O Brasil está prestes a receber uma nova onda de marcas chinesas de motocicletas que prometem mexer com o establishment do mercado. SBM e CFMoto chegam em 2025 com uma proposta agressiva: tecnologia de ponta, preços competitivos e modelos que cobrem desde esportivas até big trails. Mas será que dessa vez as marcas asiáticas conseguem finalmente quebrar a hegemonia das japonesas tradicionais?
A chegada dessas marcas não é coincidência. O mercado brasileiro de motos está aquecido, os consumidores estão cada vez mais exigentes e as japonesas tradicionais meio que se acomodaram com preços altos e inovação limitada. É o cenário perfeito para quem quer entrar fazendo barulho. Mas a pergunta que fica é: barulho é suficiente para conquistar o brasileiro, que é notoriamente desconfiado com marca nova?
O que chama atenção é a estratégia diferente desta vez. Não é mais aquela história de “vamos fazer moto mais barata e ver no que dá”. As chinesas estão chegando com investimento pesado em rede de concessionárias, garantia estendida e modelos que competem diretamente com as japonesas nas categorias mais nobres. É uma jogada arriscada, mas que pode dar muito certo.
Quais são os modelos lançados pela SBM?
A SBM apresenta uma linha variada de motocicletas, começando pela SBM 250R, uma esportiva com motor de 249 cilindradas e 27,8 cv de potência. Este modelo será lançado no segundo semestre de 2025, com preço sugerido de R$ 22.990. A SBM 400, uma naked com motor de 400 cilindradas e 41,5 cv, também está prevista para o mesmo período, custando R$ 33.490.
Outro destaque é a SBM 600C1, uma custom com motor de 554 cilindradas e 56 cv, projetada para viagens. Com lançamento previsto para o segundo semestre, seu preço será de R$ 37.990. A SBM 600S, uma big trail, e a SBM 600V, uma custom mais robusta, completam a linha, com preços de R$ 46.990 e R$ 51.490, respectivamente.
Como a CFMoto se posiciona no mercado brasileiro?

A CFMoto entra no mercado brasileiro com a IBEX 450, uma moto trail de média cilindrada, ideal para terrenos irregulares. Com 44 cv de potência, a IBEX 450 será lançada no primeiro semestre de 2026. A marca, que já comercializa quadriciclos e UTVs no Brasil, pretende expandir sua presença com modelos que variam de 250 a mais de 600 cilindradas.
Além da IBEX 450, a CFMoto exibiu outros modelos em seu estande, incluindo custom, naked, street, trail e superesportivos. Embora nenhum desses modelos tenha lançamento confirmado no Brasil, a expectativa é que a marca amplie seu portfólio nos próximos anos.
Quais são as expectativas para o futuro das motos chinesas no Brasil?
Com a chegada da SBM e da CFMoto, o mercado brasileiro de motocicletas se torna ainda mais competitivo. As marcas chinesas trazem modelos com tecnologia avançada e preços acessíveis, desafiando as marcas tradicionais. A expectativa é que, com o tempo, essas novas opções conquistem uma fatia significativa do mercado, atraindo consumidores em busca de inovação e custo-benefício.
O sucesso dessas marcas dependerá de sua capacidade de oferecer produtos de qualidade e um bom suporte pós-venda. Com a expansão das concessionárias e a introdução de novos modelos, a SBM e a CFMoto têm potencial para se estabelecer como referências no mercado brasileiro de motocicletas.
Quais são os novos modelos da Shineray previstos para 2025?

A Shineray planeja lançar três novos modelos no Brasil em 2025, ampliando sua presença nos segmentos custom, trail e crossover. Entre as novidades estão a SRV 300, uma custom equipada com motor bicilíndrico em V de 296 cm³, oferecendo 30,7 cv de potência e 2,6 kgfm de torque. Outro destaque é a SRK 400, uma naked com motor de 400 cilindradas, entregando 41 cv de potência e 3,7 kgfm de torque. Além disso, a SRT 550, uma trail de média cilindrada, também está nos planos da marca para o mercado brasileiro.
Como a Shineray está expandindo através de submarcas?
A estratégia da Shineray de criar a SBM como submarca é inteligente. Em vez de tentar mudar a percepção da marca Shineray, que muita gente ainda associa com moto básica, eles criaram uma nova identidade para produtos mais premium.
A SBM pode ter posicionamento diferente, preços mais altos e estratégia de marketing própria, enquanto a Shineray continua atendendo o mercado de entrada. É como a Toyota fazer Lexus ou a Honda fazer Acura – cada marca tem seu público.
Os novos modelos da Shineray também mostram essa estratégia: SRV 300, SRK 400 e SRT 550 são motos mais sofisticadas que miram segmentos onde a marca original teria dificuldade para entrar. É uma forma inteligente de crescer sem cannibalizar a própria linha de produtos básicos.
Qual é o futuro das motos chinesas no mercado brasileiro?
O mercado brasileiro de motos está mudando rapidamente. O consumidor quer mais tecnologia, melhor custo-benefício e opções diversificadas. As chinesas chegam justamente para atender essas demandas que as tradicionais meio que negligenciaram.
Se a SBM e CFMoto conseguirem entregar o que prometem – qualidade, assistência técnica e preços competitivos – podem sim conquistar uma fatia importante do mercado. Não vão destronar as japonesas da noite para o dia, mas podem forçar uma renovação geral do setor.
O mais provável é que vejamos uma segmentação maior do mercado. Japonesas dominando o premium, chinesas brigando no custo-benefício, e todo mundo sendo forçado a inovar mais e cobrar menos. No final das contas, quem ganha é o consumidor.