como uma barreira contra microrganismos prejudiciais que podem estar presentes desde o local de cultivo. Além disso, se a fruta não for de uma origem confiável, há riscos adicionais associados a pesticidas e produtos químicos que podem estar presentes na superfície da fruta e possivelmente contaminarem a polpa após o corte.
Por que frutas cortadas podem ser perigosas?
Quando a parte interna de uma fruta é exposta, a probabilidade de contaminação aumenta significativamente. A nutricionista Nicolau explicou que microrganismos como Escherichia coli, Listeria e Salmonella podem proliferar na polpa exposta. Essas bactérias são conhecidas por causarem problemas sérios no sistema digestivo humano, o que torna essencial o cuidado com a forma como as frutas são manuseadas e armazenadas. Frequentemente, as intoxicações alimentares não são imediatamente associadas ao consumo de frutas frescas, mas casos registrados demonstram que esta pode ser uma fonte subestimada de infecção.
Além disso, estudos de segurança alimentar têm mostrado que a manipulação inadequada das frutas durante os cortes pode transferir bactérias presentes nas mãos ou em superfícies contaminadas. O treinamento adequado de funcionários responsáveis pela preparação e embalagem de frutas cortadas nos supermercados pode reduzir significativamente os riscos de contaminação bacteriana. Contudo, os consumidores devem sempre se manter vigilantes e cientes de que, ao optar por frutas já cortadas, estão assumindo um risco maior de exposição a patógenos prejudiciais.

Como a conservação afeta a segurança alimentar?
A conservação das frutas cortadas é um ponto crucial. Muitas vezes, as fatias de melão ou melancia não são armazenadas sob refrigeração adequada, o que aumenta o risco de proliferação bacteriana. Quando mantidas em temperatura ambiente, essas frutas entram em uma zona de perigo para a segurança alimentar. Nicolau enfatizou que, uma vez cortadas, as frutas devem ser refrigeradas imediatamente para manter a “cadeia do frio” intacta. Estudos indicam que as temperaturas entre 5°C e 60°C são ideais para o crescimento de bactérias, o que torna essencial o controle rigoroso de temperatura dos produtos alimentícios frescos nos mercados.
O armazenamento inadequado não apenas facilita o crescimento de bactérias mas também pode afetar o valor nutricional das frutas. Algumas vitaminas e antioxidantes são sensíveis ao calor e à luz, o que significa que a exposição excessiva pode reduzir a qualidade nutricional das frutas. Portanto, além de questões microbiológicas, a inadequada conservação pode também comprometer os benefícios para a saúde que se espera ao consumir frutas frescas. Comprar localmente e de fornecedores confiáveis pode oferecer alguma proteção adicional contra os riscos associados a frutas cortadas.
Quais são as alternativas seguras?
Para garantir a segurança alimentar, a recomendação é optar por comprar a fruta inteira e cortá-la em casa. Dessa forma, é possível assegurar que as condições de higiene e conservação sejam adequadas. Embora possa demandar mais esforço, essa prática reduz significativamente os riscos de contaminação. Além disso, ao cortar frutas em casa, as pessoas são mais propensas a lavá-las adequadamente antes do consumo, eliminando possíveis resíduos de pesticidas ou sujeiras presentes na casca.
Além disso, é importante estar atento ao manuseio das frutas nos pontos de venda. Não é possível garantir que os procedimentos de manipulação nos supermercados sejam sempre adequados, o que reforça a importância de se cortar a fruta em casa. Conhecer a procedência das frutas e escolher produtos com selos de certificação de boas práticas agrícolas aumenta a confiança na segurança alimentar. Procurar por selos de certificação é uma prática recomendada para consumidores que desejam minimizar riscos relacionados à segurança dos alimentos.
O que considerar ao comprar frutas?
Ao escolher entre frutas inteiras ou cortadas, o consumidor deve considerar os riscos à saúde associados à exposição da polpa e à conservação inadequada. Apesar da conveniência das frutas cortadas, a segurança alimentar deve ser priorizada. Melancias e melões são deliciosos e nutritivos, mas exigem cuidados específicos para garantir que sejam consumidos de forma segura. Lavar as mãos corretamente antes de preparar e consumir frutas também é um passo vital para reduzir o risco de contaminação cruzada.
Em última análise, a decisão de comprar frutas cortadas ou inteiras está nas mãos do consumidor. No entanto, estar informado sobre os riscos e as melhores práticas de conservação pode fazer toda a diferença na hora de garantir uma alimentação segura e saudável. Ter consciência da segurança alimentar e optar por práticas que minimizam os riscos de contaminação são hábitos valiosos que contribuem para uma vida mais saudável e sustentável.