Quem nunca assistiu The Crown e ficou se perguntando: “Será que isso realmente aconteceu?” A série da Netflix virou febre mundial justamente por isso – ela nos faz sentir como se estivéssemos espionando os bastidores do Palácio de Buckingham. Mas calma aí, antes de sair contando para todo mundo que a Rainha Elizabeth II era assim ou assado, é bom saber que nem tudo que vemos na telinha é gospel.
A produção é genial em misturar fatos reais com uma boa dose de drama hollywoodiano. E convenhamos, isso funciona perfeitamente! Afinal, quem iria assistir seis temporadas de eventos históricos áridos e sem tempero? O problema é que muita gente acaba confundindo o que é real com o que é pura criação dos roteiristas.
A verdade é que The Crown é mais uma interpretação poética da história do que um documentário. Os criadores pegaram eventos reais, personagens verdadeiros e criaram diálogos e situações que, provavelmente, nunca aconteceram exatamente daquele jeito. É como se fosse uma biografia não autorizada, mas com atores incríveis e um orçamento milionário.
Quais eventos de The Crown realmente aconteceram?
Um dos eventos retratados na série é o dilema da Princesa Margaret em relação ao seu casamento com Peter Townsend. Na vida real, Margaret enfrentou a difícil decisão de escolher entre o amor e suas obrigações reais. Ela optou por não se casar com Townsend, priorizando seu papel na realeza e os ensinamentos da Igreja. Mais tarde, Margaret se casou com Antony Armstrong–Jones, que se tornou Lord Snowdon.
Outro ponto de interesse é o retrato de Winston Churchill pintado por Graham Sutherland. Embora a série sugira que Churchill destruiu o quadro, na realidade, foi a esposa de Churchill que pediu para que ele fosse eliminado. O retrato foi queimado por terceiros, sem o conhecimento imediato de Churchill.
Os apelidos e relações familiares são precisos?
A série também explora os apelidos que o ex-rei Edward VIII, tio da rainha, usava para os membros da família. Ele chamava a rainha de Shirley Temple e a rainha mãe de Cookie. Esses apelidos são baseados em cartas reais, mas a série pode ter dramatizado suas implicações e uso.
Quanto ao Príncipe Philip e a questão do sobrenome, é verdade que ele desejava que seus filhos tivessem o sobrenome Mountbatten. A decisão de combinar os sobrenomes Windsor e Mountbatten foi uma forma de manter a tradição real, enquanto reconhecia o desejo de Philip.
A série exagera em algumas representações?
Um exemplo de licença criativa é a cena em que Princesa Diana aparece fantasiada de árvore. Embora a série sugira que isso ocorreu quando ela conheceu Charles, na realidade, foi uma invenção dos roteiristas para simbolizar sua personalidade vibrante e amor pelas artes cênicas.
Além disso, a representação de Margaret Thatcher participando de jogos com a família real é uma dramatização. Embora Thatcher tenha visitado a família real, a série pode ter exagerado sua relutância e desconforto nessas ocasiões.
Como The Crown equilibra realidade e ficção?
The Crown utiliza uma combinação de pesquisa histórica e dramatização para criar uma narrativa cativante. Enquanto muitos eventos são baseados em fatos, a série toma liberdades criativas para explorar temas mais amplos e o desenvolvimento dos personagens. Isso permite que os espectadores se conectem emocionalmente com a história, mesmo que nem tudo seja historicamente preciso.
Em última análise, The Crown oferece uma visão intrigante da história recente da monarquia britânica, incentivando o público a refletir sobre o impacto das decisões pessoais e políticas na vida pública e privada dos membros da realeza.
Como a série consegue ser tão convincente mesmo inventando tanto?
O segredo está na pesquisa de base. Os criadores de The Crown não inventam do nada – eles pegam eventos reais, personalidades documentadas e situações históricas, e então preenchem as lacunas com drama televisivo. É como se fossem detetives da história, juntando pistas e criando uma narrativa coerente.
A produção também investe pesado em detalhes: figurinos impecáveis, cenários luxuosos e atores que realmente se parecem com os personagens reais. Isso cria uma sensação de autenticidade que nos faz esquecer que estamos assistindo ficção.
Além disso, a série aborda temas universais como família, poder, amor e sacrifício. Mesmo que algumas situações sejam inventadas, os sentimentos e dilemas retratados são muito humanos e reconhecíveis.