Em 2025, uma mulher perdeu um prêmio da Mega da Virada porque não respeitou o prazo de retirada. O episódio surpreendeu o país e reacendeu o debate sobre as falhas do sistema de loterias, que não contempla todas as realidades vividas pelos apostadores.
Ela explicou que convive com epilepsia, o que prejudicou sua memória e organização pessoal. Essa justificativa levantou discussões sobre como o sistema poderia ser mais sensível às limitações humanas. Além disso, o caso mostrou que o acesso à informação ainda representa uma barreira para muitos brasileiros.
Quais são as regras atuais para resgatar prêmios de loteria?
A Caixa Econômica Federal exige que os prêmios sejam retirados em até 90 dias após o sorteio. Se o apostador não fizer isso, o dinheiro vai para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), que usa os valores para apoiar estudantes do ensino superior.
Apesar da boa intenção, essa norma gera críticas. Muitos especialistas defendem mudanças urgentes. Eles sugerem, por exemplo, que o sistema registre o apostador por cadastro eletrônico, especialmente nas apostas online. Com isso, as notificações se tornariam automáticas e mais eficazes, além de aumentar a segurança nas transações.
Por que tanta gente deixa de buscar o prêmio?
Milhares de brasileiros deixam de resgatar prêmios por descuido, desinformação ou problemas pessoais. Em 2020, os valores esquecidos ultrapassaram R$ 311,9 milhões, um número que mostra como o sistema atual precisa de melhorias.
Essas são algumas causas frequentes:

- Falta de conhecimento sobre o prazo de retirada
- Desorganização com o bilhete ou senha de acesso
- Dificuldade de mobilidade ou acesso às agências
Além disso, durante a pandemia, o fechamento das lotéricas e a necessidade de isolamento intensificaram esse problema. Por isso, a criação de soluções mais inclusivas se mostra urgente.
O que acontece com os prêmios que não são resgatados?
O governo redireciona os prêmios não resgatados para programas sociais como o Fies. Dessa forma, o valor esquecido ajuda estudantes a financiar a educação superior em instituições privadas.
No entanto, o impacto vai além da educação. As loterias também apoiam setores como:
- Cultura, com patrocínio a atividades artísticas
- Saúde, com recursos para hospitais e projetos
- Segurança pública, com investimentos em infraestrutura
Consequentemente, mesmo os prêmios não retirados acabam gerando benefícios. Ainda assim, o ideal seria que os ganhadores recebessem o valor, especialmente quando vivem em situação de vulnerabilidade.
Como o sistema de loterias pode se tornar mais justo e eficiente?
O sistema precisa modernizar suas regras para garantir que o prêmio chegue ao verdadeiro vencedor. Hoje, a dependência de bilhetes físicos e procedimentos manuais já não faz mais sentido, especialmente com tantas opções digitais disponíveis.
Veja três soluções que podem tornar o processo mais eficaz:
- Implementar notificações automáticas aos ganhadores
- Unificar o cadastro entre apostas físicas e online
- Estender o prazo para pessoas em condição especial
Por fim, a combinação entre tecnologia e empatia pode criar um sistema mais justo. Com isso, histórias tristes como a da mulher que perdeu seu prêmio podem se tornar cada vez mais raras.