Algumas raças de cães apresentam um temperamento naturalmente mais exigente, o que não quer dizer que sejam agressivas, mas sim que demandam mais atenção em sua criação. O ambiente, o convívio diário e fatores genéticos influenciam diretamente o comportamento canino.
Veterinários como Thiago Borba identificam raças como fila brasileiro, chow chow, husky siberiano, shar-pei e presa canário como exemplos de cães que exigem tutores mais preparados. Até mesmo alguns vira-latas podem exibir traços temperamentais mais difíceis, dependendo de suas vivências e estímulos.
Por que o fila brasileiro precisa de um tutor mais experiente?
O fila brasileiro demonstra um instinto territorial e protetor muito forte, herdado de seus ancestrais molossoides. Como cão de guarda, ele atua com firmeza e desconfiança diante de estranhos, o que pode gerar reações imprevisíveis sem a socialização adequada.

Por isso, os tutores precisam assumir o controle desde cedo, impondo limites e conduzindo o cão com firmeza. Além disso, é fundamental inserir o animal em diferentes situações sociais para que aprenda a distinguir ameaças reais de simples visitas.
O que torna o chow chow um cão difícil de socializar?
O chow chow age com reserva e independência, comportamentos naturais que muitas vezes parecem frieza ou falta de interesse. No entanto, esse traço é típico da raça, originária da China, e deve ser respeitado por quem deseja criá-lo.

Ele costuma reagir melhor a comandos claros e ambientes calmos. Por isso, tutores experientes conseguem oferecer o equilíbrio necessário entre autoridade e afeto. Além disso, manter uma rotina previsível contribui para o bem-estar do cão.
Como lidar com a energia dominante do husky siberiano?
O husky siberiano exige atividade constante para manter o equilíbrio emocional, já que essa raça foi desenvolvida para resistir a longas jornadas em climas extremos. Quando não encontra estímulo físico e mental, o husky tende a se tornar destrutivo e teimoso.
Para manter esse cão feliz, é preciso oferecer exercícios diários, desafios cognitivos e espaço para correr. Além disso, uma liderança firme e carinhosa ajuda o husky a entender seus limites e a colaborar melhor com o tutor.

Algumas estratégias essenciais incluem:
- Estabelecer caminhadas longas e regulares
- Introduzir brinquedos interativos
- Promover socialização com outros cães desde cedo
O shar-pei realmente é difícil de lidar?
O shar-pei protege seu espaço com determinação e desconfiança, o que pode torná-lo hostil diante de mudanças repentinas ou pessoas desconhecidas. Sua origem milenar contribuiu para moldar um cão autônomo e leal.

Tutores que promovem uma socialização gradual desde os primeiros meses conseguem reduzir esses comportamentos. Além disso, é importante evitar punições e optar por reforços positivos, que valorizam seu comportamento calmo e equilibrado.
O presa canário representa um desafio maior que outras raças?
O presa canário impressiona pela força física e comportamento reservado, tornando-o um cão ideal para guarda, mas também uma responsabilidade enorme. Sua origem nas Ilhas Canárias reforçou traços de proteção e vigilância.
Treinar um cão dessa raça exige disciplina, rotina e clareza nas ordens. Além disso, ele precisa conhecer diferentes ambientes e pessoas para desenvolver um comportamento mais controlado e previsível, mesmo em situações de estresse.
Boas práticas para essa raça incluem:
- Comandos repetitivos e consistentes
- Exposição gradual a novos estímulos
- Recompensas por comportamentos equilibrados
Os vira-latas também podem ser temperamentais?
Os vira-latas apresentam comportamentos diversos, influenciados por genética e experiências anteriores, especialmente quando vêm das ruas. Muitos têm dificuldades iniciais de adaptação, mas se tornam extremamente leais após ganhar confiança.
Tutores que se dedicam com paciência conseguem transformar cães tímidos ou medrosos em companheiros afetuosos e obedientes. Além disso, adotar um vira-lata pode ser uma das experiências mais gratificantes para quem valoriza o vínculo com o animal.