A GAC acaba de chegar oficialmente ao Brasil, e não veio para brincadeira. A montadora chinesa desembarcou em maio com cinco modelos na bagagem e promessas grandiosas. Estamos falando de uma empresa que é gigante lá na China e agora quer conquistar os corações brasileiros.
O Brasil virou campo de batalha das marcas chinesas. Parece que todo mês tem uma nova empresa de lá chegando com carros eletrificados debaixo do braço. A GAC é mais uma na lista, mas tem algo diferente. Ela não veio só para vender – veio para ficar de vez, com fábrica, centro de pesquisa e tudo mais.
Por que a GAC apostou no mercado brasileiro?
O Brasil não é qualquer mercado. É o sexto maior do mundo em vendas de carros, e os elétricos estão começando a deslanchar. Só nos primeiros quatro meses de 2025, mais de 59 mil carros elétricos ou híbridos foram emplacados no país. É uma fatia que está crescendo rápido.
Wei Haigang, presidente internacional da GAC, não escondeu a animação: “Nossa entrada no mercado brasileiro ocorre em um momento particularmente significativo, coincidindo com o 50º aniversário das relações diplomáticas entre Brasil e China.”
A empresa não é nenhuma startup. É a sexta maior montadora da China e vendeu 2,5 milhões de carros só em 2023. Tem joint ventures com Honda, Toyota e Mitsubishi. É gente séria no pedaço.

Quais carros a GAC trouxe para o Brasil?
A estratégia foi clara: mirar nos elétricos e híbridos. São cinco modelos no total – quatro elétricos puros e um híbrido. Os preços vão de R$ 169 mil até R$ 349 mil.
O Aion ES é o mais barato da turma. É um sedã elétrico médio com 4,81 metros de comprimento, motor de 136 cv e autonomia de 314 km. Custa R$ 169.990 e pode ser uma opção interessante para quem quer entrar no mundo elétrico sem gastar uma fortuna.
Os SUVs são a aposta forte. O Aion Y sai por R$ 174.990, tem motor de 204 cv e autonomia de 318 km. Já o Aion V é um pouco mais caro (R$ 214.990) mas oferece autonomia maior: 389 km.
Qual é o modelo mais impressionante da linha?
O Hyptec HT é o carro-chefe da GAC no Brasil. É um SUV coupé que lembra muito o Tesla Model Y, inclusive nas portas traseiras que abrem para cima, estilo asa de gaivota.
Tem motor de até 245 cv, autonomia de 362 km e visual futurista. O preço? R$ 299.990. É caro, mas para quem quer impressionar, pode ser uma alternativa aos carros europeus premium.
Para quem prefere híbrido, tem o GS4. É um SUV médio que combina motor a combustão de 140 cv com elétrico de 182 cv, totalizando 235 cv. Faz 14,1 km/l na cidade e custa R$ 189.990.
Como será a estratégia de vendas da GAC?
A GAC não veio no esquema “vamos ver no que dá”. A empresa já inaugurou um Centro de Distribuição em Cajamar (SP) e começou as vendas com quase 60 concessionárias espalhadas pelo país.
Tem mais de 50 pontos de venda em shoppings também. A meta é ambiciosa: vender 8 mil carros até dezembro de 2025 e 29 mil em 2026. Para 2030, a expectativa é chegar a 100 mil unidades vendidas.
Alex Zhou, CEO da GAC Brasil, deixou claro que não é brincadeira: “O Brasil é prioridade para a GAC. Vamos investir R$ 5,8 bilhões nos próximos cinco anos.”
Quando teremos fábrica da GAC no Brasil?
A coisa vai ficar séria mesmo a partir de 2026. A GAC confirmou que vai construir uma fábrica em Catalão (GO), em parceria com a Mitsubishi. O investimento total gira em torno de R$ 7,35 bilhões.
Além da fábrica, a empresa vai instalar um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento no Nordeste. O foco é desenvolver tecnologias de hibridização flex, adaptadas ao etanol brasileiro.
A GAC também fechou acordos com três universidades federais (UFSC, UFSM e Unicamp) para pesquisa de motores flex e híbridos-flex. É tecnologia chinesa se adaptando ao jeitinho brasileiro.
A GAC vai conseguir brigar com a BYD?
A BYD chegou primeiro e já virou sinônimo de carro elétrico chinês no Brasil. Mas a GAC tem uma estratégia diferente. Enquanto a BYD foca mais nos elétricos puros, a GAC quer diversificar.
A empresa promete trazer carros a combustão também. Já mostrou o GS3, um SUV compacto com motor 1.5 turbo que pode brigar com Hyundai Creta e Renault Kardian.
O diferencial pode estar no pós-venda. A GAC promete “serviço completo”, desde a mineração da matéria-prima até a reciclagem das baterias. É uma estratégia vertical que pode dar certo.
A chegada da GAC esquenta ainda mais a briga no mercado brasileiro. Para o consumidor, é ótimo – mais opções, preços competitivos e tecnologia de ponta. O futuro promete ser bem elétrico por aqui.