Gageiro iniciou sua trajetória fotográfica aos 12 anos, quando pegou emprestada a câmera Kodak Baby de seu irmão. Esse gesto simples despertou uma paixão que moldaria sua vida. Ele alimentou esse interesse participando de aulas de arte e composição com o escultor Armando Mesquita, o que aprimorou sua percepção estética.
Desde então, a fotografia tornou-se sua forma de expressão. Ao longo dos anos, ele desenvolveu um estilo visual que unia sensibilidade, precisão e profundidade. Seu olhar atento captava tanto os grandes eventos históricos quanto a beleza escondida no cotidiano, revelando a humanidade por trás de cada imagem.
O que marcou o início da carreira jornalística de Gageiro?
Em 1957, Gageiro começou sua carreira profissional como repórter fotográfico no Diário Ilustrado, em Lisboa. A partir desse momento, mergulhou de vez no universo do fotojornalismo, colaborando com veículos nacionais e internacionais como a Associated Press e a Companhia Nacional de Bailado.
Um dos episódios mais impactantes de sua trajetória ocorreu durante os Jogos Olímpicos de Munique em 1972. Na ocasião, ele foi o único fotógrafo a registrar imagens dos terroristas que sequestraram atletas israelenses. Esse feito demonstrou:
- Sua coragem diante do perigo
- Comprometimento com a verdade visual
- Capacidade de atuar em momentos decisivos

Com esse registro, Gageiro firmou seu nome entre os grandes nomes da fotografia mundial.
Quais prêmios e reconhecimentos consolidaram sua importância?
Eduardo Gageiro recebeu mais de 300 prêmios internacionais por sua excelência em fotografia. Um dos mais notáveis foi o segundo lugar no World Press Photo de 1974, na categoria Retratos, com a imagem emblemática do General António Spínola.
Além disso, ele foi condecorado com importantes distinções:
- Ordem do Infante D. Henrique, em 2004
- Cavaleiro da Ordem de Leopoldo II, da Bélgica
- Prêmio Especial do Júri na Exposição Internacional da China, em 2005
Esses reconhecimentos refletem o impacto duradouro de sua obra e a influência cultural que ele exerceu além das fronteiras portuguesas.
Como Gageiro contribuiu para a literatura visual portuguesa?
Gageiro publicou diversos livros que combinavam suas fotografias com textos de escritores consagrados. Obras como “Gente” (com José Cardoso Pires) e “O Sol, o Muro, o Mar” (com Sophia de Mello Breyner Andresen) são exemplos marcantes de como ele uniu imagem e literatura.

Esses livros revelam:
- A profundidade do olhar artístico de Gageiro
- Sua conexão com temas sociais e humanos
- A importância da colaboração entre arte visual e escrita
Essas obras não apenas documentam o país, mas também tocam o leitor com suas histórias visuais repletas de emoção e crítica social.
Qual é o legado de Eduardo Gageiro para a fotografia?
Eduardo Gageiro faleceu em 4 de junho de 2025, mas seu legado continua vivo através de suas imagens e de sua influência sobre novas gerações. Seus registros atravessaram décadas e capturaram tanto o íntimo quanto o coletivo com uma sensibilidade rara.
Ele não apenas fotografou acontecimentos históricos, mas também traduziu emoções e contextos complexos com sua câmera. Seu legado é reconhecido por:
- Inspirar jovens fotógrafos em busca de autenticidade
- Manter viva a memória de momentos cruciais da história
- Ampliar o entendimento sobre o poder da imagem no jornalismo
A obra de Gageiro segue sendo uma fonte inesgotável de estudo, admiração e referência na fotografia internacional.